XIX

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Desejo

Por Adam:

     Como eu odeio debater com mulheres, porque no final de tudo, elas sempre vão fazer algo que as façam parecer certa ou elas estarão certas! Com a Ellie e a Mary não eram diferentes. Elas colocaram vários pontos positivos em assistir Monstro S.A e infinitos pontos negativos em assistir Atividade Paranormal. Primeiro que a Mary tinha medo de escuro e depois ficaria com medo, segundo que a Ellie disse que não faria bem para o bebê e terceiro que a Mary Angel fez uma expressão fofa demais, e eu não resisti e cedi.

      Optamos por assistir o filme no quarto da Ellie, já que a sala de TV estava em reforma. Eu estava deitado na ponta da cama, a Ellie estava no meio e a Mary do outro lado da cama. A Ellize tem uma mania tão irritante de, toda vez que estamos juntos, me faz de cama. Ela estava com um perna em volta do meu quadril, o braço em cima da minha barriga e a cabeça no meu ombro. A mesma faz isso desde de pequena, a única diferença é que ela está grávida e o Andrew está chutando a meia hora.

— Ellize, pela décima vez, acalma o seu filho! — Pedi impaciente. Como eu odeio mulher grávida!

— Você é insurportável, sabia? — Ellie disse ainda agarrada ao meu corpo e eu respirei fundo quando o Andrew chutou mais uma vez.

Tirei os braços dela ao redor de mim e antes que eu pudesse me livrar dela, a mesma se levantou da cama rapidamente e foi para o banheiro. Franzi a testa para a Mary que deu de ombros.

— Grávidas fazem xixi toda hora, Adam. — Ela disse concentrada no filme.

Olhei para a Mary que assistia o filme atentamente e mal respirava. As caretas que ela fazia quando aparecia uma cena que não gostava muito, eram hilárias. Eu estava com um sorriso bobo no rosto e parecendo um idiota, observando a minha ex assistir um desenho animado e constatar que ela é linda de todas as formas possíveis.

— Para de me encarar, Ashworth. — Ela disse franzindo a testa e virando o rosto para me encarar. Suas bochechas começaram a ficar vermelha e ela sorriu envergonhada. — Sério!

Continuei a olhando, agora com um sorriso maior no rosto. Mary escondeu o rosto com o edredom e eu gargalhei.

— Você sempre me encarava, Mary Angel. — Digo me sentando na cama e puxo o cobertor, descobrindo ela.

— Não me chama assim. Eu odeio! — Ela disse colocando a mão no rosto.

Antes de eu me aproximar mais dela, a porta do quarto foi aberta e eu me afastei rapidamente. O meu pai colocou a cabeça para dentro do quarto e nos olhou.

     — Você pode vir assinar os documentos, Adam? — Ele disse me olhando e depois olhou para a Mary, sorrindo.

      Concordei com a cabeça e me levantei rapidamente da cama, indo até a porta, e antes de sair do quarto, dei uma olhada rápida para a Mary que me olhava. Respirei fundo passando pela porta e o meu pai a fechou, me encarando furioso. Caminhamos pelo corredor em silêncio e quando chegamos na escada, ele puxou o meu braço e me obrigou a encara-lo. E lá vinha a bronca.

      — O que estava acontecendo? — Perguntou cerrando o maxilar e eu franzi a testa.

— Não estava acontecendo nada, pai. — Digo levantando as mãos, em sinal de rendição.

— Você acha que eu sou idiota, Adam? Eu vi vocês ontem se encarando e boa coisa não era. — Respirei fundo e o meu pai fez o mesmo. — A Mary é como uma filha para mim e é uma garota de ouro. Se você estiver se aproximando dela com segundas intenções, assim como você fez antes, eu acabo com a sua vida, independente se você for o meu filho. — Ele apontou o dedo na minha cara e eu apenas engoli em seco, nervoso. — Ela merece muito mais do que você, saiba disso.

Nossas verdadesWhere stories live. Discover now