Diário de uma prostituta II

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Capítulo 25.

Depois de um banho maravilhoso e relaxante, estava me arrumando para sair com o Fernando, ele queria me levar para jantar em um local que segundo ele é "Perfeito para esquecer os problemas". Escolhi para usar, um vestido cor de vinho trançado nas costas, transparente na parte da barriga e com uma abertura discreta na parte da coxa. No meu cabelo fiz uma escova e deixei solto, e a maquiagem optei por não deixar muito forte já que o vestido já era o destaque, e por fim calcei um sapato alto preto com detalhes brilhosos em cima.
Assim que desci as escadas o Fernando me olhou e eu olhei para ele, que usava uma calça jeans preta, uma camisa branca com uns desenhos na frente e um sapato preto.

-Uau, você está linda.

-Obrigada, onde estão os meninos?

-O João Lucas está com a Betina na cozinha, estão fazendo um bolo.

-E a Camila?

-No quarto.

-Vamos.

Fui andando na frente dele e fiquei surpresa ao me deparar com a limusine na frente da casa, e me lembrei da noite que nós nos conhecemos. Não falei nada e entrei, ele se sentou ao meu lado e também não disse nada, apenas me olhava de canto de olho, como se fosse novamente nosso primeiro encontro, e nós dois fossemos dois desconhecidos.

-Luíza, talvez você esteja estranhando meu jeito, mas nem eu sei o motivo de toda essa timidez.

-Tudo bem, eu também não sei o porquê mas estou me sentindo bem estranha.

-Já vamos chegar.

Foi só o que ele disse e continuamos o nosso trajeto calados, confesso que aquele silêncio estava me incomodando então me encostei no ombro dele que respirou fundo parecendo nervoso, como se ele estivesse agoniado com algo que só ele sabia.

-Chegamos senhor Fernando.

Ouvi o motorista dele falar e imediatamente despertei, como se estivesse em uma espécie de transe. Ele segurou a minha mão, me ajudou a descer e chegamos na frente de um prédio, que na primeira impressão parecia um local comum.

-Vamos visitar alguém?

-Não exatamente, vamos.

Ele foi me guiando, fez um sinal para o porteiro que sorriu pra ele e eu fiquei sem entender nada, pelo visto ele era bem conhecido por ali. Entramos no elevador e ele apertou um botão que tinha separado dos outros, assim que chegamos eu me deparei com a vista mais linda que eu já tinha visto, era como se fosse um restaurante no terraço do prédio, e dele dava pra ver quase o Rio de janeiro todo, e lá bem longe conseguia ver o Cristo Redentor.

-Nossa, é tão lindo aqui.

-Eu sabia que você ia gostar, já deixei nossa mesa reservada.

-Obrigada mesmo.

-Não precisa agradecer.

-Você tá bem?

-Sim, só um pouco nervoso.

-Calma, até parece que é nosso primeiro encontro.

Ele somente sorriu e eu não conseguia parar de admirar aquela vista, então comecei a refletir sobre tudo que aconteceu na minha vida desde que a minha irmã se foi, e que de certa forma a partida dela era culpa minha, lágrimas brotaram no meu rosto sem que eu pudesse evitar, como eu sentia falta dela.

-Porque você está chorando?

-Lembrei da minha irmã, faz tanto tempo mas parece que foi ontem.

-Pensa um pouco em você, pensa em tudo que você ainda tem pra viver.

-Posso pensar no que eu vou comer? Estou morrendo de fome.

Ele sorriu e então fizemos nosso pedido, e enquanto íamos comendo uma moça chegou com um outro rapaz e uns instrumentos musicais, começaram a cantar as músicas da minha dupla sertaneja preferida: Jorge e Mateus. Confesso que em algumas delas eu chorei, lembrando que a única pessoa que eu amei de verdade me fez tanto mal, que acabou levando embora a pessoa mais importante da minha vida. Então o Fernando levantou, e a moça fez sinal para que ele se aproximasse.

-Essa música eu quero dedicar para uma pessoa, uma pessoa que talvez não saiba, mas ela mudou a minha vida. Mudou a minha rotina, mudou meu jeito de pensar e principalmente, me fez gostar dela dia a pós dia. Luíza essa é pra você .

Eu fiquei vermelha de vergonha, não estava esperando confesso. Então ele começou a cantar uma música que eu adorava, olhando diretamente pra mim, nesse momento eu senti meu coração bater mais rápido, e enquanto ele cantava tirou do bolso uma caixinha com um par de alianças.

-Luíza, como diz a música, eu só sei que a vida é mais colorida com você. Então você aceita colorir meus o resto dos meus dias? Casa comigo?

E naquele momento eu não sabia o que fazer, eu não merecia o Fernando, eu não merecia ninguém.

-Não, eu não aceito...

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