CAPÍTULO 34

2.8K 466 48
                                    

Nenhum de nós dois pegou no sono

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Nenhum de nós dois pegou no sono. Passamos a tarde inteira e boa parte da noite transando como loucos, e durante a madrugada não queríamos nos soltar. Eu estava exausta, deitada na cama entre as pernas de Alex, que se acomodara sentado, com as costas apoiadas na cabeceira. Às vezes eu cochilava sem querer, mas acordava sobressaltada com medo de que ele tivesse ido embora.

Só que ainda estava ali. Em breve não estaria.

— Você deveria descansar um pouco — a voz deliciosa sussurrou enquanto ele acariciava meus cabelos lentamente, como se seu toque fosse uma canção de ninar.

— Não — falei baixinho também, enquanto fazia com que seus braços, que estavam ao meu redor me apertassem com mais força. — Quero ficar com você.

Senti o beijo no topo da minha cabeça.

— Teremos muito tempo, tenho certeza disso.

Eu não tinha. Queria ser otimista, acreditar em Alexander quando ele dizia que havia provas contundentes contra Cláudio, que o colocariam atrás das grades, mas era muito difícil ver a luz quando tudo o que me cercava eram dúvidas e medo.

Apurei meus ouvidos um pouco e ouvi sons de pingos batendo na vidraça. Sorri pensando na ironia de tudo. Havia chuva lá fora, enquanto uma tempestade se manifestava dentro de mim. Nada em nós era calmaria. Éramos caos, puro e simples. Ele chegou sem avisar na minha vida, tomou posse de tudo, e, aparentemente, eu fiz o mesmo. Nenhum de nós estava planejando, nenhum de nós se preparou, mas recebemos o sentimento dando-lhe boas-vindas. Era uma pena que as incertezas que nos rondavam fossem mais fortes do que o que sentíamos.

Ou talvez, não. Se fossem, não estaríamos ali, lutando pelo que desejávamos. Tentando ter fé.

— Meu pai me contou que vocês conversaram sobre o tratamento dele — Alexander falou subitamente, depois de algum tempo calado. — É difícil dobrar o Seu Chico, sabe? Mas foi aquele velho rabugento que puxou o assunto. Acho que as perspectivas são boas em relação a ele ir se tratar. Por sua causa. Obrigado.

— Não fiz nada, Alex, de verdade. Foi uma conversa informal.

— Na qual você foi bem persuasiva. — Alex beijou minha cabeça novamente, inspirando o cheiro dos meus cabelos. Tínhamos tomado banho há poucas horas, e eles ainda estavam um pouco úmidos.

— Você tem feito tanto por mim. Queria poder fazer até mais em retribuição.

— Você faz, linda. Tem se mantido mais forte do que seria imaginável, e preciso que continue assim. — Fiquei calada e cheguei a engolir em seco, porque o súbito silêncio de Alexander me dizia que o assunto tinha uma tendência a ficar mais pesado. — Sérgio me contou muito por alto o que aconteceu e o motivo para ele ter se alojado aqui. Só que queria ouvir de você. Saber como está realmente.

Questões do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora