CAPÍTULO 30

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Até onde minha memória alcançava, eu podia quase jurar que o limite de velocidade nas ruas de Destino era bem mais baixo do que aquele que eu via no painel do meu carro alugado

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Até onde minha memória alcançava, eu podia quase jurar que o limite de velocidade nas ruas de Destino era bem mais baixo do que aquele que eu via no painel do meu carro alugado.

Nem todas as ruas eram asfaltadas, mas o carro era um SUV e aguentava o tranco. Minhas mãos apertadas no volante eram quase um indicativo de que eu precisava usá-las para socar a cara daquele filho da puta.

Eu deveria tê-la levado para o Rio de Janeiro. Para São Paulo, se fosse o caso. Para perto da mãe e da irmã, para que ficasse mais tranquila de que estaríamos próximos caso elas precisassem de nós.

Porra, eu deveria ter pegado as três e enfiado em uma porra de um jatinho fretado para algum lugar do mundo bem distante.

E foi esse pensamento que me assustou. Não era hora para pensar nisso, porque eu era um homem com uma missão, mas a ideia de tudo o que eu seria capaz de fazer por Brianna me trouxe a certeza que vinha sendo mantida mascarada dentro da minha cabeça.

Ok, eu sabia que estava apaixonado por ela, mas não sabia que o sentimento era tão profundo.

Dar-me conta disso foi bem problemático, porque minha raiva por Cláudio cresceu ainda mais, se é que era possível.

Cheguei à mansão dos Mondego certo de que não abririam a porta para mim, mas o filho da puta era sádico a esse ponto. Claro que ele queria que eu assistisse de camarote toda a palhaçada.

Quando me vi frente a frente com Cláudio, que estava sentado no enorme sofá de sua casa, segurando um copo de alguma bebida – provavelmente uísque –, coloquei-me de frente para ele, fechando minhas mãos em punho e tentando me controlar para não virá-las em sua cara de imediato. Eu sabia que acabaria acontecendo em um momento ou outro, mas precisava me conter. Ao menos até saber sobre Brianna.

— O que fez com ela? — o som da minha voz era baixo, mas letal, ameaçador. Só que ele não me respondeu de imediato, apenas ergueu o copo e ficou olhando para a bebida.

— Sabe o que é isso aqui, Alex? Um James Martin's 30 anos. Ganhei de um colega do partido, lá de onde você vem, de São Paulo. Uma garrafa dessas custa quase seis mil reais. Faz uns cinco anos que a tenho aqui em casa, mas guardei para um momento especial.

Ouvi-lo falar estava me deixando fora de mim. Tanto que com a mão aberta, dei um tapa forte no copo do qual Cláudio falava com tanto apreço, fazendo-o voar pela sala, caindo no chão e espatifando-se. Agachei-me e agarrei-o pela gola da blusa, tirando-o do sofá.

— O. QUE. FEZ. COM. ELA? — minha voz saiu quase animalesca, e eu já não media mais meus impulsos. Eu sabia a resposta. Brianna deveria estar trancada em seu quarto, como a prisioneira que se tornara naquela casa, mas ele poderia tê-la levado para outro lugar. Ou pior: poderia estar machucada. Dopada. Eram tantas teorias assustadoras que eu tinha medo até de deixar minha imaginação ir mais longe.

Questões do DestinoWhere stories live. Discover now