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Bêbada o suficiente

Por Mary:

      Adam colocou o copo em cima do balcão e me encarou, analisando o meu rosto. Eu odiava quando ele fazia isso, como pudesse ver através de mim mesma e descobrir o que eu escondia. Eu tentei desviar o olhar, mas não consegui. Passei a língua sobre os lábios e respirei fundo.

— Adam... — O chamei e o mesmo ficou calado.

— Só me diz... Ele trata você melhor que eu? — Perguntou e senti a tristeza carregada em sua voz.

        — Adam, aqui não é lugar para conversamos sobre isso... — Digo passando o dedo em volta do copo de whisky que eu mal bebi. — Eu pedi para você esquecer...

        — Mas você não esqueceu. Eu sei, Mary! Você pode ter mudado, mas eu ainda te conheço. — Disse um pouco mais alto, por conta das batidas da música que começou a tocar. — Eu estou tentando esquecer você e posso dizer que estou conseguindo, mas se você não colaborar, eu não vou conseguir.

        Adam tinha razão, eu sabia disso. Eu pedia para ele esquecer todo o nosso passado, sendo que eu, cada vez que o via, lembrava cada vez mais de tudo. Porém eu não podia admitir isso, pois eu também o conhecia o bastante para saber que ele iria tentar algo. Tudo estava confuso! Eu estava bem, mal lembrava quem era o Adam e minha vida estava caminhando normalmente. Mas Adam Ashworth tinha aquele poder, de chegar e bagunçar tudo, tomar a minha sanidade e sumir com ela.

         — Eu estou confusa, e não sei o que fazer. — Suspiro devagar e encaro o copo na minha mão. — Podemos conversar depois? Amanhã?

         — Está bem! — Sua voz saiu animada. — Posso ir na sua casa?

         Concordei com a cabeça e o Adam sorriu, exibindo todos os dentes. Eu precisava conversar com ele, sem brigas, gritos ou lágrimas. Precisávamos contar o que sentíamos de verdade — esse era o meu problema — e sobre o que queríamos. Eu sabia basicamente o que eu queria da minha vida e o Adam não estava incluído nesse meu plano.

         Apertei o copo nas minhas mãos e o levei até a minha boca, tomando um grande gole. Fiz uma careta horrível e o Adam riu bebendo um gole do seu. Nossa, como eu odeio Whisky!

         — Eu vou procurar o Dy. — Digo colocando o copo em cima do balcão.

         — Eu vou descer junto com você. — Disse limpando o canto da boca.

         Adam deixou o copo em cima da cima da bancada e começamos a ir em direção a escada. O segurança nos deu passagem e eu desci com cuidado, tentando não cair. Adam colocou a mão nas minhas costas quando chegamos no final da escada, me conduzindo entre as pessoas que estavam ali. O som era bem mais alto do que se podia ouvir no salão VIP. Adam afastava as pessoas para que pudéssemos passar e eu apenas o deixava me conduzir.

        — Temos que procurar eles! — Grito.

       Ele não respondeu nada e quando olhei para frente, Dylan estava perto do Bar e conversava com uma morena alta, eles riam de alguma coisa. Franzi a testa não entendendo e o uma corrente de ciúmes me tomou inteira. Aumentei os passos e Adam segurou o meu braço. Olhei para ele e soltei com força.

         Eu sabia bem quem era aquela mulher! Era a Charlie, o xodó da família do Dylan, vulgo ex-namorada dele. Eu a vi uma vez, em uma festa aleatória com alguns amigos do Dylan e ela deu em cima dele descaradamente. Eu não liguei, pois tínhamos uma relação casual, mas hoje era diferente.

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