Capítulo 38 - Fabiola Hadassa

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Assim que a palestra foi finalizada eu e Kathe levantamos e saímos juntas até a entrada da faculdade. Antes que ela fosse em busca de um táxi nos despedimos com um abraço. Com um sorriso gentil no rosto, ela me passou o seu contato dizendo que iria ficar mais alguns dias na cidade e caso eu precisasse poderia ligar e marcar algo. Então ela se foi e em seguida o meu táxi chegou e eu também fui para o hotel.

Havia se passado alguns dias, eu não tinha notícias do meu irmão e suspeitava que ele tinha ido embora. Meu pai havia dito que ele iria sair da cidade. Estou sozinha aqui mas pretendo criar minhas próprias raízes nesse lugar. Era noite e eu estava exausta. Tomei um banho e assim que cai na cama adormeci. 

Acordo com meu despertador tocando e olho no relógio. Ainda são sete da manhã. Resolvo ficar um pouco mais na cama pois não tenho nada programado pro dia. Quando são dez horas, me levanto e tomo um banho bem demorado, me troco e desço pra tomar um ar. Vou caminhando meio sem direção quando de repente sinto meu corpo colidir com o de alguém.

— Ei, eu conheço você. — escuto o cara que ainda segura minha cintura pra eu não cair.

— Ahn? Você? O que faz por aqui? Realmente esse mundo é pequeno, quem diria que iríamos nos esbarrar de novo...

— Mundo pequeno? Não é mesmo, eu moro aqui perto.

— Sério?! Ou o mundo é pequeno ou o destino quer nos dizer algo.

— Acredita nessa história de destino? — ele dá uma risada nasalada e logo acrescenta — Eu não tenho nada para fazer agora não quer da uma volta? A não ser que você não queira sair com um desconhecido.

— É a segunda vez que nos esbarramos, acho que não somos tão estranhos assim. Na verdade, eu também não tenho nada para fazer então aceito a sua companhia. É bom para nos conhecermos melhor.

— Ótimo, então vamos. Conheço uma cafeteira aqui perto, acho que você vai gostar. Seu nome é Fabíola, certo? — ele pergunta

— Sim. Nossa, fico feliz que você ainda lembre o meu nome. O seu é Thomas, não é?— eu pergunto e ele concorda, logo começamos a andar em direção a cafeteria. Passados alguns minutos chegamos ao local. Olho em volta, admirando o ambiente. Já tem uns dias que estou aqui na cidade e ainda não tinha vindo nessa cafeteria.

— Gostou? — ele pergunta, me observando.

— Sim, é tudo muito bonito e organizado.

— Verdade. Por isso que sempre quando tenho um tempo dou uma passadinha aqui.

— Muito bom.

Sentamos e logo fizemos nossos pedidos. Assim que os pedidos chegam, um silêncio brota entre nós. Depois de terminarmos o nosso café, ele paga e andamos, ainda em silêncio. Como o clima já estava ficando estranho, resolvo falar algo.

— Mas e aí, você mora com sua família ou sozinho?

— Eu moro sozinho. Cheguei em Portugal já faz algum tempo e consegui me estabilizar por aqui. — sorri para mim. Há algo nele que desperta minha curiosidade — Mas e você? Veio a passeio ou a trabalho? 

— Na verdade vim a procura de algo melhor. Devido alguns acontecimentos, acabei me desanimando de lá e como minha amiga sempre me disse que aqui era maravilhoso, resolvi experimentar. E realmente ela estava certa! Quanto mais tempo fico aqui, mais tenho vontade de permanecer. — dou um sorrisinho meio tímida pra ele. Quanto mais o olho, mais o admiro. Ele é tão lindo. Na verdade, desde que o conheci no aeroporto, não parei de pensar nele um minuto.

— Sua amiga está certa. Aqui é um lugar muito bom. Se você quiser, posso te levar para conhecer alguns lugares. 

— Eu iria amar. Até porque não conheço nada aqui e conhecer lugares na sua companhia seria ótimo. — toda vez que ele dá um sorriso eu me encanto mais. Quando olho para o lado, percebo que ele está olhando para o relógio com uma careta. — Está atrasado, não é?

— Então... hoje a levarei para jantar, o que acha? Tem um restaurante que eu costumo frequentar, gostaria que conhecesse. Desculpe, estou atrasado sim, mas não importa, valeu a pena.

— Que bom. Sim, eu aceito o convite. Como faço pra te encontrar ou onde você me pega?

— Me diz onde está hospedada e eu irei buscá-la. — tira do paletó um cartão e me entrega — Aí está meu contato, pode me ligar a qualquer hora, caso precise de algo.

— Estou hospedada em um hotel aqui perto. — pego o cartão que ele me oferece com o seu contato. Esperei tanto por esse momento de ter o contato dele, será que estou apaixonada por um desconhecido? Não pode ser, eu nunca senti isso por ninguém. Fico parada por um minuto com os meus pensamentos, mas logo sou interrompida por uma voz suave.

— Bom, agora eu preciso ir, obrigada pela sua companhia, Fabíola. Foi um prazer revê-la. Estarei passando para te buscar as oito da noite, tudo bem para você?

— Eu que agradeço. Por mim tudo bem, então nos vemos as oito. — antes de sair andando, ele pega em minhas mãos e se despede com um beijo no meu rosto. Mais uma vez fico sem reação e dou um sorrisinho meio envergonhado de lado pra ele. Então se vira e anda na direção oposta. Eu o observo até que sua silhueta suma do meu campo de visão.

Olho pro relógio e já são uma e quarenta. Nossa, como as horas passaram rápido! Resolvo voltar para o hotel. Assim que chego me jogo no sofá e fico pensando no Thomas e contando as horas pra o vê-lo de novo. Sim, essa noite promete. Acabo apagando em meio aos meu pensamentos e quando desperto já são seis e cinquenta. Levanto rapidamente, vou até meu guarda-roupas e pego um vestidinho preto justo um pouquinho acima do joelho, um tênis branco e minha bolsa. Deixo o meu look montado  em cima da cama e vou pro banheiro. Tomo um banho rápido e logo saio. Termino de me vestir e de me maquiar e me olho no espelho novamente. Sim, hoje estou radiante.

Pego me celular vejo que já são sete e cinquenta. Disco o número do Thom e no segundo toque ele atende.

Ligação on.

— Alô? Thom?
— Sim! Quem é?
— É a Fabíola .
— Oi Faby, estava aguardando a sua ligação .
— Estou pronta, só aguardando você.
— Já estou aqui embaixo te esperando, acabei de chegar.
— Okay, já estou descendo.

Ligação Off.

Pego minha bolsa e saio em direção ao elevador. Assim que chego a recepção, o vejo de longe. Fico perplexa pois ele está muito mais lindo do que de manhã. Quando ele me vê, dá aquele sorrisinho e acena com a mão. Vou em direção a ele.

[...]

Continuem conectados!!!

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