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— Larry! — Sal reclamou assim que as portas do elevador se fecharam, olhando para o amigo. Ele ainda estava envergonhado com o ocorrido de minutos atrás.

— O que foi!? Eu não menti! — Larry quem disse dessa vez, enquanto os dois colegas iam a caminho do apartamento de Sally.

— Não estávamos flertando! — o baixinho disse, as bochechas ficando cada vez mais quentes.

— Estavam — o maior afirmou concordando juntamente com a cabeça, bagunçando as madeixas soltas de Sal — Vamos lá, vocês estavam tão perdidos no "mundinho" de vocês que nem prestaram atenção no que eu estava dizendo antes.

— C-claro que não — Sal negou algumas vezes, apertando as mãos em busca de algum "apoio". O garoto não estava nem um pouco acostumado com isso.

— Claro que sim — Larry riu, percebendo a situação do amigo — Bom, eu tenho que ir e ver se minha mãe precisa de mim, até amanhã Sally Face — deu um aceno de mão, entrando no elevador logo em seguida, deixando o menor plantado ali.

Deus.

Sal ajustou a gola da blusa automaticamente, querendo acreditar na possibilidade de estar com febre com o calor que estava a sentir, mas isso se dava apenas pelo nervosismo da timidez.

[...]

O dia seguinte chegou mais depressa do que imaginara. Seu ânimo e disposição para ir à escola não estava lá aquelas coisas, o que resultará em você enrolar uns minutinhos a mais na cama.

Você arrumou sua bolsa verificando se havia colocado todos os materiais necessários, vestindo seu moletom em seguida, aproveitando que fazia frio. Pegou as chaves reservas já que chegava antes de sua mãe e as enfiou no bolso após trancar a porta. Seguiu então para o elevador, apertando o botão do primeiro andar.

Após chegar no andar, avistou os colegas a esperando em frente ao portão de saída dos Apartamentos Addison e rapidamente se aproximou deles.

— Já estávamos quase saindo sem você — Larry disse, dando um bocejo.

— Mentira — Sal o empurrou com o cotovelo, logo olhando para você e a cumprimentando com um aceno, você retribuiu — Vamos?

Você e Larry concordaram, e os três seguiram até o ponto para esperar o ônibus que ia diretamente para a escola.

— Estou caindo de sono... — você comentou coçando os olhos, por mais que houvesse tido uma noite de sono razoável, ainda não havia sido o suficiente.

— Você conseguiu dormir? — Sal perguntou com o olhar sobre você, já preocupado ao lembrar da conversa que tiveram no dia anterior.

— Sim, sim — você concordou — Só dormi um pouco tarde porque estava sem sono.

— Ficou pensando no que? — Larry quem perguntou, com um sorriso maroto estampado em seu rosto. Você revirou os olhos.

— Em nada, estava assistindo — cruzou os braços, e antes que Larry pudesse continuar com as brincadeirinhas, vocês avistaram o ônibus a caminho.

O bom era que em torno daquele horário, o veículo nunca estava tão cheio, então os três sempre conseguiam ficar no mesmo lugar todos os dias. Seguiram até os acentos no fundo, você se sentou perto da janela, Sal ficou ao seu lado e logo Larry se juntou a vocês.

O ônibus então deu partida rumo à escola. Você observava a estrada assim como sempre fizera todos os outros dias. Era estranho, de certo modo havia se acostumado bem com Nockfell, o que a meses atrás seria uma visão impossível, quando você ainda estava arrumando suas coisas para a mudança.

Sorriu com tudo isso, dada as circunstâncias, você se sentia bem ali, com seus amigos, naquele lugar.

Você coçou os olhos e bocejou, se acomodando no banco que não era tão confortável assim. Seus olhos pesavam um pouco com o sono, e teria que lutar contra isso durante bons minutos, já que ainda não estavam perto da escola.

Sal e Larry estavam conversando e você tentou prestar atenção no assunto, o mais velho comentava sobre o novo single de Sanitys Falls com entusiasmo, enquanto Sal apenas prestava atenção.

Uh, ele estava distraído. Não seria um problema, seria?

De qualquer forma, você não faria nada grave.

Devagar você se endireitou, e então, repousou sua cabeça sobre o ombro de Sal, permitindo-se fechar os olhos por alguns pequenos minutos no caminho até a escola.

Por mais que a timidez começasse a se fazer presente naquele momento, você não quis se afastar e nem se permitiu a fazer tal coisa. Se sentia confortável, bem, estando próxima a Sal.

Por outro lado, quando Sal percebera a aproximação, arregalou os olhos. O coração começou a bater com força dentro do peito, e devagar ele levou o olhar até você. O garoto sentiu vontade de levar as mãos até seus cabelos e acariciá-los, mas a vergonha não o permitira.

O garoto desviou o olhar ainda com os olhos arregalados em direção a Larry, que olhava para vocês dois, também surpreso. O mais velho apenas deu uma risada baixa e piscou para vocês, por mais que você não tenha visto.

Pelo resto do caminho, havia sido quase impossível para Sal manter o foco em alguma conversa com Larry, quando em seu peito o coração estava prestes a entrar em um colapso.

Obscure Love ; Sally FaceWhere stories live. Discover now