XII

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Em outro amor

Por Adam:

Eu estava me sentindo realizado, estar com a Mary em meus braços era tudo o que eu pedi em meses. Eu amava tanto aquela garota, eu faria qualquer coisa por ela, qualquer coisa mesmo! A Mary não sabia as loucuras que eu faria por ela. Era difícil ter que, oficialmente, deixá-la. Mas agora as coisas eram diferentes. Eu estava tentando a esquecer pelo fato da mesma não me amar, sendo que eu deveria apenas aceitar as coisas do que jeito que elas são.

Eu tive milhões de oportunidades de fazê-la feliz e de ser o homem mais sortudo do mundo, mas eu desperdicei todas as chances e passei a vez para o Dylan. Sim, eu sou um idiota e tenho consciência disso, mas como já disse várias vezes: não faria nada diferente, por mais que ficasse arrependido de certas coisas. Eu já estava feliz em saber que a Mary era grata pelo que tivemos e pelo o que eu sabia, não se arrependeu de ter existido um "nós".

Será que eu, um dia, amaria alguém igual eu a amo? Eu espero que sim!

— Eu te amo, Mary, e nunca se esqueça disso. — Sussurro com a voz embargada. — Você sempre será o meu anjo.

— Adam... — Sua voz estava chorosa e saiu em um fio de voz.

— Você tem certeza... que quer ele? — Pergunto baixo e a aperto contra mim. — Eu posso ser melhor, eu prometo...

— O que adianta prometer se você nunca cumpre? — Ela diz saindo dos meus braços e eu me senti ruim novamente.

Eu não queria que a Mary me visse chorando. Chorar na frente de uma mulher quebra a masculinidade de qualquer homem, mas eu estava falando da minha Mary e foda-se a porra da minha masculinidade. As minhas lágrimas era os meus sentimentos e eu queria deixar bem claro como eu me sentia: abandonado.

— Não chora... — Mary disse em um tom doce e segurou o meu rosto com as mãos. — Mesmo você ficando lindo chorando, eu não quero que você chore. — Ela passou os polegares na minha bochecha e secou. Eu respirei fundo e fechei os olhos, impedindo que eu chorasse mais.

Mary deitou a cabeça no meu peito, como ela fazia antes e eu não pude evitar que mais lágrimas viessem. Por que pensamos que nada pode nos afetar até ter um momento como esses? Eu pensei que eu era inquebrável, sendo que eu já era quebrado. A Mary tentou juntar os meus pedaços para si e tentou me concertar com o seu amor, mas partes de mim eram apenas farelo do que um dia eu fui.

— Quando eu for embora, eu quero ainda ter contato com você... — Digo afagando seu cabelo com as mãos. — Será que podemos?

     — Olha, Adam... — Ela levantou a cabeça e se afastou de mim. — Não faria bem para mim e muito menos para você esse contato. — Concordei com a cabeça e dei de ombros. — Mas tudo bem, acho que podemos sim.

      Abri um sorriso e a Mary retribuiu o gesto também. Depois de alguns minutos, eu passei pela porta, sem estar preparado para ir embora. Ela acenou para mim e sorriu sem graça, e eu apenas sorri, decepcionado comigo mesmo.

Quando eu entrei no carro, a Mary já não estava mais na porta e eu tive que me segurar para não me remoer por dentro. Eu estava pagando por ter feito chora-lá, e eu sei que a dor que estou sentindo, não tão intensa quanto a que a Mary sentiu. Eu dirigi o mais rápido que eu pude pela cidade e a notificação no meu celular foi a prova de que eu havia ganhado uma multa por excesso de velocidade. Mas eu não estava nem aí, não tinha mais nada a perder. Assim que eu entrei na minha suite, tudo estava calmo e silencioso e eu já estava suspirando de prazer por ficar um pouco sozinho. Porém, eu ouvi um choro bem baixo, ecoando em uma parte da mini cozinha que tinha ali e fui seguindo o som, até ver a Lindsay sentada no chão e com o meu notebook quebrado ao seu lado.

Nossas verdadesWhere stories live. Discover now