Diário de uma prostituta II

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capitulo 36.

Fernando narrando

Levei a Laura para a minha casa, não pretendia passar a noite com ela, apenas não queria ficar sozinho.

-Nossa, a sua casa continua exatamente igual.

-Sim, fiz poucas alterações.

-Onde eu vou dormir?

-No quarto de hóspedes.

-Continua no mesmo lugar?

-Sim.

Ela seguiu em uma direção, e eu em outra. Entrei no meu quarto e imediatamente lembrei da Luíza, só então me toquei não tinha avisado os meninos, e se eles estivessem precisando de alguma coisa? Mandei uma mensagem pra Camila, que não me respondeu pois pelo horário já deveria estar dormindo, deixei o celular em cima da cama e fui tomar um banho. Assim que acabei do banho saí um pouco do quarto e estava indo em direção ao escritório, notei que estava aberto e quando entrei, a Laura estava de costa, usava um roupão preto transparente, onde era possível visualizar a calcinha fio dental que ela usava, da mesma cor do roupão, e usava também um sutiã que deveria ser par da calcinha. Meu escritório tinha vista pra cidade inteira, e a noite ficava mais bonito ainda, pensei em desviar mas ela acabou me vendo.

-Fernando?

-Sim, sou eu.

-Desculpa o traje, pensei que você já ia dormir por isso me senti a vontade pra ficar assim.

-Tudo bem, ia pegar um pouco de ar mas vou voltar pro meu quarto.

-Fernando espera, não precisa ter medo de mim, eu não mordo.

Ela veio chegando perto de mim, me olhando de um jeito, minha respiração foi ficando ofegante mesmo sem eu querer. Como isso era possível? Como eu ainda podia sentir algo por uma pessoa que tinha simplesmente me trocado por outro?

-Laura não, por favor.

-Eu sei que você sente saudades de mim, tá louco pra reviver nossos momentos.

Ela chegou perto de mim e eu pude sentir o perfume dela, o mesmo que ela usava quando estava comigo, fiquei maluco de tesão por ela, mas uma pequena parte da minha consciência me lembrou que ela não era a pessoa certa mim, que a minha pessoa certa era aquela por quem eu estava completamente apaixonado, e que eu prometi esperar o tempo que fosse. Foi a Luíza, mesmo que em pensamento que fez eu me afastar daquela tentação ali na minha frente.

-Laura não, se você continuar com isso, vai ter que ir embora.

-Desculpa, eu pensei realmente que você ainda me amava.

-Eu te amei por muitos anos, sofri quando te vi beijando outro bem na minha frente, mas graças a Deus eu encontrei uma pessoa maravilhosa, que eu prometi esperar o tempo que fosse, e é isso que eu vou fazer.

-Desculpa, vou deitar pra dormir.

Ela saiu do quarto, e se eu tivesse sido muito grosseiro com ela? Não, eu não ia voltar lá, me direcionei ao meu quarto e vi pela tela do celular acesa que a Camila havia respondido.

"Oi Fernando boa noite, não se preocupe meu pai passou aqui mais cedo e nos contou tudo o que aconteceu. Ele vai vir pra cá ficar com a gente, o Rodrigo também vai morar aqui e vai ficar tudo bem, muito obrigada por tudo e pode deixar que você está mais que convidado para o chá do meu bebê, assim que souber o que é vou organizar tudo e chamo você. Futuro padrasto rsrsrs, beijos adoro muito você"

Fiquei um pouco aliviado sabendo que eles estavam bem, quem seria Rodrigo, será que era o pai do bebê dela? Deitei um pouco para descansar, mas não consegui dormir. Vi o dia praticamente amanhecer e decidi voltar para o Velório, quando estava saindo adivinha quem estava me esperando na sala?

-Fernando vou voltar com você, sei que o momento mais doloroso vai chegar e você vai precisar de mim, relaxa eu sei que entre a gente não rola mais nada, pelo menos aceita a minha companhia?

-Aceito sim, muito obrigada por me compreender.

Ela deu um sorriso e eu retribui, entramos no meu carro e em 10 minutos chegamos na capela, o restante do velório foi muito doloroso, até que 8:00 da manhã o corpo do meu pai saiu em direção ao cemitério, estava de óculos escuros mas não podia esconder o quanto meus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, e quando chegou o momento mais difícil a Laura estava do meu lado, me abraçou o tempo todo até o caixão descer, eles jogarem terra em cima e acabou, meu pai finalmente descansou.

Saí do cemitério completamente desorientado, estava praticamente duas noites sem dormir.

-Me dá a chave do Carro Fernando, eu deixo vocês em casa.

-Você não tem que trabalhar?

-Eu só pego a tarde.

Eu aceitei, afinal de contas não estava com nenhuma condição de dirigir. Ela nos deixou em casa e de lá pegou um táxi, então eu tomei um banho um remédio, pois no dia seguinte era dia de visita e eu já estava morrendo de saudades da minha menina...

Diário de uma prostituta IIWhere stories live. Discover now