CAPÍTULO 29

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            A imagem de Victor surgiu na tela momentos depois de eu conectar meu notebook ao wi-fi da cafeteria

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A imagem de Victor surgiu na tela momentos depois de eu conectar meu notebook ao wi-fi da cafeteria. Não havia muitas opções em Destino onde eu pudesse me sentar e ter uma conversa como aquela, com uma internet decente, mas aquele era o lugarzinho mais moderno da cidade. Não chegava a ser uma Starbucks, mas o café era bom, a música ambiente era gostosa, então serviria.

Estava muito cedo, mas já havia algumas pessoas ao redor, por isso eu precisava tomar cuidado redobrado. Era da porra do prefeito da cidade que eu iria falar, não de um anônimo qualquer. Se alguém ouvisse, poderia colocar tudo a perder.

Ainda estava colocando o fone no ouvido, então pedi que esperasse para falar. Enquanto isso, Carla também se conectou.

— Eu vou precisar falar baixo, porque estou em um local público e não quero que as pessoas ao meu redor entendam do que se trata. Também não vou citar nomes — anunciei, esperando ser cuidadoso.

— Claro. Na verdade, eu e Carla seremos os que falaremos mais. Só para te contextualizar, Alex, ela conseguiu as senhas, como eu te disse, e tem umas coisas pesadas por aqui.

— Estou ansioso. Vamos começar? — perguntei, e Carla organizou alguns papéis à sua frente.

Com um suspiro pesado, ela começou:

— A primeira coisa que encontrei foi um diário, onde ela relata tudo desde o início. O que aconteceu com a minha mãe foi muito semelhante ao que se passou com José Luís. Cláudio foi cercando sua vida de todas as formas. A diferença é que minha mãe tinha um vínculo um pouco mais forte. Ela ficou trabalhando para ele durante três anos no primeiro mandato. Durante meses o relacionamento foi quase um casamento bem sucedido. Eles chegaram a ter um caso. Ela estava completamente apaixonada.

— Usar uma pessoa que tem sentimentos por você é bem mais fácil — falei, divagando um pouco.

— No início tudo foram flores, ao menos na opinião dela. Minha mãe tinha muita fé que Cláudio era honesto e que faria um governo melhor do que o pai, a quem ele sempre julgou. Fora que ela adorava Sérgio e acreditava que o futuro de Destino seria cada vez melhor com aquela família. — Carla revirou os olhos. — Seja como for, ela meio que foi caindo na mesma armadilha de José Luís, só que com a diferença de que havia sentimentos envolvidos. Ele abriu uma conta no nome dela e começou a depositar o que ele chamava de "ajuda para a faculdade de Carla". Alegava que era um dinheiro que ela não poderia mexer, que ficaria rendendo e que, no futuro, me ajudaria. Eu queria fazer medicina. — Ela pareceu pensar um pouco. — Eu tenho vinte e três hoje? Provavelmente, na época, tinha uns dezesseis.

— Sim, eles sendo amantes a explicação para os "presentes" — imitei o gesto de aspas com os dedos — fazia muito mais sentido.

— E ela era tão ingênua que não entendia absolutamente nada. Era ele quem tinha as senhas do internet banking e que fazia todas as transações. Com o tempo ela também passou a assinar coisas sem ler, e foi aí que tudo desandou.

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