Diário de uma prostituta II

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Capítulo 28.

Assim que peguei o táxi, olhei no celular para ver a hora e já passava de  1 da manhã. Meu coração batia tão rápido que parece que ia sair pela boca, será que era o certo a se fazer?
Cheguei na frente da casa do Fernando, paguei a corrida e liguei para a Betina:

*Oi Betina sou eu, o Fernando está aí?

*Oi Dona Luíza, pra ser sincera eu não sei. Aconteceu alguma coisa?

*Eu só preciso falar com ele, me deixa entrar.

Ela concordou e abriu a porta pra mim, agradeci ela umas mil vezes e subi, meu coração começou a acelerar e eu bati na porta do quarto dele, que abriu e assim que me viu não esboçou nenhuma reação, apenas fez sinal para que eu entrasse e me sentasse, ele fechou a porta e então eu comecei a falar:

-Eu preciso falar com você.

-Sou todo ouvidos.

Então pela resposta dele eu percebi que ele estava frio, mas também estava triste, muito triste!

-Eu só queria entender direito o que eu tô sentindo, faz tempo que eu não sei o que é me apaixonar de verdade por alguém. Desde que aquele desgraçado apareceu na minha vida, meu coração ficou meio fechado sabe? Meio duro, tenho medo de me entregar de novo e me machucar.

-Luíza...

Então ele respirou fundo, sem concluir o que ia dizer.

-Eu só queria saber o que você realmente sente por mim?

-No dia que eu te conheci, eu tinha acabado de passar por uma grande decepção. Ali eu pensei que jamais seria capaz de amar alguém de novo, mas aí quando eu cheguei naquele bar e vi você, sentada e sozinha eu senti algo diferente e por mais que eu soubesse que você estava ali por dinheiro, eu não me importava eu só queria ter você, mesmo que fosse só aquela noite e desde então eu não paro de pensar em você, eu amo você...

Então ele disse isso e foi chegando perto de mim, olhando no fundo dos meus olhos e fazendo meu coração dar pulos e minha barriga gelar de nervoso.

-Eu amo você Luíza, amo tudo em você.

Ele falava sem me tocar, mas deixava minha perna bamba, então ele se afastou e trancou a porta do quarto, voltou a se aproximar de mim e colocou a mão atrás da minha nuca, chegou a boca no meu ouvido e ficou sussurrando:

-Eu amo você, eu quero você e eu tô morrendo de saudades, diz que não vai mais embora, diz...

Eu me arrepiei inteira com a proximidade dos nossos corpos, e por saber que aquele "Eu te amo" era sincero.

-Eu não vou, eu não quero ir embora, só por favor não me deixa nunca mais sair da sua vida.

-Nunca mais...

Então ele se afastou, me deu uma última olhada e me beijou, um beijo como eu nunca havia experimentado, cheio de saudade e amor. Ficamos nos beijando até que ele se afastou um pouco e grudou nossas testas, então percebi que ele estava com o rosto molhado.

-O que houve? Porque você tá chorando?

-Eu não aguentava mais te ver e não poder te tocar, não poder te abraçar e não poder falar tudo que eu sinto por você, promete que nunca vai me deixar?

-Eu prometo meu amor.

Então ele foi até o guarda roupa, voltou com a mesma caixinha que ele havia guardado as alianças e se ajoelhou na minha frente:

-Luíza Lopes, você aceita casar comigo?

-Claro que eu aceito, eu amo você.

Ele me deu um beijo longo e demorado, quanto mais a gente se beijava mais tesão eu sentia e mais a vontade de me entregar pra ele de novo ia crescendo. Ele me encostou na parede e parou de me beijar, novamente voltou a sussurrar coisas no meu ouvido:

-Agora você vai me pagar, por todo esse tempo que me deixou sem você...

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