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- Eu... - ela corre na frente, fechando a janela do nosso quarto, encostando o corpo magro no vidro. - eu tenho uma boa explicação para isso...

Eu abro a boca para responder, mas nenhum som saí de minha garganta, apenas uma respiração pesada.

As notas verdes dançam pelo quarto, se espalhando pelo chão, por toda a parte. É tanto dinheiro que meus olhos queimam.

Madelyne resmunga mais algumas coisas enquanto se apressa para juntar todas as notas em cima da sua cama de solteiro, já farta de outras notas espalhadas pelo lençol. O papel está por todo quarto. No chão ao redor dos meus pés, na cama dela, um pouco na minha...parece infinito. Apoio o peso do meu corpo na porta de madeira, meus olhos arregalados observando minha colega de quarto correr de um espaço para o outro impedindo o dinheiro de continuar se espalhando.

- Merda! - exclama, batendo as botas de couro no chão com raiva. - eu não devia ter deixado a janela aberta... O que deu na porra da minha cabeça?

- Eu...eu... - minha voz falha, impressionada com tanto dinheiro. Eu nunca vi tanto papel verde junto, tem mais do que minha poupança de faculdade jogado pelo chão. - Eu nunca vi tanto dinheiro assim...

- Sério? Não me diga... - ela resmunga, virando o rosto em minha direção com as sobrancelhas franzidas. - Fecha a porta por favor?

Acato em silêncio, terminando de empurrar o peso do meu corpo sobe a porta. O click da madeira se chocando contra o batente faz Madelyne suspirar de alívio.

- Madelyne...o que que é isso? Que dinheiro é esse? Não, não diz - levanto uma das mãos, interrompendo sua fala. - eu não quero saber.

- Como se eu pudesse contar... - Mas sussurra, negando com a cabeça.

Encaro a garota de cabelos rosas incrédula.

- Como assim?

- Como assim o que?

- Sua última frase: "Como se pudesse contar"...o que você quis dizer com isso?

- Nada ué. -  ela dá de ombros, puxando uma bolsa preta pesada dos pés da cama. - eu só estava resmungando algo.

- Algo que não pode contar.

- Por favor Heaven, não vamos ter uma dr sobre isso agora, preciso juntar todo esse dinheiro de volta na bolsa... contado.  - os dedos magros deslizam pelas notas, sussurrando algumas coisas antes de enfiá-las na bolsa.

Não digo mais nada depois de sua resposta, apenas observo-a sussurrar números e mais números enquanto empurra o papel verde dentro da bolsa.

Passo longos minutos obsevando Madelyne, seu cuidado em separar as notas, contá-las e depois arrumá-las, como se endireitasse peças de roupa em uma mala, coisas do seu dia a dia. Ela faz tudo em um silêncio desconfortável, que atinge não só nosso quarto tomado de dinheiro, mas me atinge também. Me deixa incomodada. Mas sou covarde demais para indagá-la mais um pouco, e estou cansada demais para brincar de advinhar com ela, fitando seus movimentos a espera de um momento para desviar meus olhos para seu rosto na tentativa de decifrar suas reações apáticas.

Ela é boa em saber disfarçar, todo meu esforço seria em vão.

Fazendo o melhor para poupar minha cabeça, eu desisto de Mad. Deixo meu celular e as chaves da porta em cima de sua cadeira, arrastando algumas notas para o chão antes de me aconchegar em minha cama, me arrependendo poucos segundos depois por impestiar meu lençol novo com cheiro forte de bebida barata.

O cheiro forte da bebida de Rideon.

Fecho os olhos, sentindo os dedos ásperos passarem por minhas coxas novamente, agarrando minha carne com violência. Em minha mente eu vejo seus dedos pressionarem-me com tanta força que a carne negra de minha coxa sangra. A imagem fica rondando em minha cabeça enquanto pressiono meus olhos com a violência, mantendo-os fechados para que a imagem erótica suma da minha mente.

HEAVENWhere stories live. Discover now