VII

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Adeus, meu anjo.  

Por Adam:

O que estava acontecendo comigo? Eu deveria ter ficado na Inglaterra, com o mesmo pensamento de nunca mais voltar. Mas a Ellie está grávida e a Lindsay queria que eu conhecesse os pais dela. Se fosse por mim, eu não voltaria, nunca mais... Eu não aguento olhar para a Mary e saber que eu não posso beija-la ou saber que ela é a minha garota. Isso estava me matando por dentro e eu não podia fazer nada.

     A Mary não se decidia, eu não sabia se me afastava ou se ficava por perto. Quando ela me abraçou, meu coração bateu mais forte e eu tive que tentar regular a minha respiração. Aquela garota acabava comigo, todas as vezes. O seu cheiro me preencheu e eu me senti realizado. Se a Mary soubesse o quanto eu precisava dela e do seu abraço, ela voltaria para mim? Eu aprendi a não depender dela esse tempo que passamos longe, mas parece que o meu esforço estava indo por água abaixo.

        A minha noite foi horrível. Mais uma vez, eu estava sozinho naquele hotel, muito perturbado e bebendo mais um dia. Eu chorei tanto que dormi de cansaço. Eu tinha que a ter de volta, mas a Mary parecia tão convicta de si que eu não sabia como a reconquistar. Será que a minha Mary realmente não me ama mais? Eu espero que seja mentira... A Mary poderia negar para si mesma e achar que não me amava mais, porém eu sabia que a mesma estava errada! O modo como ela agiu na noite anterior, perto de mim, deixou bem claro que eu ainda tinha um poder sobre ela.

      Eu precisava conversar com ela, civilizadamente. Queria conversar sobre o que aconteceu com a gente, sobre nós dois e sobre ela. Mesmo que fosse o nosso fim, definitivo, eu precisava saber como a Mary se sentia e ela precisava saber como eu me sentia.

        Bati na porta pela segunda vez e respirei fundo. Minhas mãos estavam soando e a minha nuca também. Respirei fundo quando a porta se abriu e o senhor Cooper apareceu com uma lata de cerveja na mão.

        — Adam? — Franziu a testa. — O que... — Ele se cortou e arregalou os olhos.

        — Olá, senhor Cooper. — Coloco as mãos dentro do bolso.

       — Meu rapaz... Você não estava na Inglaterra? — Arqueou as sobrancelhas e eu concordei com a cabeça.

       — A faculdade entrou de férias e eu vim ver a Ellie e os meus pais... — Explico meio sem graça.

       — Que sotaque é esse! Bem que a Mary diz que é impossível entender britânicos. — Disse negando com a cabeça. — Aliás, ela sabe que você voltou? — Disse se aproximando de mim e sussurrando.

       — Sim! Eu encontrei com ela algumas vezes. — Digo mordendo os lábios, nervoso. — Aliás, ela está?

       — Não, foi no supermercado. Quer entrar? — Perguntou encostando o corpo na porta e me dando passagem.

       Concordei com a cabeça e passei por ele, olhando a sala de estar. As coisas estavam do mesmo jeito, exceto por alguns objetos de decoração. O Senhor Cooper se sentou na poltrona e eu me sentei no sofá. Ele estava assistindo o último jogo do NY Giants que teve.

— Então, como você está? — Ele perguntou abrindo uma latina de cerveja que estava em cima da mesa e me entregando. — Estou sabendo que só falta um semestre para terminar a faculdade.

— Sim. Está uma correria com a papelada. Nem acredito que se tudo der certo, vou virar advogado. — Sorrio orgulhoso de mim mesmo. — Espero ser como o senhor um dia.

— Que nada! Você vai ser o maravilhoso advogado que os seus pais são. — Disse bebendo um pouco da cerveja. — Você é um bom garoto, Adam, mesmo debaixo dessas tatuagens. — Ele inclinou a cabeça e me olhou. — É uma pena que você e a Mary não se amam mais.

Nossas verdadesWhere stories live. Discover now