4; tree house

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Você havia passado o resto da tarde no quarto, processando as coisas que vinham acontecendo ultimamente, tentando manter sua mente ocupada assim como Sal havia lhe indicado.

Pensou em algumas coisas para fazer, por mais que não fossem assim tão interessantes, talvez lhe ajudassem. Uma das ideias que tivera fez com que você ficasse um tanto tímida, a vergonha fazendo-se presente pouco a pouco.

Estava pensando em combinar algumas coisas para fazer junto a Sal, apenas vocês dois. Gostava de passar um tempo com o rapaz, gostava muito — claro que gostava de passar um tempo com os outros colegas também, mas com Sal, a sensação era diferente. A proximidade com o garoto era diferente, não sabia explicar, mas sabia o significado. Você nunca confiara tanto em alguém como confiava nele, e claro, isso não se dava apenas pela amizade.

Quando tivesse coragem, iria chamá-lo para combinarem algo juntos.

Olhando para o relógio na parede, viu que marcavam 17:55, logo sua mãe chegaria do trabalho. Por hora, você não tinha muito o que fazer o resto da noite.

O som de batidas na porta da sala lhe despertou, por um momento sentiu o coração disparar com um breve susto. Se levantando da cama, você seguiu até o cômodo indo em direção a porta, abrindo-a e dando de cara com os dois colegas ali, Larry e Sal.

— Oi? — você sorriu para os mesmos, não deixando de esconder a surpresa com a visita repentina.

— Oi — Larry foi o primeiro a dizer, enquanto Sal apenas acenou com a mão — E então, tá ocupada?

— Bom, por agora não — negou, vendo Larry abrir um sorriso de orelha a orelha.

— É o seu dia de sorte então — disse o mais alto, dando um leve tapinha nas costas de Sal, como se fosse um "incentivo" para o baixinho. Você apenas olhava os dois, confusa.

— A-ah, bom — Sal coçou a nuca, parecendo sem graça — Nós vamos ficar um tempo na casa da árvore, levamos algumas coisas pra lá. A gente queria saber se você quer vir junto?

Fazia um tempo desde a última vez que você foi na casa da árvore, e bom, não iria recusar a oferta. Gostaria muito de passar mais tempo com os meninos.

— Ah, claro — concordou de imediato — Eu só preciso esperar minha mãe e avisar ela, ela chega daqui alguns minutos — avisou.

— Ok, a gente te espera na casa do Sal enquanto isso — Larry avisou, e o baixinho o olhou de imediato.

— Na minha? — ele perguntou apontando para o próprio peito com o indicador, e sem dizer mais nada, o baixinho estava sendo puxado para o outro lado do corredor.

— Te esperamos, S/N! — o moreno disse um pouco alto, dando um aceno com a mão.

Você apenas riu observando os dois amigos se afastarem, e então fechou a porta e tratou de ir se arrumar antes de sua mãe chegar.

Demorou apenas alguns minutos para você ouvir o som da porta principal batendo, e rapidamente você foi para a sala, vendo a mais velha seguir em direção a cozinha.

— Mãe! — você a chamou, a seguindo.

— Querida — a mulher disse após deixar as sacolas sobre a mesa, levando a atenção até você — Eu demorei um pouquinho hoje, passei no mercado pra comprar algumas coisas que estavam faltando.

— Sim, tudo bem — concordou — Queria te pedir algo.

— Pode falar — a mesma disse, tirando das sacolas as coisas que comprara no mercado, colocando a maioria na geladeira.

— Então... — começou — Eu queria saber se podia passar um tempo com o Larry e o Sal agora a noite, eles vieram me chamar... — você disse, cruzando os dedos — Eu esperei você chegar para perguntar...

Sua mãe ajeitou a postura e olhou para você, soltando um "hmm" duvidoso, lhe fazendo estalar os dedos. Ela estava pensando.

— Certo, certo — a mais velha concordou com a cabeça — Mas não volte muito tarde, querida. Estou deixando porque, bom... São Sal e Larry.

— Obrigada! — você sorriu mais aliviada, dando um abraço na mais velha e correndo para a sala, pegando o moletom que havia deixado sobre o sofá e saindo às pressas de seu apartamento, indo em direção a porta do 402.

E então, você deu apenas três batidas na porta, e não demorou para ouvir o som da fechadura. Larry a abriu.

— Já estávamos achando que você não viria — o moreno disse te olhando, você sorriu apenas.

— Minha mãe chegou agora a pouco, ela havia passado no mercado — explicou.

— Sally Face! Vamos! — Larry chamou alto, virando-se na direção oposta a você — S/N está aqui.

— Estou indo — o outro garoto disse se apoiando no sofá, amarrando o cadarço do tênis, logo erguendo a cabeça para olhar você e te cumprimentar.

Ah céus.

Ele estava sem as Maria Chiquinhas.

Bem, era a primeira vez que você o via sem elas. Era diferente, você gostava de Sal em ambos os estilos, não negara.

— Pronto — o garoto disse se aproximando de você e Larry, indicando que já podiam ir. Isso se você tivesse parado de observar as madeixas do mesmo soltas.

— Acho que alguém se apaixonou — a fala do mais velho foi o suficiente para fazer você arregalar os olhos e depositar um tapa no braço do garoto — Ei!

— Vamos — você disse virando-se rápido o suficiente para não deixar os dois garotos verem suas bochechas começarem a mudar de tom.

Enquanto atrás de você, mesmo que não percebesse, Sal também estapeou o braço do amigo, totalmente envergonhado com o ocorrido de segundos atrás.

Obscure Love ; Sally FaceOù les histoires vivent. Découvrez maintenant