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Deviam ser em torno das cinco da tarde quando você usou o cartão de acesso para o porão, parando em frente a porta da casa de Larry e batendo na mesma.

Bem, ele já havia dito que você e o resto dos colegas poderiam entrar ali sempre que quisessem o momento em que quisessem, mas você ainda sim não gostava de invadir a casa dos outros dessa forma.

Não demorou muito para a porta se abrir, revelando o garoto bem mais alto olhando para você.

— Imaginei que fosse você — ele disse, dando espaço para que você entrasse no cômodo, e assim fez.

— Por que? — você perguntou, vendo-o fechar a porta.

— Você é a única que ainda bate na porta, S/N — avisou, deixando uma risada escapar. — Sabe que não precisa.

— É, sim — concordou. — Mas mesmo assim, não me sinto confortável simplesmente entrando na casa de alguém assim.

— Como quiser — ele deu de ombros indo até o quarto, e você foi logo atrás. — E então, do que você precisa?

— Uh... — só então naquele momento se tocara o que realmente havia ido fazer ali, na casa de Larry.

Ok, como perguntaria isso?

Você suspirou mordendo o lábio mais uma vez, vendo Larry se jogar sobre a cama bagunçada, esperando você dizer o que queria.

- Bem, você conhece o Sal a bem mais tempo que eu , então achei que seria a melhor pessoa a quem perguntar - você iniciou, estalando seus dedos em nervosismo. - Eu queria saber do que ele gosta, sabe...? Algum lugar, algo que ele goste de fazer...

- Por que quer saber? - o moreno levantou uma das sobrancelhas, olhando para você com curiosidade.

Por um momento, você esquecera que teria que dizer o motivo da tal pergunta.

E não, não contava em ter que contar que você e Sal iriam passar um tempo juntos, apenas os dois. Não que necessariamente precisasse esconder de Larry, ainda mais porque não era algo tão grandioso assim.

- Bem, eu... - pensou e pensou em alguma desculpa, mas não tinha nada em mente. - Eu e Sal combinamos de fazer algo, juntos - você confessou, afinal, era Larry. - E bem, eu não consegui pensar em muita coisa, e então percebi que não sei muito sobre o que ele gosta...

Larry olhou para você, parecia surpreso. Mas, não demorou muito para o moreno abrir um sorriso concordando com a cabeça.

- Falando assim, nem parece que vocês dois vivem colados - ele comentou, e você corou. - Vamos lá, você deve saber de algo.

- Não, absolutamente... - você suspirou quase que derrotada, sentando-se ao lado do amigo. - Bem, seria algo simples, entende? Era só para passarmos um tempo juntos normalmente, sem trabalhos de escola ou para ir visitar fantasmas.

Larry riu com a expressão que você fazia, em certa reprovação. Não que esses momentos tenham sido ruins, mas você queria algo diferente, fora dessa rotina monótona com Sal.

- Uh, você sabe, Sal não é exigente nem nada - o moreno disse, olhando para o teto. - Tenho certeza que qualquer coisa que você fizer, ele vai gostar vindo de você, sabe?

Você corou novamente, desviando o olhar para suas próprias mãos.

Ok, isso havia sido novo.

- Estou falando sério, Larry - suspirou.

- Eu também, garota - ele revirou os olhos, lhe empurrando levemente como um tal "incentivo". - Vamos lá, mesmo que você não faça nada, Sal irá ficar contente por ter vindo de você, pela sua companhia. Eu tenho certeza.

Você ficou um tanto pensativa em relação a isso. Larry estava mesmo certo?

- Faça o que você acha que deve ser feito, como você mesma disse, algo simples. O que quer que seja, ele irá gostar - por fim, o mais velho bagunçou seus cabelos, enquanto você reclamou dando um breve tapa na mão do mesmo.

- Certo, irei pensar sobre o que disse - decidiu por fim, pensaria mais sobre tudo isso quando voltasse para casa. - Obrigada, Larry!

- Por nada - o garoto sorriu, erguendo o polegar para cima como sinal de "boa sorte".

[...]

Já era de noite, você estava em seu quarto um tanto pensativa. Sempre que se lembrara do que Larry havia dito, sentia as bochechas esquentarem um tanto, a vergonha tomando-lhe conta.

Mordendo o interior da bochecha, você então pensou em algo, não tão grandioso mas talvez o suficiente e agradável. Levantando-se num pulo, checou as horas no relógio pregado na parede: eram 20:30.

Estava muito tarde, será...?

De jeito nenhum sua ansiedade a faria aguentar até o dia seguinte.

Pegando um casaco apenas para disfarçar o pijama, você passou por sua mãe na sala as pressas, e antes que a mesma pudesse perguntar aonde estava indo, você já se encontrava no corredor seguindo para o apartamento ao lado.

Olhou para a placa gravada com o "402", pensativa. Bem, sabia que Sal não dormia muito cedo...

Bateu três vezes na porta, sentindo o corpo estremecer com o resultado de sua ansiedade. Demorou apenas alguns segundos, e então a porta do apartamento se abrira.

Bingo! Era Sal.

O garoto estava com uma camiseta mais larga do que costumava usar, os cabelos estavam caídos sobre seus ombros, já que o mesmo estava sem suas Maria Chiquinhas.

- S/N? - ele perguntou, surpreso. - Tudo bem?

- S-Sim, é... - você pigarreou, a voz ficando presa em sua própria garganta por alguns segundos. - Desculpa bater em sua porta nesse horário...

- Sem problemas - o mesmo olhou para você, e instantaneamente você corou, lembrando-se que estava com um moletom e a calça do pijama.

- Bem! Eu... - coçou o próprio braço, mexendo seus pés. - Amanhã a noite estará ocupado?

- Uh, não - ele negou, olhando para você com curiosidade.

- Eu queria saber então se você gostaria de ir a um lugar comigo... - pediu, mordendo o lábio inferior a fim de disfarçar seu certo nervosismo. - Mas se estiver ocupado, não tem problema nós... - ele a interrompeu.

- Quero! Quero sim - concordou algumas vezes com a cabeça. - Não farei nada de importante amanhã, está tudo bem para mim.

Você sorriu, contente com a resposta. Concordou algumas vezes com a cabeça, e pôde ter a certeza que ficara ainda mais ansiosa.

- Ok... - assentiu. - Nos vemos amanhã então. Tenha uma boa noite, Sal.

- Você também, S/N. Até amanhã, durma bem - desejou, com uma empolgação na voz.

Vocês se olharam alguns segundos, antes de você acenar com a mão e se afastar da porta do apartamento 402, indo em passos rápidos de volta para o 401 - aonde você morava. Entrou em casa saltitante, fechando a porta.

- Posso saber o porquê dessa empolgação toda? - você se assustou ao ouvir a voz da mais velha, esquecendo-se que ela estava ali.

- O-Oh, mãe! - reclamou, com a mão no peito. - Não é nada, boa noite! - você rapidamente desejou, correndo para seu quarto para não ter que responder mais perguntas. Do jeito que a mãe era insistente, sabia que acabaria se envergonhando uma hora ou outra com algum comentário que a mulher faria.

Fechando a porta de seu quarto e tirando aquele moletom quente, você jogou-se em sua cama, sem tirar o sorriso do rosto. Abraçando seu travesseiro, você demorou um tempo para dormir, ainda planejando ansiosamente o que faria junto com Sal no dia seguinte.

Obscure Love ; Sally FaceWhere stories live. Discover now