Capítulo 58 - Katherine Cárter

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Sabe quando as coisas mudam? Que uma hora você está super triste e chora com facilidade, quando você se sente só, sente que é uma carta fora do baralho? Então, não me sinto mais assim no meio deles — Damon, Liv, Brad — eu realmente me acostumei com eles. É claro que sinto falta da minha família, mas estar aqui soltando risadas e brincando com cada um era algo bom. Eu não chorava mais e nem ficava triste pelos cantos da casa, poderia dizer que agora tenho amigos, amigos de verdade apesar das diferenças de cada um.

Liv ira me ensinar algo hoje e posso dizer que estou com bastante expectativas, nunca fiz nada do tipo. Claro que não sei no que exatamente eles mexem ou trabalham, mas isso não importa, não agora. Com o tempo eu poderia descobrir. Aprender algo que eles fazem irá fazer com que eu me sinta mais próxima deles e eu quero muito isso, por mais surpreendente que seja.

Chegamos no terreno o qual Liv nos trouxe, uma verdadeira natureza. Um campo limpo, com gramas verdinhas e cheio de árvores em volta... É lindo. Eu sai do carro respirando aquele ar fresco, sentindo o vento em cada canto da minha pele. Finalmente eu havia saído de casa e pegado um ar puro, isso é sempre bom.

Pelo canto do olho vejo Liv se aproximar juntamente com Brad.

— Aqui é meu mundo. Faz com que tudo ao redor desapareça e fique apenas você e a natureza. — diz Liv de forma amorosa, logo fechando os olhos e sentindo a brisa bater em seu rosto.

— É realmente muito lindo, eu adorei. — digo sorrindo para o vento.

— Não se engane. Vamos, temos uma trilha pra seguir. — fala andando na frente.

— Eu pensei que seria aqui. — digo confusa, mas a sigo.

— Ah não, ainda temos que andar um pouco.

— Ainda não entendi o que eu vim fazer aqui. — diz Brad, como sempre reclamando.

— Não é pra você entender. — Liv rebate.

— Só fique calmo, Brad, logo você entenderá.

Andamos mais um pouco por uma trilha até chegar no local indicado. Era um campo aberto, tinham um balcão e logo a frente podia ver as as árvores com plataformas ao qual eu logo presumi que era de tiros ao alvo, já vi algo assim pela TV, com a diferença que aqui eram nas árvores. Nunca tinha visto pessoalmente e isso explica eu não ter ideia de como se chama e então o balcão de madeira suponho que é para guardar as armas.

— Liv? — chamo e ela logo vira pra mim — Resolveu mudar de ideia e vai me ensinar a atirar? — arqueio a sobrancelha.

— Ah, sim. Seu soco provavelmente vai ser fraco, um tiro é melhor. — ela sorri.

— Bom, se é assim... você quem manda.

— Vou só escolher algumas armas a qual você vai usar e pegar minha neném que tô precisando distrair.

— E eu faço o que? — pergunta Brad olhando tudo atentamente parecendo estudar o local.

— Você fica ali perto daquela árvore. — Liv aponta e ele sorri andando pra um local onde não havia reparado ser uma casa não muito grande, mas bonita e com um ar rústico.

— Brad? — chamo sua atenção — Você tem experiência com isso, então tem alguma dica pra uma principiante? — pergunto.

— Não erre o tiro. Isso é minha dica, se errar o tiro seu oponente terá um pouco mais de vantagens sobre você e tenho certeza que não quer levar um tiro, né? - pergunta se sentando em um dos bancos perto da casa.

— É claro que não quero levar um tiro. — faço uma careta e continuo — Mas parece tão complicado essa coisa de atirar.

— Não é. Às vezes queremos que as coisas saiam tudo do nosso jeito, detalhadamente, e esquecemos que não somos nós que escolhemos quando ou como vai acontecer. Então não adianta você se esforçar, faça por diversão, não por precisão. Você vai precisar, mas se divertir com isso é melhor. A consciência pesa menos.

A Máfia Entre NósOnde as histórias ganham vida. Descobre agora