IV

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Eu superei você

Por Adam:

Eu não conseguia parar de observá-la. Eu estava com muita saudades da Mary e só de olhá-la, eu já estava satisfeito. Ela era um anjo, o meu anjo. Eu faria de tudo para tê-la de volta, e mesmo que ela não me quisesse mais, todo esforço iria valer a pena, tudo pela Mary vale a pena.

      Ela pulava e cantava junto ao som da versão Or Nah do Somo. Eu fiquei feliz a ver que a Mary tinha esquecido que eu estava lá, pois a mesma poderia curtir os shows sem se preocupar comigo. Dylan a observava com um sorriso no rosto, encantado com a beleza e o jeito descontraído dela. Era bom saber que não era só eu que estava apaixonado por aquela garota. Mas também era ruim, porque eu sabia que as chances de eu ter a Mary de volta era 0,1% ou talvez 0%.

      Uma outra música começou a tocar e eu conhecia aquela bem: "You can buy everything". Mary gritou e jogou os braços para cima. Ela cantava junto a música e remexia o corpo e então, ela se virou para mim e paralisou.

      — "Você pode comprar tudo, mas você não pode, você não pode comprar o amor" — Mary moveu os lábios na minha direção e o meu coração disparou.

      — "Eu morreria por você. Eu mentiria por você. Eu roubaria por você. Eu choro por você. Eu monto por você. Vou deitar toda noite sob o céu com você." — movi os lábios de volta e ela respirou fundo se virando para frente, e ficou parada, pensativa.

       Droga! Fiz merda.

      Passei a mão no cabelo, bagunçado os fios e suspirei. Eu não podia acabar mais uma vez, mas eu era egoísta demais para não querer a Mary de novo. Eu poderia magoá-la de novo e isso me atormentava. Eu deveria calcular cada passo para conquistar o meu anjo de volta. Eu tinha esperança que a Mary tivesse um resto de amor por mim, eu contava com aquilo. No entanto, se ela não me amasse mais, quem sairia quebrado seria eu.

       Mary foi até o Dylan e o abraçou, apoiando o rosto no peito dele, assim como ela fazia comigo. Mil vezes merda! Não sabia que doeria tanto vê-la com outro, que a tratava melhor que eu.

      Eu a tratei muito mal quando nos conhecemos, fiz ela chorar antes mesmo de a mesma estar apaixonada por mim. A humilhei tantas vezes na frente das pessoas, disse coisas horríveis sobre ela e mesmo depois de tudo, Mary me perdoou e quis tentar algo comigo, mesmo depois de perder sua melhor amiga por minha culpa. Eu só a fiz chorar e sofrer e mesmo assim, ela tentou esquecer cada coisa que eu fiz e me amou a cada minuto. Mas no último momento, eu vi que a Mary estava cansada de tentar um relacionamento comigo e depois eu fui embora.

      — Vamos embora? — Lindsay perguntou me observando.

     — Vai ter o último show ainda. Bon Jovi, lembra? — Digo a encarando e a mesma revirou os olhos. — Se você quer ir, você vai? — Dou de ombros.

     — Não! Não vou deixar você sozinho! Tem muitas garotas aqui. — Cruzou os braços e bateu o pé.

      Lindsay era ciumenta demais. Ela deve achar que eu sou o homem mais lindo do mundo e que todo mundo está afim de mim.

       — Relaxa...

      A puxo para os meus braços e beijo o topo da sua cabeça. Lind me aperta entre os seus braços e eu respiro devagar, direcionando o meu olhar para Mary que agora me encarava descaradamente. Quando a mesma percebe que estou a olhando de volta, ela vira a cabeça e sussurra algo no ouvido do Dylan que apenas concorda com a cabeça. Mary passa por nós e sai entre a multidão. Tento não a perder entre as pessoas e solto Lindsay, dizendo que iria comprar uma cerveja.

Nossas verdadesWhere stories live. Discover now