Todas as suas versões [CONCLUÍDO]

9° Capítulo- Pensamento

Saio do quarto com o corpo pegando fogo, o sangue pulsando forte em minhas veias e ajeito o volume dentro da calça, quando desço as escadas dou de cara com uma mulher de pele branca, cabelos negros assim como seus olhos, baixinha e parece ter uns quarenta e cinco anos ou mais e não sei porque não sinto uma energia boa vindo dela.

— Oi meu bem. — Ela se aproxima em passos lentos, acredito que esteja tentando ser sensual mas não consegue e coloca uma mão em meu braço o alisando mas eu retiro imediatamente.

— O que você quer? — Respondo sendo curto e grosso, ela coloca a mão no peito e um sorriso debochado se desenha em seus lábios me deixando puto.

— Nossa, amo homens assim, eles tendem a ser brutos sabia? — Ela fala com uma voz enjoada e eu reviro os olhos enquanto cruzo os braços.

— Preciso ir. — Quando começo a caminhar em direção a saída ela segura novamente em meu braço. — O que é caralho?

Até tentei não parecer agressivo mas odeio isso, para mim as pessoas tem que falar logo o que querem, na verdade ela nem tinha que falar nada, nem a conheço e não estou entendendo nada dessa situação.

— Você que estava com a Luna não é? — Ela sorri e eu olho para seu rosto, eu não sei realmente o que sinto nesse momento, mas ela passa uma coisa tão ruim que me faz mal.

— Sim. — Respondo simples e cruzo meus braços novamente a olhando seriamente.

— Eu sou dona daqui e consequentemente dona dela também, queria saber se gostou da noite, tenho que avaliar minhas meninas.

Sua fala embrulha meu estômago e sinto vontade de vomitar, em minha mente só vem os olhos de Luna quase pedindo por socorro enquanto conversávamos lá em cima e penso em quantas meninas daqui não passam pela mesma situação?

— Entendi, a noite foi incrível, Luna é perfeita e completamente dona de si, você não é dona de ninguém só dessa boate nojenta mesmo.

Falo completamente sem pensar, isso talvez prejudique Luna depois mas eu espero que não, não consigo ficar quieto diante disso porque um sentimento de proteção preenche meu peito.

A mulher me olha com fúria e eu estou pouco me fodendo para isso, me viro e saio andando sem nem olhar para trás, confesso que meu coração está apertado mas não consigo nem lidar com meus problemas não posso pegar os dos outros para mim.

Mando mensagem para o André e para o Hugo que aparecem depois de uns minutos, nesse tempo me deu vontade de fumar mas percebi que deixei o maço de cigarro lá no quarto.

— E ai brother, como foi a noite? — André pergunta e bate nas minhas costas, ele está com um sorriso enorme no rosto, já percebi que se deu bem.

— Incrível, depois te conto.

Dou um sorriso e não falo mais nada porque simplesmente não conto as coisas para o Hugo, ele sempre está com a gente mas não confio nele e nem em ninguém, já aconteceram várias situações que me levaram a não ter mais essa liberdade perto dele.