58; a knife...

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Seus passos eram extremamente cuidadosos, enquanto o medo iminente tomava conta de cada canto; mente, corpo, absolutamente tudo. Sentia suas mãos tremerem, mas ainda sim segurava os detonadores com firmeza, os escondendo por dentro da capa. Seu coração palpitava com força, sentindo que poderia falhar a qualquer momento. Não podia permitir que isso acontecesse.

Seus passos eram calmos, ainda que estivesse nervosa. Não queria que ninguém desconfiasse e levasse o plano às ruínas. Sabia que aquilo não seria o suficiente para parar o culto, de forma alguma, mas teriam ao menos um tempo para planejar o que seria do futuro.

Naquele momento, no próprio silêncio de sua mente, se perguntava como Sal estava se saindo. Um aperto forte atingiu seu peito, enquanto o nó costumeiro formava-se no centro de sua garganta. Será que ele já teria feito…? Balançou a cabeça, tentando se concentrar na sua própria tarefa. Sentia receio por ele, medo de que as coisas saíssem fora dos eixos, por isso precisava ser rápida…

— Ei, você! — ouviu uma voz distante a chamar, fazendo com que virasse seu corpo para observar a silhueta coberta pela capa se aproximando de você. Reconhecia muito bem aquela voz.

— Travis… — suspirou, um pouco mais aliviada enquanto esperava que ele se aproximasse o suficiente.

— Vocês estão mesmo seguindo com esse plano estúpido? — o loiro perguntou quase sussurrando, olhando ao redor para certificar que estavam sozinhos naquele momento — Acham mesmo que vai dar certo? É como dar um tiro no escuro.

— Eu sei! Mas que outra escolha nos resta? — respondeu, aflita com toda a situação — As coisas não vão ser resolvidas num passe de mágica apenas deixando esse lugar aos destroços, mas ao menos nos dará um tempo! É melhor do que ficar simplesmente sentados esperando que eles venham atrás de nós e nos usem de sacrifício! — apontou — Você vai me ajudar?

— Vocês são loucos! Como acha que isso vai dar certo? Eles vão descobrir mais rápido do que imagina — o Phelps apontou de volta, indignado com toda aquela situação. Sabia que ele estava ao lado de vocês, mas ainda sim compreendia seus receios de ter que ir contra a vontade do próprio pai.

— Eu vou colocar os detonadores, eu só preciso que você fique de olho e não deixe que alguém veja, eles precisam funcionar no momento certo — você explicou — Você escolhe se vai querer continuar aqui ou não, Travis… Mas, você vai saber quando for o momento certo de sair — disse, sentindo suas mãos tremerem — Eu só preciso que fique de olho, é a única coisa que estou pedindo…

O rapaz ficou em silêncio, carregando uma expressão nada boa. Sua ansiedade ficava cada vez maior, vocês não tinham muito tempo, isso era óbvio. A essa altura, Sal já deveria estar a caminho do apartamento de Terrence, e tinha receio de acabar chegando lá tarde demais. Você olhou para Travis em ansiedade, aguardando por alguma resposta positiva que viesse dele.

— Tudo bem, eu farei isso — ele respondeu, fechando as mãos em punhos — Mas seja rápida e saía daqui quanto antes. Eles estão organizando uma reunião no salão central agora, então nem pense em pisar os pés lá. Assim que você sair, eu irei ficar de olho… — você suspirou um pouco mais tranquila, e antes de se afastar para começar a colocar os detonadores, sentiu o rapaz segurar seu braço — Façam isso dar certo… — ele disse com o tom sério, fazendo com que você o olhasse nos olhos, concordando com a cabeça.

Você se afastou em passos rápidos, caminhando pelos corredores ainda receosa. Sentia suas mãos tremerem a cada detonador que escondia entre os pilares, mas ainda sim conseguia colocá-los cuidadosamente e de forma que ficassem bem escondidos. Assim que terminou, soltou o ar dos pulmões ainda muito ansiosa. Olhou ao redor por alguns instantes, fechando as mãos em punhos. De pouco a pouco, lembrava-se das ocasiões infernais que havia presenciado ali…

Respirou fundo negando com a cabeça, se afastando dos corredores e seguindo até o portão de saída dos fundos, em passos rápidos. Um arrepio correu por toda sua espinha, junto de uma sensação estranha, como um aviso de que algo ruim estava acontecendo…

Correu para fora dali, atravessando o portão até o outro lado da rua, caminhando alguns quilômetros até se aproximar da van onde estavam Larry e Todd. Entrou rapidamente no veículo, sentindo todo seu corpo tremer, resultado tanto do nervosismo quanto daquela sensação estranha que insistia em ficar mais forte.

— Acho melhor irmos pros apartamentos, agora — você avisou com um tom de voz sombrio que deixou os dois rapazes ali apreensivos. Larry não mencionou nada, apenas deu partida dirigindo o mais rápido que conseguia até os prédios.

Vários pensamentos vagavam por sua mente, e nenhum deles era bom. Havia tido informações o suficiente de Rosenberg e Jim para saber como aquela situação era completamente perturbadora, e sabia que ainda havia mais coisas por trás disso tudo, coisas que ambos ainda não haviam revelado. Havia quebrado totalmente a linha cronológica das coisas, e tudo dali em diante seria diferente do que antes planejado. Não sabia o que esperar, e sinceramente tinha medo de pensar sobre.

Só tinha certeza de uma única coisa…

O veículo foi estacionado de forma desajeitada, dando um solavanco que a fez acordar de seus devaneios.

— O que a gente tem que fazer agora? — o Johnson perguntou, seus olhos estavam carregados de apreensão.

Você suspirou abrindo a porta da van, tão apreensiva quanto — Vocês ficam aqui, eu vou atrás do Sal — desceu, se virando para olhar os dois — Não pensem em ser teimosos com o que eu pedi, a gente não pode arriscar perder vocês por um descuido… — olhou para os dois na esperança de uma resposta, e ainda que relutantes, os dois rapazes acenaram em concordância.

Respirando fundo, guiou seus passos em direção aos apartamentos. Os raios e trovões atingiam todo o céu de forma violenta, o som estrondoso atingia seus ouvidos várias vezes seguidas.

Você passou pela porta da entrada, uma sensação perturbadora atingiu seus sentidos no mesmo instante. Fechando a porta atrás de si, sentiu sua mão tremer antes de largar a maçaneta. Seus olhos encararam o extenso corredor a sua frente, o cenário parecia normal, algo no qual você já estava acostumada já que morava naquele lugar. Mas, no fim do corredor você conseguiu enxergar algo suspeito.

Uma silhueta baixa, parada no centro bem ao final do corredor, segurando com firmeza um objeto:

Uma faca…

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Olá anjinhos, tudo bem?

Dei uma atrasadinha pra postar esse capítulo, essa semana tá sendo meio complicada :( tem umas coisas pessoais que estão me estressando bastante ultimamente, mas enfim

Talvez esse seja o penúltimo capítulo — ou antepenúltimo —, depende de como minha mente vai trabalhar nessa semana hahwhw nem acabou ainda e já tô morrendo de saudades :(

Bem, espero que tenham gostado e me perdoem qualquer erro. Fiquem bem, amo vocês 💚✨🌈

Obscure Love ; Sally FaceOnde histórias criam vida. Descubra agora