50; the moment...

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Larry estava estático no mesmo lugar, travado de frente para a porta de seu quarto. Você permaneceu em silêncio, com os olhos fixos sobre as costas do mais velho.

O clima que pairava sobre aquele corredor era totalmente estranho, e não era pra menos, visto o que você havia acabado de revelar.

— O que… O que você disse? — finalmente pôde ouvir a voz de Larry quase sussurrar, parecendo espantado com a informação, não tendo a digerido 100% ainda — Você… Está…? — ele se virou para olhar você.

Com um suspiro longo, você apenas fez um aceno com a cabeça, concordando sem dizer nada. Era difícil decifrar a expressão que Larry estava carregando naquele momento. O irônico era que, ele não parecia mais com tanta raiva, pelo menos naquele meio tempo.

Surpreendentemente, o mais velho se aproximou a pegando pelo pulso, antes de a puxar em direção ao quarto dele, sem dizer nada. Totalmente surpresa você apenas se deixou ser guiada pelo amigo, que entrou no cômodo com você e a deixou parada em frente a cama dele, fazendo sinal para que você se sentasse, e assim fez.

Com seus olhos ainda fixos sobre a imagem de Larry, você o observou andar de um lado para o outro no cômodo, que ainda estava um pouco bagunçado pela recém mudança. Ele visivelmente estava pensando no que poderia dizer.

— Caralho… — ele murmurou antes de se aproximar e se sentar ao seu lado, coçando a cabeça visivelmente perdido — Como que…? Digo… Eu não quero saber como aconteceu, mas… — o mesmo soltou outro palavrão, negando com a cabeça — Como você soube?

Você suspirou alto desviando os olhos para as próprias mãos, deixando seus pensamentos se perderem pelas suas lembranças alguns breves minutos. Quando foi puxada para o limbo e teve sua conversa conflituosa com o fantasma da Rosenberg, levou boas horas para digerir e tentar compreender o que a mais velha havia lhe dito. Ao mesmo tempo que a ideia de estar esperando um filho de Sal lhe passava pela cabeça, também não queria se precipitar, já que podia também ser algo completamente diferente. Mas ainda sim, a primeira opção estava gritando fortemente dentro de sua mente.

— Rosenberg… — você respondeu depois de alguns longos minutos em silêncio, onde Larry a aguardava quase impaciente.

— Rosenberg? — ele repetiu como uma pergunta, com uma das sobrancelhas levantadas — Como assim "Rosenberg"?

— Eu acordei do que achei que fosse um sonho, no começo, era mais um limbo… Parecido com o lugar em que o Sal é puxado, extenso e branco, com alguém o dizendo palavras difíceis de decifrar, se lembra? — explicou, vendo o mais velho concordar com a cabeça — Eu encontrei o fantasma da Rosenberg, e ela me disse coisas sobre decisões, e algo sobre… O culto atrair o Sal através de algo que eu estou carregando… — abaixou a cabeça — Eu fiquei meio na dúvida no começo, pensando se era realmente isso ou não… Mas consegui confirmar…

— Porra… — Larry soltou, parecendo completamente chocado. Você levantou a cabeça para olhá-lo novamente, o vendo com o olhar perdido sobre uma das caixas espalhadas em um canto de seu quarto — Era isso que… Você queria falar com Sal?

— Bem, era sim… — concordou, suspirando alto — Eu sinto que não tenho muito tempo, e estou me sentindo completamente perdida… — confessou, sentindo aquela sensação ruim esmagar seu peito novamente.

Um silêncio pairou sobre o cômodo, ambos sem saber o que dizer naquele momento.

Larry estava em uma luta interna consigo mesmo, com seus pensamentos. Ele estava perdido, e sem ter noção do que fazer. Era uma informação que ele não esperava receber dessa forma, e dada as circunstâncias de seu comportamento anterior, ele se sentia até meio sem graça.

Obscure Love ; Sally FaceWhere stories live. Discover now