Diário de uma prostituta II

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Capítulo 7.

Fernando me deixou em casa, e eu recebi a incrível quantia de 10 mil reais. Segundo ele, não foi só pela transa mas também pelo papo, agradeci feliz da vida, pois seria um dinheiro que me ajudaria futuramente. Cheguei em casa chamando pelos meus bebês mas não os achei.

-Camila? João?

-Aqui mãe.

-Você ainda está sozinha filha??

-O João não voltou ainda. Liguei mas ele não me atende!

-Vou lá na casa do Thiago.

A casa do amigo do João era umas 4 casas depois da nossa, porém fui olhar no relógio e vi que já era tarde, pelo horário eles já deviam estar dormindo.

-Mãe, melhor a gente ir lá sim.

-Porque você tá falando isso filha? Você tá sabendo de alguma coisa que eu não sei?

-Bom, se eu contar você promete que não vai brigar com o João?

-Não vou prometer nada, porque se o seu irmão fez alguma merda ele vai ver.

-Eu não sei se é verdade, mas todo mundo aqui na rua tava dizendo que o Thiago anda frequentando umas festas só com gente barra pesada, e parece que ele disse que ia levar o João.

-O seu irmão tem 13 anos Camila, 13. Ele é uma criança! Pois eu vou lá agora, e se o João fez isso ele vai ver.

Sai de casa e fui bater na casa da mãe do Thiago, que demorou um pouco a atender porque era tarde, assim que ela me viu, ficou Branca igual um papel!

-Oi boa noite, eu vim atrás do João, ele tá aí?

-Bom, ele saiu com o Thiago.

-Como assim saiu?

-Eles foram em uma festinha, mas é bobagem, daqui a pouco eles estão de volta.

-Olha, cada um cuida do seu filho como bem entender, mas o meu não tem idade pra tá em "festinhas", muito menos sem a minha permissão. Vou esperar ele em casa, assim que eles chegarem manda ele ir embora por favor.

-Ok.

Foi Só o que ela disse, eu não quis prolongar o assunto porque ela não tinha nada a ver, meu assunto era com o João. Voltei pra casa para esperar ele chegar, sentei no sofá pensando no que eu ia fazer, me sentindo a pior mãe do mundo.

-Mãe, calma. Vai ficar tudo bem!

Ela me deu um abraço e disse que ia dormir, quando ela saiu, ele chegou, olhei pra ele que não me olhou, mas estava bem esquisito.

-Olha pra mim!

-O que é Hein?

-Primeiro de tudo, me respeita. Segundo, eu quero saber exatamente onde você tava e o que tava fazendo, porque se você não me contar a verdade vai ficar 1 mês sem sair de casa.

-Eu fui em uma festa.

-Você bebeu?

-Não.

-Bebeu sim, eu tô sentindo o cheiro de álcool daqui. O quê deu na tua cabeça menino? Você tem 13 anos mas é práticamente uma criança, que deveria estar jogando bola, lendo livros, fazendo coisas que garotos da sua idade fazem. Eu não te quero mais andando com esse menino, porque se eu descobrir que alguma coisa desse tipo aconteceu de novo, você nunca mais sai  de casa, vai tomar um banho e dormir.

-Eu não vou, tô cansado de você, cansado dessa vida. Eu sinto falta do meu pai em casa, queria ele aqui mas você mandou ele ir embora. Você some e não tá nem aí pra mim e muito menos pra Camila, as vezes eu sinto como se não tivesse mãe.

-Você vai sim, tenho falhas como todo mundo, mas sou sua mãe, posso não ser a mãe que te deu a Luz, mas fui eu que te criei desde que você nasceu, sou eu que faço tudo por você e pela sua irmã. Me obedece por favor, antes que eu perca a paciência.

-Eu odeio você, odeio! Eu queria que a minha mãe tivesse sobrevivido, era pra ela tá aqui comigo, não você!

Eu não tive mais forças pra debater, queria chorar, mas não faria isso na frente dele. Jamais iria demonstrar minja fraqueza.

-Faz o que você quiser. Amanhã a gente conversa!

Quando ele se virou pra sair, deixou cair algo do bolso dele. Quando peguei pra ver o que era não acreditei: Um cigarro de maconha.

-O que é isso aqui João?...

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