Capítulo 31.

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Me viro mais uma vez nessa cama enorme, sem conseguir pegar no sono, mesmo com a luz do abajur ligada, sinto medo ao olhar pelo quarto e perceber que não é o mesmo que eu durmo todas as noite. A sua cor branca com cinza me dar calafrios, está com os móveis básico de um quarto de hóspede, queria mudar isso, mas a casa não é minha.

Suspiro mais uma vez frustrada por não conseguir me sentir confortável, é a minha primeira vez dormindo fora de casa, mamãe disse que só vai ser hoje, que amanhã irá me busca na casa do Dylan. Não consigo culpar ela, que ela teve os motivos para me deixar na casa dos meus tios e eu estou bem grandinha, sou uma mocinha e mocinha não sente medo em dormir sozinha.

Me sento rapidamente na cama ao escutar o barulho da porta se abrindo, fico mais aliviada por ver que é o Dylan e não alguma assombração, apesar que não é difícil confundir o Dylan com uma.

—O que você está fazendo? Da para ouvir você se mexendo do meu quarto!– ele fala se aproximando da minha cama com o seu cabelo loiro bagunçado.

—Eu nem me mexi tanto. E o seu quarto é do lado desse, é claro que vai conseguir ouvir algo.– falo cruzando os braços.

—Que seja. Mas por que você não para quieta?– a sua pergunta me faz hesitar para falar ou não o motivo.

vou falar se você me prometer que não irá rir ou contar para alguém.– falo mostrando o meu dedo mindinho para ele fazer o juramento.

—Prometo não falar nada, mas rir ja é outra coisa!– reviro os olhos e fico de joelho observando ele juntar o seu dedo com o meu.

Não consigo dormir, estou com medo de dormir nesse quarto, ele é estranho.– termino de falar e escuto a risada dele.

Você está com medo disso? Emilly, você tem 8 anos e ainda tem medo de dormir fora?– ele pergunta se jogando na cama, com a sua mão na barriga, enquanto ria de mim.

—É a minha primeira vez e você prometeu não rir.– falo emburrada com a sua atitude.

Está bem, parei. Na próxima vez que você for dormir aqui, eu mando alguém te ajudar na decoração do quarto, assim não vai achar ele tão "estranho"!– ele volta a sentar e levanta a sua mão em sinal de rendição.

—Obrigada. Acho bom você parar mesmo, não queira que eu desconte aquela brincaderinha de mal gosto que você fez na sala de aula!

—Foi um pouco de tinta e você descontou sim, demorei horas no banho para conseguir tirar aquilo do meu cabelo.– começo a rir ao relembrar da cena do Dylan todo azul.

—Verdade, você ficou lindo!

Engraçadinha. Eu até posso te ajudar com esse seu medo, mas com duas condições.– ele fala com o seu olhar fixo no meu.

—Quais condições?

—A primeira é que você não vai contar isso para ninguém, segunda é que vai ter que me dar todos os seus doces que a tia Nanda nos der.

—Tudo bem, mas como você vai me ajudar?

—Deita!– mesmo achando estranho, obedeço ele.

—O que você está fazendo?

Sem me responder, ele se deita por trás de mim, os seus braços passam pela minha cintura, me puxando para perto.

—Dylan, por que está me abraçando?– tento levantar, mas ele coloca força nos seus braços, que me impossibilita de me mexer.

—Assim você não vai se sentir sozinha e vai conseguir pegar no sono.

—Obrigada, boa noite Dylan!– falo fechando os olhos, com um pouco de vergonha, mas agora me sinto sonolenta e confortável nos seus braços.

Boa noite, Lobinha!

Um suspiro saí dos meus lábios ao perceber que tive mais uma dessas lembranças nos meus sonhos, mas dessa vez, quando tento sentar para regular a minha respiração, um peso na minha cintura e outro nas minhas pernas, não deixam eu me mexer.

Olho para baixo e percebo o braço do Dylan em volta da minha cintura e uma de suas pernas por cima da minha. Se eu parar para analisar, consigo sentir a sua respiração quente bater na minha nuca.

Os meus dedos percorrem pela pele do seu braço, em uma carícia lenta, sinto os seus pelos se arrepiarem aos meus toques, mesmo dormindo, o seu corpo fala por ele.

—Dylan!– sussurro o seu nome e lentamente ele me aperta ainda mais.

—Bom dia, lobinha.– a sua voz fica ainda mais rouca ao acordar.

Se controle corpo. Ainda continuamos  sendo a Emilly e o Dylan!

Vamos levantar, ainda estou preocupada com o Pietro!– falo tentando me mexer, mas não consigo.

—Não, não. Hoje é sábado, vamos ficar na cama até tarde.

—Mas temos que saber como o Pietro está!

—Provavelmente dormindo. Irei na casa dele hoje de tarde, não se preocupe.

—Quando voltar, promete que irá me contar tudo?– falo levantando o meu dedo mindinho.

—Prometo.– ele fala e une os nossos dedos em um juramento de quando éramos criança.

—Agora sim podemos ficar mais um pouco na cama!– ele fala voltando a me abraçar.

Volto a fechar os olhos, mas abro novamente ao lembrar que preciso conversar com ele sobre ontem, no jogo.

Mas é melhor dormir e depois ter essa conversa mais tarde!

Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now