XVIII

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Dias em dias

Por Adam:

Eu passei uma boa parte da noite acordado, com um canal de esportes na televisão, mas na verdade, eu estava com o pensamento longe. Eu mal percebi, mas comi uma pizza inteira enorme, perdido em uma loira, baixa e dona de uma boca carnuda. Quando eu penso que estou no controle da minha vida e que estou bem não respirando o mesmo ar que a Mary, percebo que estou me enganando e que eu ainda estou na mesma. Eu não sei o que aconteceu ontem comigo, mas quando eu vi a Mary no corredor, com aquele vestido florido, toda a raiva que guardei dela, evaporou em segundos.

     Eu sabia que ela estava na casa dos meus pais, o Justin comentou enquanto falava com o Gael por mensagens. A minha maior vontade era voltar para o hotel e pedir um serviço de quarto, porém eu estava com saudade do bolo de camarão da senhora Evans, vulgo Nina, a cozinheira da casa dos meus pais, e não iria deixar de comer uma comida deliciosa por causa da Mary Angel. Antes eu tivesse voltado para o hotel, porque acabei por entender que só conseguia sustentar a minha raiva pela Mary quando ela estava longe de mim. Só a calmaria em sua voz, me relaxava e o sorriso doce me fazia esquecer o porquê de eu estar bravo com a mesma.

      Aquela garota era a pura perdição. Os lábios da Mary me deixava maluco por pensar nas coisas que ela sabia fazer com aquela boca avermelhada e um pouco machucada por ela sempre morder quando está nervosa. Eu queria beija-lá até perder o fôlego e talvez, foder ela até não aguentarmos mais, no entanto, éramos compromissados e eu tentava ter o mínimo de respeito pela Lind, não iria cometer o mesmo erro que cometi com a Hanna. Eu sei que a Mary nunca trairia o Dylan, ela parece gostar bastante dele e parece ter uma grande consideração por ele.

Eu odeio acordar cedo, ainda mais sabendo que eu poderia dormir o resto do dia, porém tive que ir no shopping comprar um celular novo para o Jason e estou indo na casa dos Jones, para ver como estava a Lindsay. Eu liguei para ela ontem a noite, quando estava à caminho da casa dos meus pais, mas a mesma não atendeu e preferi passar na casa dos pais dela para vê-la.

O meu celular começou a tocar e eu atendi pela tela do carro.

— Oi, pai.

Oi, filho. Onde você está?

Estou indo ver como a Lindsay está.

Quando vai trazê-la para sua mãe e eu a conhecermos?

— Não sei, tenho que ver com ela. Talvez, vocês a conheça no chá de bebê da Ellize. Enfim, o que o senhor quer?

Você pode passar aqui em casa depois? Preciso que você assine alguns papéis do apartamento novo em Londres.

Tenho que assinar hoje?

Tenho que mandar os documentos para a imobiliária hoje, Adam. Ou você quer ficar sem apartamento?

Esta bem, pai, passo aí mais tarde. Tchau.

Juízo, Adam.

    A chamada foi encerrada e eu suspirei.

Eu estava mudando de apartamento, pois teve uns problemas com o meu, mas já está resolvido. O meu pai insiste em continuar pagando o condomínio, sendo que eu posso pagar. Posso dizer que é até bom ele pagar as minhas despesas, mas ele sempre joga na minha cara que eu deveria ser mais responsável e pagar as minhas contas. No entanto, quando eu digo que não preciso mais do dinheiro dele, o mesmo diz que não se importa de me sustentar. Eu sempre tentei ser independente, mas os meus pais nunca deixaram. Eu queria trabalhar desde os meus 16 anos, mas o meu pai não deixava, dizia que eu era muito novo para isso e que eu não precisava de dinheiro.

Nossas verdadesWhere stories live. Discover now