Capítulo 17 - Lavínia Watson

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Mal chego na nova casa e já encontro Dan, com a cara típica de sempre, o mal humor predominando, nada de novo por aqui.

─ Você já devia saber que não pode ficar andando sozinha por aí. ─ ele diz de onde está.

Olho para ele com cara de tédio.

─ Não sou nenhuma criança Dan, não foi nada demais, ele nem ao menos conseguiu me deixar desacordada, nem parece que foi para me matar, o que realmente não bate, por que não é a cara do Brad sair caçando as pessoas, se fosse ele já teria me matado. ─ fico pensando sobre isso, não é como se ele trabalhasse para alguém, ele não gosta que mandem nele, por isso é só estranho.

[...]

─ Não. — falo convicta.

É uma decisão minha, Dan só pode estar de brincadeira.

─ Lavínia, você não é mais nenhuma criança birrenta, que fica batendo o pé, entenda isso. ─ Dan fala com seu jeito mandão, mas o que ele está impondo é demais pra mim, se soubesse que daria nisso tudo...

Aqui estou eu, dentro de uma sala com dois homens me encarando enquanto eu fico andando de um lado para o outro prestes a ficar louca. Era tudo que eu queria nesse momento. Caso tenha dificuldade de entender ironia, estou sendo irônica agora.

Paciência, necessito de invocar paciência, é isso, como se faz isso eu não tenho a menor ideia.

─ Você só pode estar brincando comigo, Damon. Ele, justo ele. ─ aponto para o sujeito sentado à minha frente.

─ O que tem a ver eu? ─ ele aponta para si mesmo, bancando o desentendido logo comigo.

─ Você tentou me matar ─ digo com naturalidade, afinal, vivo fugindo da morte.

─ Na verdade... ─ nem deixo ele terminar, qualquer que seja a merda que vá sair de sua boca, espero que fique lá mesmo.

─ Cale sua boca. — me viro para Damon  — Dan, 1á disse não! ─ bom, agora pareço uma criança birrenta mesmo.

─ Mas em minha defesa, estava apenas testando você! ─ o sujeito só pode estar de brincadeira comigo, e se tem algo para o qual não estou hoje, esse algo é brincadeira.
Paro de andar que nem louca e me concentro no indivíduo a minha frente. Continuo encarando-o e levanto uma sobrancelha ainda sem acreditar no que ele disse. Isso realmente está virando um circo.

─ Eu preciso mesmo dizer algo? Quem precisa ser testado aqui é você, né? Quer umas aulas? ─ digo para ver se ele se lembra do acontecido, só pode que tem amnésia.

Ele levanta da cadeira rapidamente e sem aquela pose de "sou dono do mundo", parece que alguém aqui se estressa fácil e no momento nem estou falando de mim.

─ Eu que fui bonzinho com você garotinha, apenas isso. ─ ele diz num tom irritado e desdenhoso. 

Juro que em uma fração de segundos aquilo me trouxe um bom humor danado. Mas foi só em uma fração, porque espera lá, ele realmente falou comigo como se eu fosse uma criança de dez anos?

─ Tem certeza disso, senhor Brad? Acho que não é isso que suas partes baixas pensam... ─ devolvo em um tom bem-humorado que nada se parece com meu humor no início dessa conversa, eu devo ser bipolar, é isso.
Abro um sorriso, ele faz uma careta que chega até ser engraçada.

─ Você ─  aponta o dedo bem no meu rosto ─ Nunca mais encoste em T.e.o.d.o.r.o. 

Não aguento e começo a gargalhar quase perdendo o fôlego. Isso já está passando dos limites, quem dá nome para algo assim? E pior, esse nome? De onde ele tirou esse nome?

A Máfia Entre NósOnde histórias criam vida. Descubra agora