EPÍLOGO

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Uma vozinha estridente surgiu correndo e gritando um "papai" que poderia ser ouvido por Destino inteira

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Uma vozinha estridente surgiu correndo e gritando um "papai" que poderia ser ouvido por Destino inteira. Uma coisinha pequena, de três anos e cabelinhos ruivos compridos que cacheavam nas pontas, veio para mim. Agachei-me para recebê-la, enquanto ela se aproximava com o máximo de velocidade que suas perninhas gordinhas conseguiam atingir.

Peguei-a no colo e a ergui, enquanto um Godofredo ofegante a seguia, rodeando-me ao lado de seu companheiro – uma mistura de vira-lata com pastor alemão que adotamos para o meu pai, chamado Minotauro. Aparentemente Seu Chico continuava péssimo para batizar animais, porque assim como Quimera era um doce de cavalo, Minotauro não fazia jus ao seu nome. O pobre coitado era mais bobo e dócil do que um poodle.

— Onde está a sua mamãe? — perguntei a Alice, nossa filha. Nós tínhamos quase certeza de que a pequena fora concebida na Toscana, na nossa lua de mel.

Tudo foi muito rápido depois do pedido de casamento. Nós nos casamos em poucos meses, e ela logo engravidou. Foi um susto, mas muito bem-vindo e que nos deixou imensamente felizes.

A segunda gravidez foi bem mais planejada. Dali a cinco meses, aliás, nosso pequeno José Luis nasceria.

Concordamos imediatamente que a escolha do nome seria acertada, já que o pai de Brianna ainda estava preso. A sentença fora até branda, levando em consideração o flagrante. Ele ficaria encarcerado por doze anos, mas poderia ser liberado antes, por bom comportamento. Rafael prestou um serviço ótimo para nós, mostrando todo o tipo de pressão psicológica que José Luis sofreu, chegando a usar uma alegação de insanidade temporária por conta de tantos traumas. Visitávamos meu sogro sempre que possível, mas esperávamos pacientemente tê-lo conosco em breve.

Naquele dia, a família inteira estava reunida, porque era aniversário do meu pai. O tratamento do câncer funcionara muito bem, depois de algumas intervenções cirúrgicas e um acompanhamento minucioso, e estávamos felizes por tudo isso. Tinha engordado um pouco e... bem... parecia até menos rabugento depois que encontrou o amor.

Ele e D. Maria Ângela, minha sogra, eram um casal. Ela fora morar na fazenda, com ele, pouco depois de Karenina e Hélder, seu fisioterapeuta, se casarem. Os dois estavam vivendo também em Destino, onde ele conseguiu um bom emprego no hospital local, por indicação de Sérgio.

Meu amigo, aliás, estava concorrendo às eleições daquele ano, com grandes chances de vitória. Juramos que a história de seu pai seria uma mácula em sua carreira, mas ele se mostrou ser diferente começando do zero, devolvendo dinheiro público, arrumando um emprego – trabalhando comigo remotamente –, se casando com Cristiane, que era uma boa mulher, e estavam planejando começar a tentar engravidar assim que as eleições passassem.

Ou seja, tudo estava nos conformes.

Deixei os cavalos de lado e levei minha filha e os cachorros para casa. Minha sogra estava na cozinha, como sempre, ajudando a cozinheira, enquanto meu pai tomava seu café na varanda. Cumprimentei-os com a cabeça e peguei o caminho do quarto onde eu e Brianna dormíamos quando visitávamos a fazenda – já que nossa residência fixa era mesmo em São Paulo.

Fiz um sinal de silêncio para a minha garotinha, e nós entramos no quarto.

Minha linda esposa estava deitada de bruços na cama, com os cabelos ruivos espalhados. Totalmente descoberta, por ser verão, eu podia ver sua barriga ainda tímida, apenas arredondada, destacando-se no corpo delicado. Ela ficava linda grávida, e eu estava ansioso por cada estágio.

Nós dois nos aproximamos e fizemos o que costumávamos fazer com frequência quando Brianna acordava depois de nós. Pousei Alice na cama, e eu e minha filha começamos a enchê-la de beijos. O sorriso surgiu antes de seus olhos abertos. Ainda com eles fechados, agarrou o corpinho de nossa menininha e a encheu de cosquinhas como eu costumava fazer com ela.

Ainda fazia, eventualmente.

— Que horas são? — perguntou assim que os olhos azuis incríveis focaram nos meus.

— Quase onze, irlandesinha. Você sabe como Seu Chico é chato com a hora do almoço. Sérgio, Cris e Margô falaram que já estão vindo. Sua irmã e Helder também.

— Meu Deus! Por que eu dormi tanto? — Ela estendeu a mão para a mesinha de cabeceira, pegando meu velho despertador, ao lado do qual ela sempre deixava o relógio de Karenina. — Ah, claro. Essa lata velha está parada de novo.

Ela reclamava, mas também não tinha coragem de se desfazer.

— Fome, mamã — Alice falou, com sua vozinha doce, e Brianna rapidamente esqueceu os resmungos direcionados ao relógio e sorriu para nossa filha.

— Por que não vai pedir à vovó para experimentar algo que ela está preparando? — falou, e a menina pareceu se animar, levantando-se da cama, dando um beijo na mãe e outro em mim. Ao passar pela porta, ela a fechou, deixando-me sozinho com Brianna, o que me fez rapidamente colocar-me sobre ela, com um olhar cheio de malicia.

— Engenhosa você. Livrando-se da criança para ser seduzida.

— Eu? Jamais faria isso! — Ela levou a mão ao peito, batendo os cílios como uma mocinha inocente. Eu adorava quando ela fazia esse tipo de coisa.

— Bem, se não era a sua intenção... — Fingi que iria me afastar, mas ela colocou os braços ao redor dos meus ombros, puxando-me em sua direção.

— Sempre é, marido. Sempre é...

Então eu a beijei e beijei e beijei, provando do gosto do que se tornara tão essencial para mim em pouco tempo.

Meu pai sempre me disse que nem todo o poder e dinheiro do mundo eram capazes de comprar o amor. Ele estava certo. O amor era construído, conquistado e alimentado todos os dias. Nos pequenos detalhes, nas palavras certas a serem ditas, nos gestos, nas certezas e incertezas. O amor era a resposta para tantas perguntas que sempre fiz. Era o começo, o meio, mas eu esperava que ainda demorasse muito a chegar ao fim.

FIM

Questões do DestinoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang