Capítulo 19 - Katherine Cárter

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Damon Stuart, o irmão da garota que eu encontrei na rua, chegou chamando a atenção de todos na cafeteria. Cara fechada e sério demais, mas assim que seu olhar bateu em Liv, dava pra perceber o quanto ele era preocupado com ela, provavelmente eles só tinham um a outro. Eu achei bonita a forma que ele a tratou, por uma fração de segundos eu desejei ter irmãos. Damon foi gentil quando se apresentou pra mim e apesar de sua cara ser muito séria, eu o vi abri um meio sorriso para irmã. Ele chegou a me oferecer uma carona, mas uma coisa é eu ajudar a irmã dele, que me parecia muito assustada, e outra bem diferente é eu aceitar carona de um estranho.

Eu sinto que minha vida de uma hora para outra mudou, e nem sei dizer o porquê de tantas mudanças, e tampouco sei responder os questionamentos que faço para mim mesma. Acho que estou ficando louca. São tantas coisas, que prefiro deixar o tempo responder. Saio dos meus devaneios e olho em volta, estou só. Com um suspiro pego minha bolsa, mas ela acaba caindo, sempre desastrada. Quando me abaixo para juntar as coisas, um papel me chama atenção. Damon Stuart. Esse nome alerta em néon para mim. Logo abaixo tem o número de Liv. Seria um incômodo mandar uma mensagem para ela, mal a conheço. Não que eu conheça as pessoas aqui né, mas não sei. Tomo coragem e decido mandar a mensagem.

"Oi, Liv. É a Katherine, do outro dia, não sei se ainda lembra de mim. Eu só queria saber como você está."


Ok, talvez eu não deveria ter mandado a mensagem, não é como se ela fosse me responder ou talvez responda, não sei, bom, já está feito, a mensagem foi entregue.

Andando pelas ruas de Lisboa sem rumo, eu me sento em um banco de uma pracinha e observo as crianças brincarem, o vento fresco bate contra minha pele e é uma sensação boa. Sinto meu celular tocar, pego para ver quem seria e era o doutor Rui, meu chefe

─ Doutor, que surpresa o senhor me ligar ─ digo atendendo no segundo toque.

─ Oi Katherine, tudo bem, eu vou logo ao assunto ─ Ele fala e eu me limito a ouvir ─ Hoje vai haver uma palestra para psicólogos aí em Lisboa e como você está aí, eu resolvi perguntar se você não quer me fazer esse pequeno favor e ir para mim... ─ Ele fala e aguarda a minha resposta

─ Ok, deixa eu ver se entendi, você quer que eu tire um tempinho a ir assistir a palestra e depois te mando tudo o que foi falado, certo? ─ Eu falo já sabendo que é exatamente isso que ele quer.

─ É isso e me desculpa, eu sei que é suas férias e que você não deveria trabalhar nelas, mas no momento você é minha única opção, então faria isso? Isso vai aumentar os seus conhecimentos como psicóloga, ambos sairíamos ganhando, não pode desperdiçar uma oportunidade dessas ─ Ele fala parecendo desesperado para que eu aceite, o que é óbvio que eu vou aceitar, além do mais, quando é que eu digo não? E ainda mais se isso vai me ajudar a aumentar meu conhecimento na área.

─ É claro que eu aceito, só preciso de um endereço, horário e tudo resolvido eu estarei lá ─ Respondo ele e quase escuto um suspiro de alívio vindo de sua parte.

─ Vou te mandar por mensagem, obrigado mesmo Katherine, você sempre foi a melhor ─ Ele fala e então encerra a ligação.

É, parece que eu tenho um evento para ir hoje... falo comigo mesma já me levantando do banco da praça para volta para o hotel e me arrumar para a tal palestra.

A palestra iria ocorrer na universidade Lusíada, uma faculdade de Lisboa, então pego um táxi, o qual me leva ao meu destino, eu confesso que estava meio perdida quando cheguei, eu não conhecia nada ali, precisava me informar onde ocorreria a palestra, foi quando eu avistei alguém que parecia estar procurando o mesmo que eu, então me aproximei dela
─ Oi, desculpa, é... você veio para a palestra? ─ Pergunto à mulher assim que me aproximo, ela tem a pele morena e os cabelos cacheados, muito lindos por sinal.

─ Olá, boa noite, eu vim sim. E você? ─ Ela olha para mim e responde.

─ É, eu vim também, você sabe onde vai ser? É que essa universidade é enorme ─ Falo abrindo um pequeno sorriso.

─ Para ser sincera, não faço a mínima ideia, estou tão perdida quanto você. ─ Ela me responde o que eu já desconfiava, que também estava à procura do local.

─ Então podemos procurar juntas, se você não se importar, é claro ─ Eu falo para ela, tentando não demonstrar que eu não queria ficar procurando sozinha.

─ Vou adorar, até porque não quero ficar perdida nesse lugar. ─ Por sorte ela aceita.

─ Ótimo, e a propósito eu sou a Katherine ─ Eu estendo minha mão para ela me apresentando.

─ Katherine, lindo nome. Eu me chamo Fabiola Hadassa ─ Ela se apresenta.

─ É um prazer, Fabiola ─ Digo e apertamos nossas mãos.

─ O prazer é todo meu, mora aqui por perto mesmo? ─ Ela me pergunta.

─ Na verdade eu não moro aqui, estou de passeio na cidade ─ A respondo enquanto andávamos atrás de outro grupo de pessoas.

─ Sério? Eu também, está na casa de algum parente ou hospedada em algum hotel? ─ Ela me faz a pergunta e eu a respondo logo em seguida.

─ Eu estou em um hotel, não muito longe daqui.

─ Eu também estou hospedada aqui por perto ─ Ela me fala e eu percebo que finalmente tínhamos encontrado o local da palestra.

─ Que legal, finalmente encontramos o local que ocorrerá a palestra, não estamos mais perdidas. ─ Falo e abro um sorriso.

─ Que alívio, parecia que estávamos andando em círculos. ─ Ela também abre um sorriso ao me responder.

Logo nos sentamos próximas e observamos tudo até um senhor de meia idade subir no palco e começar a falar e quando começa, eu pego meu caderninho dentro da bolsa e começo a anotar as coisas mais interessantes, sabia que me seria útil, além de mandar para doutor, eu amava estudar coisas sobre minha área de trabalho, mais conhecimento sobre o comportamentalismo, comportamento com a genética, fatores internos como hormônios, neurotransmissores e externos estímulos sociais, entre outras coisas.

Quando finalmente acaba, eu me levanto do meu lugar juntamente com Fabíola e fomos juntas até a entrada da faculdade, e antes de ir em busca de um táxi que me leve embora novamente, eu vou me despedir dela.

─ Bom Fabíola, eu me despeço de você aqui, foi um prazer te conhecer ─ Digo com um sorriso gentil no rosto.

─ O prazer foi todo meu, espero nos encontrar novamente ─ Ela fala e acabamos por dar um abraço de despedida, e eu lhe entregar meu número.

─ Aqui está meu telefone, ainda vou ficar mais uns dias na cidade, então pode ligar caso queira marcar algo ─ Falo para ela e deixo outro sorriso.

─ Bom, obrigada, até mais então Kathe ─ Ela dá um aceno com a mão enquanto eu seguia para ir pegar o taxi, por sorte não demorou passar um.

No meu quarto do hotel já pronta para dormir eu repasso tudo o que já vivi nesses poucos dias que estou em Lisboa.

─ Lisboa e suas surpresas ─ Sussurro com um pequeno sorriso nos lábios e fecho meus olhos.

[...]

Parece que os personagem começaram a se conectar em. O que será que Lisboa aguarda para Kathe? Continuem CONECTADOS...

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