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47° Capítulo- Vida nova

Uma semana se passou e vou finalmente sair desse hospital, não aguentava mais ficar deitado nessa cama sem fazer nada.

A cama é macia mas minha coluna já está doendo, só levantei para ir no banheiro e mais nada. Preciso da minha casa, comer algo gostoso porque a comida daqui é totalmente sem sal, preciso sair para beber pra caralho e ficar louco.

Falando assim parece que fiquei uma eternidade aqui mas para mim realmente foi, cada dia era uma tortura diferente, principalmente na hora de fazer curativo nas queimaduras mas já estão bem melhor.

O médico já passou aqui e me explicou tudo, as mesmas coisas que disse para minha mulher ontem, sobre os cuidados que preciso ter e que com toda certeza não vou seguir nenhum porque nunca faço o que mandam.

A real é que sempre odiei hospital e essas coisas de remédio, só me cuidava quando minha mãe me obrigava mas ainda assim conseguia enrolar e melhorava naturalmente.

— Vamos amor? — Lara entra no quarto sorrindo e eu me perco olhando para seus olhos intensos e seu sorriso lindo.

Ela ficou na casa da Jas e do André enquanto eu ainda estava internado mas agora vai morar comigo, eu não poderia estar mais feliz e meu coração parece pular dentro do peito.

O amor da minha vida vai morar comigo!

Eu nunca imaginei que isso fosse acontecer mas agora parece a realização de um sonho, meu coração está tranquilo por saber que agora ela terá todo amor e carinho que merece, ela nunca mais vai sofrer porque eu não vou deixar.

— Vamos. — Coloco minha blusa sentindo seu olhar sobre mim o tempo todo e dou um sorriso malicioso em sua direção mas ela nem percebe porque está viajando por todo o meu corpo.

Vou me aproximando em passos lentos e passo os braços ao redor da sua cintura colando seu corpo no meu.

— Está com saudades? Estou reparando seu olhar me devorando. — Ela fica vermelha de vergonha no mesmo momento. Linda!

— Para com isso, só estava vendo se você realmente está bem e como os machucados estão. — Ela mente e sua voz fica até mais fina me fazendo gargalhar.

— Relaxa amor, não precisa mentir, isso é normal, também estou com saudades. — Pisco um dos olhos e ela encosta a cabeça no meu peito enquanto ri.

Eu amo essa mulher!

— Vamos logo garoto, você me mata de vergonha.

Uma risada escapa dos meus lábios e entrelaço nossos dedos enquanto saímos do quarto e vamos caminhando lentamente pelos corredores brancos e sem vida.

Eu odeio hospital, me da uma sensação ruim, desde que minha mãe se foi eu nunca mais tinha ido em lugares assim, não conseguia mas infelizmente foi necessário.