CAPÍTULO 16

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Brianna acabara de se levantar da mesa, e eu ainda a observava quando ouvi um tilintar de talheres, o que me fez olhar novamente na direção de Cláudio

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Brianna acabara de se levantar da mesa, e eu ainda a observava quando ouvi um tilintar de talheres, o que me fez olhar novamente na direção de Cláudio. O filho da puta estava se servindo de mais um pedaço de torta.

Como se nada tivesse acontecido. Como se ele não tivesse acabado de literalmente comprar uma esposa para seu filho. Uma que não queria ser comprada, que estava visivelmente transtornada com a possibilidade de ser obrigada a algo que não desejava fazer.

Meu ódio me cegou naquele instante. Eu sabia que se demonstrasse que tinha alguma ligação com Brianna, que estávamos namorando, poderia ser pior. Ela poderia pagar de alguma forma.

Sabia que precisava me controlar. Só que a mente nos prega peças e muitas vezes a emoção é perita em brigar com a razão.

— Seu filho da... — eu pretendia continuar. Talvez acabasse falando coisas que não devia, mas Sérgio, que parecia estar muito mais focado na razão naquele momento, me interrompeu fazendo sua voz soar por cima da minha.

— O que aconteceu aqui? — ele perguntou, olhando para o pai, mas lançando um olhar de soslaio para mim também, cheio de significado. Ele me dizia: controle-se.

Cláudio levou um pedaço da torta à boca, sorriu com deleite e usou o guardanapo, tudo isso antes de se voltar ao filho para responder.

— Você precisa de uma esposa. Acho que caprichei na escolha. A moça é deslumbrante. — Minha mão se fechou em punho no exato momento em que percebi a conotação maliciosa em seu elogio. — Terão tempo de se conhecer, já que ela ficará aqui conosco, hospedada.

Se ele colocasse as mãos nela...

— A moça mal me conhece. Não me quer, assim como eu não a quero — Sérgio falou por entre dentes.

Cláudio franziu o cenho.

— Assim eu vou te estranhar, filho. Como é possível que alguém não deseje uma coisinha como ela? Eu mesmo juro que fiquei de pau duro só de...

Não aguentei. Levantei-me da cadeira em um pulo, fazendo toda a mesa estremecer, agarrando-o pela gola e o puxei para que ficasse de pé também.

— Não fale assim dela! — rosnei como um animal, agindo por impulso.

Era errado. Eu tinha total noção disso. Mas como iria me controlar ouvindo um verme como ele falar aquele tipo de coisa da mulher que se tornara tão especial para mim?

Eu ouvia a voz de Sérgio falando ao meu redor, chamando o meu nome, mas meus ouvidos zumbiam de ódio, e eu não conseguia escutar nada além da minha própria respiração.

Mas tentei focar, porque sabia que cada passo em falso que eu desse seria Brianna a ser prejudicada.

— Alex! — meu amigo chamou novamente, e eu finalmente olhei para ele. — Chega aqui. — Apontando com a cabeça, ele indicou que fizéssemos o mesmo que Brianna e o pai e nos afastássemos para conversarmos.

Questões do DestinoWhere stories live. Discover now