CAPÍTULO 9

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Um som de despertador velho foi o que me fez abrir os olhos e checar o meu próprio relógio sobre a mesinha de cabeceira – o relógio de Karenina

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Um som de despertador velho foi o que me fez abrir os olhos e checar o meu próprio relógio sobre a mesinha de cabeceira – o relógio de Karenina. Passava um pouco das sete, então eu decidi afundar minha cabeça no travesseiro e dormir um pouco mais.

Essa decisão não demorou muito, na verdade. No momento em que me lembrei onde estava, com quem estava e qual era a situação, praticamente pulei da cama.

Na ponta dos pés, caminhei até a janela do quarto, observando o tempo lá fora e me deparando com uma chuva bem mais fininha, embora poças e mais poças evidenciassem o estrago feito na noite anterior.

Ainda com certa dificuldade, caminhei até a sala. A porta do quarto onde Alexander dormiu estava aberta, mas não o via em lugar algum. Em contrapartida, encontrei um bilhete preso à geladeira, no momento em que fui à cozinha, desesperada por um café.

FUI DESCOBRIR NOVIDADES SOBRE A ESTRADA E COMPRAR ALGUMAS COISAS PARA NÓS. NÃO DEMORO.

BEIJOS, ALEX.

Beijos... Se ao menos ele soubesse...

A noite anterior fora difícil. Apesar de muito cansada, demorei a pegar no sono, ouvindo cada som do homem no quarto ao lado. Imaginando cada movimento e me perguntando o que diabos nos tinha levado até ali. De completos estranhos em um aeroporto a dividirmos uma hospedagem no meio do nada, depois de um acidente.

Se eu pudesse fazer uma reflexão, acabaria pensando que se tratava de uma armadilha muito bem montada pelo destino. Eu só esperava que ele estivesse nos enviando um presente e não um problema.

Comecei a preparar o café, supondo que Alex não demoraria, de fato, a voltar, mas acabei tomando o meu e nada de ele aparecer. Dei mais uma olhada pela janela – a da sala daquela vez – e encontrei um terreno baldio logo atrás da casa. Não era um local exatamente bonito, mas as nuvens cinzentas e algumas árvores secas compunham um cenário interessante para uma fotógrafa entediada.

Segui para o quarto onde dormi, abrindo a minha bolsa de mão e pegando minha câmera. Enquanto voltava para a sala, preparei-a, e quando saí para o tal quintal, só precisei ajeitar o foco uma última vez e aproveitar a luz matinal. Mesmo sem sol, nenhuma lâmpada era capaz de proporcionar o tipo de qualidade com a qual a natureza nos presenteava.

Com a atenção completamente focada, consegui clicar o instante perfeito do início pouso de um gavião sobre as folhas secas e seus esforços para beber água de uma poça poucos metros à minha frente. Ele não pareceu se intimidar com a minha presença, então continuei. Talvez ele fosse exibido.

Ele levantou voo, e eu consegui mais uma imagem interessante, de suas asas abertas, mas logo senti que não estava mais sozinha.

Era difícil não perceber a presença de Alexander, embora ele fosse estranhamente elegante para um cara tão grande. Quando olhei para ele, eu o vi com o ombro apoiado no batente da porta, braços cruzados, um sorriso no rosto, observando-me.

Questões do DestinoWhere stories live. Discover now