52; peace part 2

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[...]

O silêncio ainda se estendia pelo cômodo, mas diferente de minutos atrás, não lhe era incômodo, muito pelo contrário. Era um silêncio que trazia certo conforto, permitindo finalmente que você colocasse seus pensamentos em ordem, e começasse a se acalmar um pouco. Não demorou muito para sentir aquela sensação esmagadora em seu peito começar a se afastar pouco a pouco.

— Acho que nunca me senti tão apavorada em toda a minha vida… — confessou, sua voz já não estava mais tão trêmula — Eu não fazia ideia de como te dizer, não planejei nada… E além disso, fiquei com tanto medo que você…

— Tá tudo bem… — Sal a interrompeu, segurando seu rosto com as duas mãos para fazê-la olhar em seus olhos — Eu consigo imaginar como deve ter sido difícil… — acariciou seu rosto, deixando um beijo demorado sobre sua testa — Desculpa… Me desculpa por ter deixado você sozinha… — ele pediu, com a voz e expressão carregados de arrependimento.

Você o olhou no fundo dos olhos, até mesmo seu olhar carregava algo diferente naquele momento, algo como culpa. Lembrava-se que, depois de ter que revelar a maior parcela de coisas sobre o culto, apenas Sal e Todd não haviam lhe virado as costas completamente. Sabia que Sal estava magoado, e também não conseguia julgá-lo por isso, mas mesmo depois de todas as circunstâncias, ele não havia simplesmente te deixado de lado, mesmo depois de tudo.

Segurando as mãos de Sal, que ainda estavam em seu rosto, você apenas negou com a cabeça, sem desviar os olhos dele.

— Tá tudo bem… Você precisava do seu tempo para colocar seus pensamentos em ordem, e mesmo depois de tudo, você ainda estava disposto a me dar uma chance… — tentou confortá-lo, vendo que o mesmo abriu a boca para dizer algo, mas você interrompeu — Eu entendo o seu lado, não se culpe tanto Sal… Estou bem agora…

O rapaz permaneceu em silêncio por alguns minutos, sem desviar as íris azuis de você. Em seguida, ele a puxou para outro abraço apertado, como se quisesse te proteger de qualquer mal no mundo — e realmente, essa era a intenção.

Não sei o que eu faria se algo tivesse acontecido com você… — o rapaz sussurrou, com a voz carregada de insegurança. Você o sentiu a apertar no abraço, ele parecia com medo de que você simplesmente desaparecesse dali a qualquer momento.

Está tudo bem… — você sussurrou de volta — Eu estou aqui agora, e não vou embora… — assegurou, se afastando brevemente para segurar o rosto do namorado, olhando em seus olhos para lhe passar confiança sobre sua fala. Por mais que não tivesse tanta certeza daquilo…

O rapaz suspirou, se aproximando enquanto descansava a testa sobre a sua, fechando os olhos antes de segurar suas mãos, deixando um carinho ali. Ambos ficaram ali, sem dizer nada por longos minutos, mas com as mentes cheias de pensamentos e perguntas sobre o que iriam fazer agora. Mas, depois de mais alguns minutos, algo lhe chamou atenção, quando você conseguiu ouvir um riso baixo vindo da parte de Sal, a fazendo abrir os olhos para encará-lo.

— Eu sempre gostei de crianças… — Sally comentou, brincando com os próprios dedos meio inquieto — Isso muitas vezes fez com que eu me imaginasse cuidando de um filho, em algum momento da minha vida… — ele dizia carregando um sorriso, mesmo que parecesse que seus pensamentos estivessem longe naquele momento. Você não pôde deixar de sorrir com aquilo, era nítido como Sal estava feliz com a notícia…

— A ideia de ser mãe me assusta um pouco, às vezes… — você comentou um pouco apreensiva, vendo Sal se afastar um pouco para olhar melhor você. Viu algo em sua expressão mudar, agora estava carregado de preocupação novamente.

— Você… — ele coçou a nuca, mordendo o canto da boca apreensível — Eu vou entender se você quiser… — o olhou rapidamente, arregalando os olhos por um momento, compreendendo o que ele estava pensando.

— Não! Não é nada disso — você negou algumas vezes, segurando as mãos dele — Estou dizendo isso porque, às vezes, eu não me sinto responsável o suficiente… E uma criança é como dar um passo muito maior e muito mais delicado… — explicou, suspirando baixo — Eu tenho medo de não ser boa para ela… E principalmente nas circunstâncias em que estamos agora… — sentiu o coração apertar, e o medo começar a invadir novamente — Eu não quero que nada aconteça…

— Vai ficar tudo bem… — Fisher tentou a tranquilizar, entrelaçando seus dedos antes de deixar um beijo demorado sobre o topo de sua cabeça — Nós vamos cuidar dele, nada de mal vai acontecer… — ele assegurou, com a outra mão pousando delicadamente sobre sua barriga, e você o viu sorrir. Mais uma vez ele carregava aquele brilho nos olhos — Eu sempre vou estar aqui, sempre vou cuidar de vocês… — prometeu por fim, olhando no fundo de seus olhos.

Você não sabia o que dizer, nada além de sentir o quanto amava aquele rapaz. Se perguntava mais uma vez, o que seria de sua vida sem Sal fazendo parte dela, e era impossível imaginar um caminho sem a presença dele ali. Em todas essas últimas semanas totalmente conturbadas, Sal ainda conseguia ser o único a lhe trazer conforto.

Abraçou o rapaz com força, ainda sem conseguir dizer nada, sabendo que se tentasse sua voz seria embargada pelo choro. Repousou sua cabeça sobre o peito do mesmo, logo sentindo ele começar a acariciar seus cabelos, rodeando os braços ao seu redor como se tentasse te proteger do mundo.

Mas, no fundo, você sentia que aquilo era apenas a calmaria antes da tempestade…

— Me sinto tão perdida… — você comentou, com os olhos vagando brevemente pelas decorações do quarto — Eu não tenho ideia do que fazer agora…

— Você não vai voltar para lá — foi a primeira coisa que Sal disse, e pela primeira vez a voz dele carregava um tom pouco mais sério. Você levantou a cabeça para olhá-lo, e quando abriu a boca para dizer algo, ele a interrompeu — Deveríamos seguir o que a Rosenberg disse, não é seguro você ficar naqueles prédios, principalmente agora… — ele suspirou, com uma das mãos acariciando sua bochecha.

Você mordeu o interior da bochecha, pensativa. Ao mesmo tempo que achava perigoso mudar as coisas tão de repente, também não tinha muita escolha. Rosenberg havia lhe aconselhado, mas o que iria fazer depois disso? Seria um motivo ainda maior para o culto agir.

— Eu sei que está pensando sobre o culto, eu também estou apreensivo quanto a isso… — Sal disse, segurando seu rosto fazendo com que você o olhasse — Mas nós vamos conseguir, ok?

Mesmo ainda meio relutante, você concorda com a cabeça, sem dizer nada. No fundo, aquilo não havia sido o suficiente para deixá-la mais tranquila, muito pelo contrário. Sabia que precisavam pensar em algo o mais rápido possível, não podiam perder mais nem uma parcela de tempo.

Às coisas seriam imprevisíveis, mas ainda sim você não poderia falhar agora. Os riscos seriam absurdamente altos, mas você tinha que arriscar até onde pudesse. Se recusava a viver sabendo que o culto nunca desistiria de acabar com tudo, e principalmente com a vida daquele que você mais ama.

Agora a vida de Sal e do filho de vocês estava em perigo, e não podia permitir que nada de mal acontecesse a nenhum deles…

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Hoee vidocas, como estão?

Era pra eu ter atualizado ontem, mas o dia foi corrido e só terminei de escrever e revisar o capítulo hoje de manhã 😭

BEEM, eu queria aproveitar a oportunidade aqui e fazer uma perguntinha rápida pra vocês 👀 Depois que Obscure Love chegar ao fim — 😭 — eu pretendo continuar escrevendo outras histórias de Sally Face, e como eu comentei há um tempo, é bem provável que a próxima seja com o Larry 👀, ele é um personagem que eu tô planejando escrever uma fanfic há bastante tempo já hehe

POREEEM, tem um personagem que eu estive pensando... E é bem provável que haja uma fanfic com ele também 👀 Então eu queria citar ele aqui pra saber se vocês conhecem, e pra quem não conhece e ficar com curiosidade de saber mais, tem várias gameplay's no YouTube. E pra quem conhece, eu queria saber o que vocês acham porque é um tanto... "Peculiar" eu diria? Hauwhshs. Eu vou citar somente o nome 👀

John Doe.

Bem, era isso 👀 espero que tenham gostado do capítulo, se tudo der certo nos vemos no domingo hehe. Fiquem bem, amo vocês 💚✨





Obscure Love ; Sally FaceOnde as histórias ganham vida. Descobre agora