15; little fingers

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Yay, me perdoem por não ter publicado nesse final de semana, tava meio desanimada :(

Irei tentar publicar dois hoje, pra compensar!
Boa leitura! ☕

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Você nunca tivera uma noite de sono tão agradável como aquela. Por mais que tivesse dormido um tanto tarde - pois ficara bons minutos recordando-se de cada detalhe do encontro com Sal, sua noite havia sido uma das melhores, sinceramente.

No dia seguinte acordara cedo, e com uma boa disposição. Infelizmente quando saiu da cama e procurou sua mãe nos outros cômodos, havia notado que a mais velha já havia saído para trabalhar, queria ter conversado um pouco com ela antes de ir para o colégio.

Aproveitou o entusiasmo para arrumar suas coisas com calma, arrumando-se em seguida e tomando o café da manhã rapidamente, pois não queria se atrasar naquele dia. Não negara, estava ansiosa para ver Sal, principalmente depois da noite anterior.

Se perguntava mentalmente como se comportariam próximos um do outro. Claro, não esperava que sua relação com o garoto mudasse tão bruscamente por causa de algo simples de um breve encontro, mas sabia muito bem que você e ele estavam bem mais próximos, e de uma forma diferente.

A campainha tocou, deixando-a em alerta. Pegando sua bolsa e jogando-a sobre as costas, você caminhou até a porta e a abriu, acertando em saber que eram Sal e Larry que vieram a buscar.

- Olha só, alguém não se atrasou hoje - Larry brincou, olhando para você que já estava pronta.

- Não vá se acostumando - você brincou também fechando a porta e a trancando, guardando suas chaves na bolsa, finalmente levando seu olhar até Sal.

Ele olhava para você, igualmente. Você sorriu para ele, e por mais que não conseguisse ver, sabia que ele sorria para você também.

- Vamos? - Larry pronunciou pigarreando, colocando os braços em torno de seus ombros e nos de Sal também.

Vocês apenas concordaram, e então caminharam juntos até o ponto de ônibus. Não estivera aérea como no dia anterior, estava feliz, por hora definitivamente bem. Vez ou outra olhava de canto de olho para Sal, e por mais que achasse o ato estúpido, não conseguia evitar.

Independente de sentir o que estava a sentir, não queria mudar simplesmente assim sua relação com Sal, não queria estragar aquilo que os dois tinham.

Com a chegada do ônibus, vocês entraram no veículo e foram direito para seus respectivos lugares, você ao lado da janela como sempre, e logo o ônibus deu partida.

Era até irônico, você não sentira vontade de dormir no caminho como acontecia todos os outros dias anteriores.

- Tenho os primeiros horários com a S/N - Larry comentou, deixando a mochila ao assento do lado. - Pelo menos terei o que fazer nas aulas - o garoto sorriu, maroto.

- Como? - você levantou a sobrancelha.

- Ah vamos lá, minhas aulas não seriam satisfatórias se eu não tivesse alguém para perturbar - continuou com o sorriso de lado, e você o olhou indignada.

- Ah, pois era isso então!? - você foi para lhe revidar um tapa, acabando que por jogar-se sobre Sal, que estava ao seu lado. Imediatamente você percebera. - Sal! Desculpe! - disse se afastando rapidamente para ajeitar sua postura, olhando para Sal que apenas ria.

- Sem problemas, foi por uma causa maior - o garoto disse, olhando para você. Larry apenas ria, alto demais.

Você revirou os olhos cruzando os braços, o rubor já começando a atingir suas bochechas. Se irritava com o fato de sempre não ter controle das próprias ações e sempre fazer idiotices perto de Sal.

Definitivamente, não entendia o porquê acontecia, ou apenas não queria se prender a isso.

Um breve silêncio se estabeleceu no caminho, Larry estava ouvindo suas músicas de Sanitys Falls como sempre, enquanto você e Sal observavam a estrada. Você, ainda um tanto constrangida.

Alguns minutos após, você sentiu certa movimentação ao seu lado, Sal parecia inquieto, talvez incomodado?

Bem, você não conseguira ler mentes, mas, Sal estava quase que no mesmo estado que você, até mesmo um tanto mais intenso. Depois da noite anterior, o garoto não conseguia afastar da mente as lembranças dos acontecimentos ainda tão recentes. Era complicado para ele, sentir tudo o que estava a sentir de uma só vez, e ainda estar próximo a você, ao mesmo tempo.

Você olhou para ele, a prótese sem esbanjar nenhum tipo de reação, mas por dentro, ele sentia - e sentia muito.

- Sal? - você o chamou, baixinho.

- Uh? - ele olhou para você rapidamente, totalmente alerta.

- Está se sentindo bem? - perguntou, um tanto preocupada. A inquietação do garoto era totalmente visível.

- Ah, estou - ele concordou juntamente a cabeça, desviando o olhar para as próprias mãos, repousadas em seu colo.

Você o observou por alguns minutos, sem dizer nada pois não havia o que dizer. Como seria dar concelhos para alguém que se encontrava com os mesmos "problemas" ou sentimentos relacionados a você? Da mesma forma, mesma intensidade, recíproco?

Você mordeu o canto da boca, apertou a mão antes de devagar, a aproximar do colo de Sal, em direção aonde as mãos do garoto estavam repousadas. Seu mindinho tocou devagar o dele, buscando saber se ele não se incomodaria com aquilo, e tendo a certeza, você apenas continuou.

E então, você entrelaçou seu mindinho ao de Sal, acabando que por sorrir observando aquilo. Era engraçada a forma como um simples ato conseguia deixar ambos balançados.

Sal olhou para os mindinhos unidos, com o coração batendo forte dentro do peito. Ele sorriu, por mais que você não conseguisse ver, passando a acariciar seu mindinho devagar, fazendo você corar.

Mordendo o lábio você desviou o olhar para a janela, observando a estrada sem realmente prestar atenção por onde passavam.

O caminho inteiro seguido até o colégio havia sido assim, em momento algum vocês quebraram aquele pequeno contato, e nem mesmo queriam.

E por mais que soasse como algo bobo, isso os deixava mais seguros sobre o que estavam a sentir em relação a vocês mesmos, com esse sentimento que crescia dia após dia.

Obscure Love ; Sally FaceWhere stories live. Discover now