18° Capítulo- Solidão

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No dia seguinte acordo com o coração apertado sabendo que hoje eles vão para a clínica mas ao mesmo tempo estou aliviado porque lá eles poderão se cuidar e talvez o meu pai se recupere e volte a ser o mesmo de antes

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No dia seguinte acordo com o coração apertado sabendo que hoje eles vão para a clínica mas ao mesmo tempo estou aliviado porque lá eles poderão se cuidar e talvez o meu pai se recupere e volte a ser o mesmo de antes. O cara que jogava bola comigo, que eu podia contar tudo sobre minha vida porque ele tinha os melhores conselhos, aquele que fazia de tudo pela família e que realmente tinha vontade de viver.

Meu pai era o homem mais alegre que eu conhecia, tinha amigos por todos os lugares porque sua simpatia encantava a todos, o brilho no seu olhar, a leveza e o fato de ser totalmente livre era surreal e acho que sou parecido com ele nisso. Aprendi a ser uma pessoa de caráter graças a minha família e sou muito grato por isso, mesmo com as coisas ruins que estão acontecendo.

A doença da minha mãe não tem cura então é viver cada dia como se fosse o último ao seu lado. Abraço, beijo, trato com todo amor e carinho do mundo para ter lembranças incríveis guardadas em minha mente e em meu coração eternamente, dói falar isso mas Deus quis assim e só nos resta aceitar.

A vida é curta e nós temos que ter isso em mente, as vezes desperdiçamos tempos preciosos com brigas e coisas desnecessárias, o amanhã chega e nele você pode ficar com peso na consciência e pensar que poderia ter feito tudo diferente. Não quero ficar assim, preciso ter paz no meu coração sabendo que fiz tudo o que podia para dar uma vida feliz para eles mesmo com as dificuldades, mesmo sendo difícil e me sentindo esgotado, sempre vou lutar para que estejam leves e com um sorriso no rosto.

Finalmente tenho coragem de levantar da cama, abro a janela para os raios solares entrarem no meu quarto e depois de tomar banho, faço um café da manhã reforçado para minha mãe e vou até seu quarto levando a bandeja repleta de coisas que ama. Abro a porta bem devagar e vejo dona Clara sentada na cama, quando seus olhos encontram os meus vejo um brilho diferente, ela parece tentar me reconhecer mas não consegue.

— Quem é você? — Meu coração erra as batidas e me da vontade de chorar toda vez que ela diz isso.

— Sou um menino que cuida muito bem dessa rainha. — Abro um sorriso forçado e coloco a bandeja na cama.

Ela ainda me olha com um pouco de receio mas logo suaviza a expressão, ainda sem saber muito o que fazer, minha mãe pega uma uva e leva até a boca mastigando lentamente e fechamos olhinhos apreciando o sabor.

— Eu amo isso. — Ela balança as mãozinhas como se estivesse comemorando e meus olhos se enchem de lágrimas, o fato de parecer uma criança redescobrindo as coisas todos os dias me deixa emotivo mas consigo me controlar na sua frente, não gosto de ficar chorando na sua presença.

— Eu sei. — Sussurro com a voz embargada com o choro entalado na garganta.

Ela realmente está descobrindo as coisas básicas e simples da vida e como se estivesse se redescobrindo também de dentro para fora, toda vez que ela acorda é como se no dia anterior não tivesse aprendido nada, é doloroso ver como a nossa mente pode nos mudar tanto quando é afetada.

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