Diário de uma prostituta II

169 13 0
                                    

Capítulo 26.

Depois de recusar o pedido de casamento do Fernando, eu saí correndo e nem olhei pra trás, não tive coragem, e ao chegar na rua procurei desesperadamente por um táxi.

-Tudo bem dona Luíza? Cadê o patrão?

O motorista dele me perguntou, com ar de preocupação. Será que seria demais pedir ajuda a ele?

-Eu só preciso ir embora você me consegue um táxi?

-Não quer que eu leve a senhorita?

-O Fernando vai precisar de você. Eu me viro pode deixar.

Então eu fui andando, dobrei a rua e tinha um táxi parado, entrei e o motorista perguntou o destino. Então eu pensei que se voltasse para a casa do Fernando eu teria que encara-lo, e eu não queria isso.

-Você aguarda enquanto eu faço um telefonema?

-Sim.

Então eu liguei para a casa do Fernando e quem atendeu foi o João Lucas:

*Filho, é a mamãe. Arruma as suas coisas e as coisas da sua irmã, nós vamos pra casa.

*Aconteceu alguma coisa? O Fernando fez algo com você?

*Não, jamais. É só que nós temos casa, daqui a uns dias é o Julgamento e eu quero aproveitar só com vocês. Diz pra sua irmã não demorar, vou passar aí de táxi pra pegar vocês e não deixa ela carregar muito peso.

*Tá bom.

Então ele desligou e o motorista seguiu, sabe aquela sensação de que você nunca vai ser feliz? E que nada nunca vai dar certo? Era só o que eu sentia naquele momento. Depois de um tempo chegamos a casa do Fernando, o motorista apenas buzinou e o João e a Camila vieram acompanhados da Betina.

-Dona Luíza, o João pode de vez em quando vir aqui me ver?

-Claro que pode, você é avó dele, não teria motivos para proibir vocês de se verem.

-Você também Camila, será sempre bem vinda.

Então eles três se abraçaram, e por um momento eu pensei em como era bom o meu filho ter uma avó, e em como eu queria ser a melhor avó do mundo para o bebê da Camila.

-Mãe, porque estamos indo embora?

Eles se acomodaram no carro, e eu não conseguia parar de imaginar o que faria dali em diante se eu fosse condenada.

-Filha, eu vou dizer pra você a mesma coisa que eu disse pro seu irmão, eu quero aproveitar com vocês esses dias antes do julgamento. Só nós três bem juntinhos, e também a senhorita agora tem que se cuidar né, ir ao médico, bater uma ultrassom e fazer pré natal, quero acompanhar tudo isso.

Eles apenas concordaram sem perguntar mais nada e eu agradeci por isso, eu precisava chegar na minha casa e tomar um banho, organizar minha cabeça ou eu ia explodir. Chegamos em casa, paguei o táxi e assim que entramos em casa fui direto para o meu quarto, disse que depois iria conversar com a Camila mas naquele momento precisava pensar e ficar sozinha.

-Mãe você sabe que nós somos amigas e você pode contar comigo sempre né?

-Mas não era eu que deveria dizer isso?

-Engraçadinha, vá tomar banho depois a gente conversa.

Eu ri e entrei no meu quarto, tirei o celular da bolsa mas não tinha nada de novo, nenhuma chamada, nenhuma ligação. Larguei a bolsa em cima da mesinha, coloquei uma música e entrei no banheiro, tirei a roupa e fiquei longos minutos pensando, pensando em como a única pessoa por quem eu tinha me apaixonado, era um louco que tirou de mim a pessoa mais importante da minha vida, será que algum dia eu seria capaz de sentir isso de novo? Assim que terminei o banho, recebi uma ligação do meu advogado:

*Oi Luíza boa noite, eu tenho uma notícia pra você, só não sei se é boa ou ruim.

*Pode falar.

*O seu julgamento foi adiantado.

*Pra quando?

*Amanhã

Aí meu Deus...

Diário de uma prostituta IIWhere stories live. Discover now