Capítulo 21.

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Sinto um beijo sendo depositado em cima da minha cabeça e sorrio com esse ato, desvio o meu olhar do filme para poder prestar atenção na minha mãe que está atrás de mim.

Vou precisar sair para comprar os ingredientes do almoço de vocês, se comportem!– ela fala oscilando o seu olhar para mim e o Dylan.

Um suspiro insatisfeito sai dos meus lábios, pois não estou gostando nem um pouco em saber que vou ter que ficar sozinha com o Dylan, já basta ele ter que passar o dia todo aqui em casa. Mesmo que ele esteja prestando atenção no seu celular e esteja quieto até agora, não confio nele, ainda mais quando ele deixa a áurea alfa dele forte para tentar me dominar.

Na última vez que fiquei em sua casa sozinha com o Dylan acabei lutando muito contra o meu instinto de querer obedecer o alfa, mesmo que ele tenha treze anos e a sua transformação ainda não tenha chegado, o Dylan consegue fazer algumas pessoas na sua idade ou mais novas que ele para o obedecer quando usa a voz de alfa. E naquele dia a tia Alice mandou ele lavar os pratos, pois era dia de folga das mulheres que trabalham na casa Harris, mas só foi ela sair para trabalhar que o Dylan tentou usar a voz de comando comigo, querendo que eu lave os pratos no seu lugar. Sorte que eu consegui registir, mas foi muito difícil e por um minuto estava quase obedecendo ele.

Tenho receio dele acabar conseguindo me fazer obedecê-lo.

Nada de briguinha, vocês dois já tem treze anos, já são adolecentes e eu não preciso ligar em cinco em cinco minutos para saber se não destruiram uma parte da casa.

Não vamos fazer nada, tia!– Dylan responde e olha para mim.

Pela primeira vez no dia ele desvia a sua atenção do celular, mas algo está me dizendo que ele não está muito feliz, o seu maxilar está tenso, os seus olhos vermelhos tem fúria ao olhar para mim, algo que quero realmente que eu estava errada.

Ok, confio em vocês!– ele levanta do sofá rosnado assim que a porta da sala se fecha.

Levanto rapidamente do sofá e cruzo os braços em uma forma defensiva.

Por que você ficou com o Nick?– ele eleva a sua voz dando passos na minha direção.

O que? Isso é brincadeira não é?– pergunto indignada por ele está gritando comigo por conta de uma coisa tão insignificante.

Não, a sala toda está falando sobre isso, acredita que mandaram até fotos de vocês dois no grupo da sala?– mais uma vez ele eleva a sua voz.

Dá para você parar de elevar a sua voz comigo? Não sou nenhuma das suas amiguinhas para você ficar gritando comigo!– aos poucos ele tenta regular a sua respiração.

Ele fecha os olhos e tenta se acalmar, mas ainda consigo ouvir rosnados baixos presos na sua garganta querendo sair.

Pronto, agora me explica isso direito!– dessa vez ele fala em um tom baixo, mas ainda com o seu maxilar tenso.

Não tenho que te dar explicações nenhuma sobre quem eu fico ou deixo de ficar!

Solto um pequeno grito de surpresa ao ser forçada a por as minhas pernas ao redor de sua cintura, inesperadamente, sou prensada na parede com as suas mãos segurando as minhas coxas.

Tem certeza?– com a sua voz rouca, ele sussurra perto do meu ouvido e em seguida passa os seus dentes raspando no meu lóbulo da orelha.

Eu não fiquei com ele.– sussurro ainda meio desnorteada com a sua ação.

Então aquele idiota está se gabando com algo que ele não fez!– antes de tirar o rosto perto do meu pescoço ele rosna, que me faz estremesser.

Sim, ainda não estou me sentindo confiante e...– paro de falar no momento que percebo que estou falando demais.

Então quer dizer que você ainda é bv?– o seu tom provocativo volta com tudo, mas o sorriso não me parece querer me provocar.

Me solta!– tento tocar os meus pés no chão, mas tudo que eu ganho é um forte aperto nas minhas coxas que me impossibilita de se mexer.

Olho enfurecida para ele, mas no mesmo momento que eu levanto o meu rosto, sou surpreendida por um selar, que durou alguns breves segundos, nos meus lábios que me fez arregalar os olhos pela surpresa inusitada.

Pronto, agora não é mais bv!– ele fala me soltando, voltando pro sofá e me deixando sem saber o que fazer.

Abro os meus olhos e rapidamente me sento na cama para tentar assimilar toda aquela lembrança que acabei de ter no meu sonho. A minha pele está quente sob os meus toques, provavelmente a minha temperatura corporal aumentou, respiro fundo para tentar normalizar a minha respiração.

Mas que merda, Dylan!

Balanço a minha cabeça para tentar focar em começar a me arrumar para ir ao colégio, já que o alarme vai tocar daqui a cinco minutos.

Levanto da cama e avisto um moletom preto dobrado em cima da minha escrivaninha.

Dessa vez não vou esquecer de devolver ele pro Thomas.

Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora