XVI

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Flagra

Por Mary:

Meu dia foi um completo lixo — ou uma parte dele. O Dylan ficou de cara feia para mim a todo minuto que passava. Ele não falava comigo, não me olhava, eu até tentei beijar ele, mas o mesmo me ignorou e fingiu que eu não estava no apartamento. E isso tudo só porque eu sumi pela parte da manhã e não dei satisfações. Eu sabia que esse não era o maior motivo daquela birra toda, sei que tinha a ver com o Adam e a jaqueta.

A única coisa que alegrou o meu dia, foi a ligação de vídeo da Ellie na consulta, fazendo a ultrassom para ver o sexo do bebê. E eu meu coração se encheu de alegria quando os batimentos cardíacos preencheu a sala do consultório e eu pude ouvir. Eu chorei de felicidade e de ansiedade para ter o meu afilhado nos braços. Quando a médica disse que era um menino, eu soltei um grito tão alto, que foi a única maneira do Dy perceber que eu estava no apartamento dele. Eu cuidaria do Andrew com muito amor e carinho, como se fosse o meu filho de sangue e não apenas de coração.

Eu prometi para a Ellie que iria passar a noite com ela. Eu estava com saudades da minha melhor amiga e nada que uma noite das garotas + um pacotinho não resolvesse.

Minhas coisas já estavam arrumadas, eu sempre deixo roupas aqui na casa do Dy, então nada com o que eu devesse me preocupar. Eu só peguei o carregador e as minhas maquiagens.

— Dy, você viu o meu hidratante? — Gritei do banheiro abrindo as gavetas, mas nenhuma resposta foi devolvida.

Bufei e fechei a gaveta com força. Ao passar pelo quarto, peguei a minha bolsa e o meu celular em cima da cama. O que estava acontecendo com o Dylan? Peguei a chave que eu tinha do apartamento dele e passei pela sala de estar, onde ele estava jogando videogame.

— Vai para onde? — Ele perguntou calmo e concentrado na televisão.

— Resolveu falar comigo, Dylan Pyer? — Digo debochadamente e solto um risinho no final. — Não te devo satisfações! — Rebati indo em direção da porta.

— Claro que deve. Eu sou o seu namorado. — Me virei de volta para ele e balancei a cabeça.

— Está certo... Porém não é o meu dono. — Balanço a chave entre os dedos e o observo dar pause no jogo.

— O que está acontecendo com você, Angel? — Dylan se levantou do sofá e virou-se para mim, com a testa franzida. — Por que você está agindo assim?

— Assim como?

— Como não fosse a Mary. — Ele respirou fundo, parecendo se controlar. Ele sempre se controla. — Você tem agido assim há um tempo. Me trata mal e sempre está brigando.

— Que mentira, Dylan. Ultimamente, tenho tentado não brigar com você. Estou passando por um momento difícil e... — Ele me cortou antes mesmo de eu terminar.

— Ah, momento difícil, é? — Perguntou debochadamente. — Já sei! O seu "momento difícil" é o seu ex-namorado? — Franziu a testa com um sorriso sarcástico. — Você tem agido estranho desde que esse babaca voltou. O que você tem com ele? Você o ama ainda?

Suspirei fundo sem acreditar. Não acredito que eu teria uma briga novamente sobre o Adam com o Dylan.

— Claro que não! Eu não o amo. Se eu o amasse, estaria com ele e não com você. — Digo impaciente já. — Eu só estou de cabeça cheia... O Adam estressa qualquer um com as mudanças de humor e a arrogância. — Passo a mão no rosto e ando alguns passos, na direção do sofá. — Eu sei que estou diferente esses dias, mas me desculpe? — Coloco a bolsa em cima da mesa e caminho até o Dylan, que apenas me observava. — Não me trata mais assim, está bem? Eu odeio isso! Sei que fui irresponsável por não ter avisado onde iria, pois deixei você preocupado. — Mexo a cabeça e paro na frente dele, que me encarou sem saber o que dizer.

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