Diário de uma prostituta II

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Capítulo 11.

Depois de chorar por horas até adormecer, eu recebi uma ligação de um número desconhecido no meu celular.

"Boa noite, quem fala é a Luíza?"

"Sim, quem tá falando?"

"Eu peguei seu número com um amigo, e queria saber se você tá disponível"

"Sim, pra que horas?"

"20:00. Pode ser?"

"Pode sim"

"Me passa o seu endereço por mensagem, vou aí buscar você"

"Ok"

Cliente novo, era bom pra eu me distrair um pouco. Olhei no relógio e ia dar 18:00 da tarde, dava tempo de me arrumar. Comecei a produção e em menos de meia hora já estava pronta, tive que lutar pra esconder a cara inchada de choro.

-Vai sair mamãe?

Camila apareceu na porta do quarto, as vezes até eu me assustava com a semelhança que ela tinha com a minha irmã.

-Vou filha, mas prometo não demorar. E o João cadê??

-No quarto jogando.

-Ele não pode sair, então se ele desobedecer você me conta tá bom??

-Pode deixar.

Ouvi a buzina do carro, dei um beijo nela e sai. Assim que entrei no carro, o motorista me deu boa noite e disse que ele era o empregado do rapaz, mas que ele já estava me esperando. Olhei pra ele, que me pareceu familiar, ainda demorei um tempo pra tentar reconhecer mas não conseguia, também fiquei sem graça de perguntar o nome, mas nada me tirava da cabeça a sensação de que eu já o conhecia de algum lugar. Fiquei com essa inquietação até chegar em um motel, um dos mais caros da cidade, o motorista anunciou meu nome pra recepcionista e ela disse que eu podia subir.

Assim que entrei no quarto, dei de cara com quem eu menos queria ver naquele momento:

-Gael pelo amor de Deus, o que você tá fazendo aqui??

-Foi o único jeito que eu arranjei de conversar com você.

-Mas tinha que ser... Aqui?

-Eu te trouxe pra cá, porque eu não sei se você se lembra mas foi aqui que a gente transou.

-Eu não acredito. Porque você tá fazendo isso? Se acha que eu vou ficar com você ou algo do tipo, você tá muito enganado. Eu odeio você Gael.

-Será que odeia mesmo?

Ele chegou perto de mim, nem me tocou mas meu corpo reagiu, eu odeio admitir isso mas eu senti falta dele.

-Não faz isso Gael...Eu não quero!

-Quer sim!

Ele me pegou pela cintura e me deu um beijo, ai que saudade eu sentia de um bom beijo...

Diário de uma prostituta IIWhere stories live. Discover now