CAPÍTULO 13

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BRIANNA

As coisas ficaram estranhas o dia inteiro entre mim e meu pai. Algo que eu definitivamente não esperava, levando em consideração que não nos víamos há algum tempo.

Percebi que ele tentou entrar na conversa, me fazer perguntas triviais, participar, e eu evitei o assunto Alexander, que parecera tê-lo deixado tão incomodado. Em qualquer outro momento, eu teria falado para ele sobre meus sentimentos, sobre como as coisas aconteceram – obviamente sem detalhes sexuais, afinal, por mais liberal que fosse, ainda era o meu pai –, mas as coisas estavam completamente diferentes. Era como se o verdadeiro José Luis tivesse sido abduzido e trocado por uma versão silenciosa e carrancuda dele.

Eu tive apenas tempo de tomar um banho e vestir algo mais confortável quando recebi a notícia de que o jantar daquela noite tinha sido adiado para terça-feira.

Até pensei em ligar para Alex para que nos encontrássemos mais tarde, mas as coisas realmente estavam tão estranhas que decidi não fazê-lo. Ainda assim, marcamos, por mensagem, que ele iria me pegar pela manhã, porque disse que queria me levar em um lugar especial.

Na manhã seguinte acordei com a campainha tocando.

Demorei um pouco para me levantar, porque imaginei que meu pai iria atender, mas não aconteceu, então precisei pular da cama, mesmo de baby doll, para checar de quem se tratava. Olhei na pequena câmera, que me mostrava quem estava ao portão, e me deparei com Alex.

Mas nós tínhamos marcado às dez. O que ele estava fazendo ali tão...?

Chequei o relógio na mesinha de café ao lado do sofá do meu pai e já passava das dez. Ao lado dele um bilhete: "Fui resolver uma questão de trabalho urgente. Voltarei tarde."

Droga! Estava tão cansada de toda a confusão da viagem que dormi demais. E eu não podia deixar aquele homem maravilhoso me esperando, não é? Sem nem pensar duas vezes, apertei o botão para abrir o portão e permiti que entrasse.

Nem me dei ao trabalho de vestir algo mais decente, porque... Bem... ele já tinha me visto nua. Pudores não importavam mais.

Assim que a porta foi aberta, eu fui literalmente arrebatada. O homem enganchou um braço na minha cintura e me tirou do chão, tamanho o entusiasmo em me ver.

Aquilo era bom, não? Um bom sinal. Toda aquela saudade, sendo que tínhamos nos visto no dia anterior... Eu me sentia da mesma forma.

Não foi apenas um beijo para me cumprimentar. Foi um beijo para me seduzir. Não que fosse muito difícil, é claro.

— Sabe o que eu acho que deveria fazer? — ele começou a falar, com a boca ainda muito próxima da minha, sem me colocar no chão.

— Hum? — falei, agarrada a ele, braços ao redor de seus ombros musculosos.

— Eu deveria aproveitar que você está assim, te jogar no meu ombro e te levar comigo.

— E para onde você me levaria?

— Para qualquer lugar onde pudéssemos nos esconder do mundo inteiro e sermos só nos dois por alguns dias, como foi naquela cabana no meio do nada.

— Interessante... não tenho nada para fazer até terça-feira. Estou disponível para raptos inesperados — provoquei, e ele abriu um delicioso sorriso.

— Não brinque com fogo, irlandesinha. Eu não sou de ferro e estamos na casa do seu pai.

— Ele não está, aliás, e... — Mal consegui terminar de falar e fui jogada no sofá, com ele por cima de mim, mas ao invés de me beijar ou tentar qualquer coisa, ele colocou uma flor entre nós. Um lindo botão cor de rosa, singelo e delicado, que aqueceu meu coração.

Questões do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora