XXXVII

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                                (Não revisado)
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Mensagem de voz

Por Adam:

Eu sei que não deveria ter feito isso, ter a deixado naquela manhã, sem mais, nem menos, apenas com uma mensagem de voz gravada na sua caixa postal. Eu sei que a decepcionei, eu me arrependo até hoje por ter feito aquilo com ela, não era a minha intenção destruí-la mais uma vez, mas era para o nosso bem, para o bem dela. Eu sei que disse que faria de tudo por ela, que desistiria de qualquer coisa para tê-la só para mim, mas quando eu vi, nos olhos dela, que estava totalmente entregue, uma coisa se quebrou dentro de mim. Eu não podia fazer isso com ela! Eu com toda certeza a faria perder tempo com mais um relacionamento, e ainda por cima tóxico igual ao nosso. Somos ruim para o outro, nos machucamos profundamente e nunca temos concertos. Não quero transformar a Mary em mais uma boneca na minha prateleira igual fiz há um tempo atrás, eu a amava muito, ao ponto de deixá-la ir.

    Já tinham se passado 3 meses. Tudo nesse tempo piorou! A Lindsay estava cada vez mais insurportável e medíocre, fazia chantagens comigo. Minha relação com ela era horrível, abusiva até. Eu já tentei terminar diversas vezes, mas ela sempre me ameaça com algo, como cometer suicídio, diz que não vive sem mim. Eu queria me livrar dela, eu me sentia sufocado naquele relacionamento onde eu não podia tomar as minhas próprias decisões. A Lindsay surtava quando eu ficava perto de qualquer outra mulher, ela tinha medo que eu a trocasse por alguém, eu entendi esse seu lado, mas é uma coisa que está me abalando de mais.

Eu estava enlouquecendo, minha saúde mental não estava uma das melhores, o que me resultava ficar internado por dias na clínica. Eu fiquei 1 semana confinado na clínica depois de um surto. Foi horrível! Eu ouvia aquelas vozes na minha cabeça, me dizendo o que fazer e o que não fazer, elas me levavam até o gatilho de uma arma e eu não entendia o porquê. Eu sempre me dei bem com as vozes que existem na minha cabeça, elas são minhas companheiras, mas ultimamente temos entrado em um conflito horrível e isso só piora. Nos últimos dias, eu tenho tomado mais calmantes do que eu deveria, e sei que isso vai me prejudicar, mas eu preciso de um alívio na minha mente e de um descanso, eu juro que não aguento mais isso. É horrível ter bipolaridade, não é apenas mudanças de humor constantes e sim surtos psicóticos e pensamentos horríveis, entre outras coisas. Eu voltei a fumar maconha e cigarro para ver se isso me acalmava, mas nada adianta, mesmo chapado, eu pensava nela, na minha Mary e começava a gritar e chorar.

Eu não aceitava o fato dela ter seguido tão bem, como se não existíssemos. Eu sei que fugi dela, a deixei em um quarto de hotel sozinha, mas eu não pude evitar, eu estava assustado de ver que realmente a Mary nunca deixou de me amar. Ela me bloqueou em todas as redes sociais dela, menos no Snapchat, eu a via com o Dylan sempre, sorrindo e se amando, mais feliz do que nunca, vivendo a vida dela que sempre sonhou, sem mim.

A única coisa que tem me animado é saber que logo logo o Henry vai nascer e vai trazer alegria para a minha família e para mim também. É ruim saber que ele vai crescer sem o padrinho dele, só se a Ellie vir para cá. Eu estou bem animado para ter um sobrinho, mesmo eu nunca ter pensando nisso, que um dia a minha irmã ficaria grávida.

Acendi um cigarro e dei uma tragada, sentindo s fumaça me tomar por dentro, e então soprei no ar, deixando que aquele cheiro me tomasse. O meu celular começou a tocar e eu revirei os olhos, vendo o nome da Ellie escrito na tela, dei mais uma tragada no cigarro e o joguei no chão, pisando nele e o apagando.

— Fala que estou ocupado.

Que mal humor... — Sua voz falhou por um momento e eu percebi algo de estranho.

Nossas verdadesWhere stories live. Discover now