eu cuido dele

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- Tem que levar ele ao hospital - Lamar fala, quando estamos todos ao redor de Noah sentado numa das espreguiçadeiras, com a calça levantada até as coxas. - Senão ele vai morrer.

Fico tentando avaliar a situação dele. Ele, que choramingou por ter perdido o celular, após Lamar resgatá-lo com uma rede e dizer que nem arroz o salva daquela situação. E depois de tanto surto, ele se acalmou um pouco. Até demais.

- Não vou a hospital algum e eu não vou morrer - Noah rebate.

- Seu joelho está vermelho e inchado - Morris joga os fatos sobre a mesa. - Você vai morrer.

- Já passei por coisa pior - Noah se abraça no roupão que Hina lhe arranjou e faz cara feia. - Só botar gelo que passa.

- E se tiver quebrado algum osso? - Lamar não para de sugerir coisas. Eu vou descer ele no soco, porque está me assustando. - A morte vem, hein?

- Lamar, shhh - o interrompo. Amarro melhor o roupão ao meu corpo. - Noah não vai nem a pau. Todo mundo sabe disso.

- A gente leva ele carregado - Lamar se aproxima dele e assim que começa a carregá-lo, Noah tem a belíssima ideia de soltar um agudão pra ferrar com meus tímpanos. - Que cacete, Noah! Você vai morrer.

- Fine! - Noah para de gritar assim que Lamar desiste de carregá-lo. - Eu morro, então. E eu consigo andar agora, Sr. Morte. Só que dói.

- Oh, Noah... Eu acho que Lamar está certo... - agora é a vez de Krystian apostar pra ver se consegue mudar a opinião dele.

Noah não vai mudar de opinião. Quando ele encarna numa coisa, nem a morte faz ele mudar. Além do mais, acho que ele está bem melhor agora do que quando estava na piscina. Ok, seu joelho está vermelho e meio inchado, mas ele está sentado bebendo uma limonada que uma das amigas de Hina fez e parece estar bem. A não ser quando mexe a perna, porque ele começa e a gemer e tentar disfarçar a dor.

- Tu acha que vou morrer, Krys? - ele questiona.

- Sobre o hospital - Krystian revira os olhos. - Eu vejo aqui no GPS um próximo e a gente te leva.

- Eu tô bem, sério - ele dá um gole na limonada. - Meu corpo já está acostumado.

- Você não tinha dito que não cai mais? - advinha só quem resolveu jogar a merda no ventilador? Sim, Baileyzinho.

- Isso foi uma exceção - Urrea tenta até se explicar, mas acho que todo mundo sabe que é conversa pra boi dormir. Balela pura.

A verdade é que é óbvio que o Noah estava mentindo quando falou aquilo. Não sei se ele quer acreditar nisso ou quer nos deixar despreocupados. Mas isso não importa, porque a verdade é que ele continua caindo pelas coisas. Tenho medo de tocar nele e acabar o fazendo rolar pelo chão.

- Põe aí - Hina surge com um saco cheio de gelo, o qual ela provavelmente tenha encontrado no freezer. Droga, ainda não fui à cozinha.

Noah deixa o saco ficar no joelho, mesmo estando tremendo de frio. O ventinho que bateu está me fazendo sentir frio também, ainda mais porque estou úmido. Então é melhor que entremos e possamos trocar de roupa ou, melhor ainda, tomar banho.

- Vem, Noah... Eu te dou apoio para entrarmos. O vento está te fazendo tremer - eu o ajudo a se levantar. Ele segura o gelo numa das mãos e joga o outro braço sobre meus ombros. Percebo sua respiração um pouco pesada quando precisa mexer o joelho, sinal de que está segurando os gemidos de dor.

- Eu posso ajudá-lo. Não estou molhado, então vai ser mais confortável - Bailey surge entre eu e ele.

- Não, eu já estou ajudando - respondo.

thé et fleurs  ✰  Nosh  ❖  Now UnitedOnde histórias criam vida. Descubra agora