CAPÍTULO 32

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Foram duas semanas de total inferno

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Foram duas semanas de total inferno. Meu humor estava dos piores, e eu me afundei em trabalho de todos os tipos para amenizar o estresse. Braçal, principalmente. Passei a acordar todos os dias com o nascer do sol, só para vagar pela fazenda e buscar tarefas para descontar a fúria. Quanto mais pesada, mais eu gostava.

Ficava assim por horas e horas, até entrar em casa para almoçar, que era quando eu tomava um banho, comia e pegava o notebook para resolver coisas da empresa. Àquela altura, se tudo estivesse funcionando como o esperado, eu já estaria trabalhando na campanha de Sérgio, mas não tínhamos feito absolutamente nada. E eu também não iria mais fazer porra nenhuma. Só permaneceria em Destino até resolver a situação de Brianna. Quando isso acontecesse – porque não me permitia pensar que não aconteceria –, esperava conseguir convencer meu pai a começar a se cuidar, principalmente porque Brianna parecia ter começado o assunto, e ele parecia mais propenso. Contrataria uma enfermeira para ficar com ele e partiria para São Paulo levando a mulher comigo, para que pudéssemos viver um relacionamento normal. Perto da família dela, sem ameaças, sem chantagens.

Enquanto isso não acontecia, eu me perdia em dúvidas e medo.

Fazia exatos quinze dias que não recebia uma única mensagem ou ligação de Sérgio falando sobre Brianna. Duas semanas em que não fazia ideia do que estava acontecendo, que minha cabeça elaborava as teorias mais assustadoras possíveis.

Ela estava bem quando saí de lá naquele dia, mas e se Cláudio a tivesse maltratado? Sérgio poderia nem saber. Mas por que meu amigo não atendia ao telefone? Será que o pai o convencera de algo? Será que não era mais um aliado nosso?

Conforme os dias iam passando, Victor ia descobrindo mais e mais coisas. Os documentos de Sueli eram uma bomba relógio. Rafael Loureiro nos ajudara a análisá-los, e diariamente eu recebia atualizações com relatórios muito explicativos, que começavam a acender minhas esperanças.

Mas eu precisava que Sérgio me respondesse, que aparecesse, porque de nada adiantaria ter tantas coisas para serem usadas se ele não fizesse parte do plano.

Para o meu alívio, no entanto, ele próprio surgiu na fazenda numa manhã, enquanto eu ajudava os homens na construção de uma extensão do estábulo que estava acontecendo, já que um novo potrinho estava nascendo, e eu planejava comprar mais dois para o meu pai como um presente surpresa.

Estava sem camisa, todo suado, cabelos desgrenhados, e ele deu uma risada ao me ver.

— Parece que fui transportado para meus quinze anos, quando eu era o engomadinho de nós dois e você era o cara que pegava pesado. Onde está meu amigo empresário?

Olhei para ele com o cenho franzido, não encontrando a graça da situação.

— Onde diabos você esteve, Sérgio? Por que não tem atendido às minhas ligações? — perguntei com o mesmo humor que vinha me acompanhando nos últimos dias. A voz chegou a sair rouca e quase gutural de tanta raiva que estava sentindo daquele que era o meu melhor amigo.

Questões do DestinoWhere stories live. Discover now