XLVIII

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(Não revisado)

Cochichos

Por Mary:

Eu voltei para casa completamente arrasada e acabada. Eu precisava da minha cama e de saber que eu estava confortável o suficiente para chorar. Eu estava me sentindo fraca demais! Odeio ter que me fazer de vítima nesse modo sendo que eu estou causando a maior parte da confusão entre mim e o Adam. Sei que parece fácil apenas aceitar o que o Adam está pedindo, mas as coisas não são tão simples assim. Eu não posso desperdiçar a minha vida por conta do Adam e de seus caprichos. Sei que as coisas vão ser BEM mais complicadas agora, Adam e eu vamos ter uma filha e ao menos conseguimos chegar em um acordo. Seria uma longa gravidez e eu teria que ter muita paciência para aguentar ele.

Era óbvio que eu estava muito furiosa com ele! O Adam estava inventando mentiras do meu namorado, dizendo que eu não o conhecia sendo que eu sei muito bem do que o Dy é capaz e sei que ele não faria nada para me machucar. Dylan sempre foi um homem bom e um namorado maravilhoso, nunca me desrespeitou e me fez mal. Já eu o trai e ainda engravidei de outra pessoa, ele não merecia tudo o que eu fazia com ele, esmagava toda bondade e todo o amor que me oferecia. Era por esse e outros motivos que eu não podia terminar com ele, o Dylan passou por muita coisa para me perdoar e seguir em frente, esquecendo todas as traições.

Eu precisava bolar um plano para ver o que eu iria fazer da minha vida e como seria daqui para frente. Eu teria uma filha, provavelmente vou ter que parar a faculdade por um tempo para cuidar da bebê e vou apenas me prejudicar mais. Não sei como vai ser a minha vida daqui para frente. É a mesma dúvida de antes, o que eu vou fazer agora? O Adam iria assumir a criança e iria estar presente na vida da nossa filha, mas quem iria sofrer o resto sou eu. Vou ter me desdobrar em dois para cuidar e educar uma criança. Eu precisava arrumar um emprego depois que ela nascesse e isso iria me cansar demais, não sei se vou dar conta em trabalhar, estudar e cuidar de uma filha. Eu precisava de um apartamento pois eu não podia ficar na casa dos meus pais, não mais, não quando a minha filha nascesse.

O meu celular vibrou e eu estiquei o braço, tateando a cama a procura dele. O peguei e o levei até o meu rosto, vendo uma mensagem de um número desconhecido.

Número desconhecido: Oi, Mary, é o Adam, esse é meu novo número daqui dos Estados Unidos.
Você chegou bem? Fiquei preocupado...

Revirei os olhos com aquela preocupação fingida e salvei o bendito número dele.

Você se importa comigo agora? Pensei que estivesse me odiando.

Adam: Sabe que eu me preocupo e quero o seu bem, anjo. Você nem avisou para a Ellie que havia chegado.

Isso não importa! Eu não preciso da sua preocupação, Adam, não depois de hoje...

Adam: Eu estou tentando ser gentil com você, Mary, mas está difícil. Eu não queria ser grosso com você, porque vamos ter uma filha. Porém parece que você quer que eu seja grosso.
Só me procure se for algo relacionado a Nina, caso ao contrário finja que eu não existo!

Eu engoli em seco ao ler a mensagem. Por que eu sempre consigo complicar as coisas? Mas eu ainda estava brava demais com ele. Odiava saber que eu estava sendo egoísta com o Adam, sendo que ele só me pediu uma coisa, e eu não poderia cumprir.

     O resto do meu dia foi um saco. Eu fiquei o dia todo estudando e tentando colocar a matéria da faculdade em dia, mas nada entrava na minha cabeça. Eu só conseguia pensar no Adam e de como seria a minha vida daqui para frente. Eu também vomitei a minha janta inteira, o que só piorou tudo. Eu não aguentava mais aqueles enjoos e nem as tonturas, eu já estava odiando estar grávida só por esse fato. A minha noite não foi tão diferente, eu mal consegui dormir por estar muito enjoada e quando deu a hora da faculdade, eu tive que me arrumar me arrastando. Suspirei forte e fundo e encarei os meus pais que me encaravam também.

Nossas verdadesWhere stories live. Discover now