CAPÍTULO 6

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Tudo foi rápido demais, como um raio que corta o céu ao meio e desaparece na mesma velocidade

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Tudo foi rápido demais, como um raio que corta o céu ao meio e desaparece na mesma velocidade. O estrondo foi o que tornou tudo real.

Mas mesmo assim ainda demorei a assimilar o que tinha acontecido.

Eu já havia sofrido acidentes de carro antes, mas nada daquela magnitude, e sempre sozinho.

Poderia ser pior. Não poderia?

No momento em que minha respiração estabilizou e que percebi que o carro estava parado, nem verifiquei se estava ferido, porque minha preocupação foi a mulher ao meu lado. O silêncio. A falta de reações.

Lancei um olhar consternado para ela, percebendo que havia um leve ferimento em sua testa, que eu não sabia se era um corte pelos cacos de vidro que voaram ou se tinha sofrido uma concussão.

Tirando o cinto de segurança rapidamente, chegando a me atrapalhar por conta das minhas mãos trêmulas, inclinei-me na direção de Brianna, levando a mão ao seu rosto e virando-o para mim com delicadeza. Estava de olhos fechados, e por um momento jurei que estava desacordada, mas um gemido baixinho escapou de seus lábios e ela abriu os olhos lentamente.

Pareceu um pouco atordoada em um primeiro momento, mas sobressaltou-se ao olhar para o vidro do carro espatifado, com o tronco da árvore tombado o capô. Por mais alguns poucos centímetros, teria caído com força no teto e esmagado não apenas o veículo, mas nos deixando em um perigo real.

— Meu Deus! — foi quase um choramingo, e Brianna começou a tremer de forma incontrolável, o que me fez abrir seu cinto de segurança e puxá-la para meus braços, onde apertei-a com força.

— Calma... está tudo bem. Você está ferida? — perguntei, tentando soar calmo, enquanto afagava suas costas.

— Eu não sei. — Brianna se remexeu, saindo do meu abraço, e logo soltou um grito, deixando-me em alerta.

— O que aconteceu? — indaguei, ainda mais alarmado, mas ela não respondeu nada, embora parecesse ofegante, e a expressão em seus olhos, pelo que eu podia ver com apenas a luz dos faróis a nos iluminar, demonstrasse que sentia dor em algum lugar.

Com pressa, tirei meu celular do bolso do blazer, acendendo a lanterna e iluminando Brianna em busca de algo que pudesse ter originado seu grito e a possível dor que ela parecia sentir. Não demorei a encontrar a causa – seus pés estavam feridos. Havia sangue escorrendo por entre seus dedos, misturando-se às suas unhas pintadas de vermelho. Cacos de vidro estavam por toda parte no chão, próximos aos seus pés e suas botas.

— Não se mexa — alertei-a. Olhei para o meu lado e estava do mesmo jeito, mas, de sapato, não cheguei a me machucar. — Fique parada, querida, ok? — pedi novamente, antes que se ferisse ainda mais.

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