The Only Reason - HS

c a p í t u l o 2 1

— Eu sabia que que essa história de "vocês são meus únicos amigos, precisam se dar bem" não daria certo. — Liam reclama e dou risada quando ele tenta imitar a minha voz.

— Ela foi a primeira pessoa que conheci quando cheguei aqui e se não fugisse de todos os almoços que marco para nós três, você saberia que ela é uma garota muito gente boa. — Tento amenizar e recebo um revirar de olhos como resposta.

— Ela é brigona demais, não consigo lidar com o humor dela. — Liam fala e dou ombros de novo mexendo no meu celular. — Não sei como ela consegue arrumar namorado.

— Ela não tem namorado. — Seus olhos castanhos vão imediatamente na direção da confusão de cabelos pretos e se não soubesse que eles se detestam, poderia dizer que vi uma fagulha de interesse no rosto de Liam.

— Mas e a tatuagem no pulso dela? — Mordo uma batata enquanto penso numa versão resumida da história de Iris e August.

— É uma homenagem para o melhor amigo dela que não está mais aqui. — Falo e ele fica genuinamente surpreso. — O que?

— Pensei que ali só tivesse espaço pra briga e lasanha. — Ele diz com um sorriso travesso e juro que ele parece uma criança. Dou um tapa na sua mão e me viro instantaneamente na direção de Iris quando ouço um copo quebrando. Liam se levanta feito um relâmpago e no que parecem ser segundos, ele está ao lado de Iris segurando-a pelos ombros.

Levanto atrapalhada pelo celular em meu colo e corro até onde minha melhor amiga está, não consigo me aproximar o suficiente graças a pequena plateia ao redor. Iris e uma garota que parece ser candidata a miss perfeição estão gritando obscenidades uma para outra quando me aproximo. Uma gritaria absurda toma conta do lugar e tenho vontade de correr quando vejo Niall tentando acalmar a garota histérica que de bonito, aparentemente, só tem o rosto. Nossos olhos se chocam e uma sensação estranha se espalha em minhas veias fazendo meu corpo ficar gelado de dentro pra fora. O contato visual dura segundos e logo ela volta a discutir com Iris como se fosse a dona da verdade.

— Eu deveria socar a sua cara nesse balcão até você aprender a tratar os outros. — Iris fala com raiva e se não fosse Liam, tenho certeza que ela teria feito mesmo isso. — Você não tem o direito de ficar criticando os outros assim!

— E quem é você? A dona dessa espelunca? — A menina de cabelos loiros grita se jogando na direção de Iris e Niall a segura pela cintura.

— Espelunca deve ser o lugar de onde você saiu. — Iris retruca com uma falsa calmaria e o rosto da menina fica vermelho. Mordo um sorriso e ouço risadinhas ao redor da confusão.

— Você é ridícula. — A garota cospe e Iris põe as mãos na cintura não parecendo ofendida.

— Já disse que ridículo é o jeito com que você tratou a garçonete, você não tem um pingo de respeito pelo próximo. Sabia que isso estraga a sua beleza, coração? — O deboche na voz de Iris faz Liam sorrir e tenho vontade de assoviar em apoio a minha melhor amiga.

— Desgraçada. — A loira xinga e Iris consegue se aproximar o suficiente para lhe dar um tapa na cara. O silêncio é quase tangível quando a garota quase cai no chão segurando o rosto e Iris aponta o dedo na direção dela.

— Você me fez engolir a sororidade que tento regar e deixar florescer todos os dias. Não me interessa se não sou a dona desse restaurante, não interessa se você é a queridinha dos comerciais de shampoo. O que interessa é que você não tem um pingo de respeito pelo próximo e deveria ser colocada viva numa máquina de moer carne pra ver se dá pra extrair alguma coisa que preste. — Iris diz com uma voz assustadoramente fria e me faz ter medo de toda a fúria que ela esconde dentro de si mesma.