Capítulo 33.
O Fernando ficou comigo o tempo todo, me dando total apoio.
-Desculpa meu amor, desculpa.
-Se você estiver falando do que aconteceu de manhã não precisa se preocupar. Só quero que você saiba que o que eu falei é verdade, se você for condenada eu vou esperar você o tempo que for, eu amo você.
-Ele deu um beijo na minha testa, mas olhava fixamente pra minha boca.
-Não sabia que era possível sentir tanto desejo assim por alguém, tô louco de vontade de você.
-Fernando estamos no meio de um julgamento.
-É que você me enlouquece menina...
-Promete mesmo que vai me esperar?
-O tempo que for.
Então ele me deu um beijo rápido e o Juíz entrou, um nervoso tomou conta de mim mas eu estava pronta pro que viesse.
-Todos de pé para a leitura da sentença.
"O Júri aqui presente, decidiu condenar a Ré Luíza Lopes, pelo assassinato de Gael Duarte, a cumprir pena de 20 anos em regime fechado, podendo ter a pena reduzida em caso de bom comportamento, determino a prisão imediata da Ré"
-Aquilo me destruiu, por mais que eu imaginasse que isso poderia acontecer, um certo desespero bateu.
-Fernando por favor cuida dos meninos, avisa eles.
-Fica calma, eu vou levar eles lá pra minha casa. Vai dar tudo certo amor!
Então me levaram para fora do tribunal, e fui imediatamente encaminhada para a penitenciária, durante o trajeto até lá eu só conseguia pensar em tudo o que eu tinha feito, e se tinha valido a pena tirar a vida do Gael, mesmo que ele tenha me feito muito mal. Cheguei no presídio, fiz todos os procedimentos e fui encaminhada para a cela, que tinha mais duas detentas, tentei não transparecer mas estava com medo, afinal eram tantas histórias que a gente ouve por aí. Entrei e assim que trancaram a cela, as duas se aproximaram de mim e começaram a fazer perguntas.
-Qual teu nome?
-Tá aqui porque?
-Meu nome é Luíza. Eu matei meu ex amante porque ele matou minha irmã, me deu um tiro e me deixou sem andar.
-Corajosa em, gostei. Meu nome é Andressa
-E o meu é Izabel mas pode chamar de Bel.
-Prazer.
-Tu deu sorte, aqui somos de boa, nas outras celas é um inferno. Tem a presa que comanda todas aqui, a Selma, é só não mexer com ela nem fazer nada de errado que ela nem lembra da tua existência, amanhã vai conhecer ela no banho de sol.
-Ah que bom né.
-Tem filhos?
-Tenho, uma de treze anos que tá grávida inclusive e um menino de 14.
-A gente não tem não, aliás nós somos parceiras, aqui e no amor também.
-E porque estão aqui?
-Eu caí na conversa de um cara aí, me convenceu a levar droga pra ele, e me pegaram subindo o morro, fui acusada de tráfico. Diz aí Bel, porque você tá aqui.
-Quase pelo mesmo motivo que você, a diferença é que eu matei o filha da p** do marido da minha mãe, ele tentou me agarrar e eu meti a paulada na cabeça dele, aí a minha mãe ainda ficou com ódio de mim, me denunciou e agora eu tô aqui, mas feliz porque tem menos um nojento no mundo.
Acabei fazendo amizade com elas mais rápido do que pensei, e quando percebi já tinha contado metade da minha vida pra elas.
-Então você tem namorado?
-Tenho um noivo, ele é delegado da polícia Federal.
-Melhor ninguém aqui ficar sabendo disso se não pode pegar mal pra você.
-Luíza, a Selma tá vindo aí quer te conhecer.
Tomei um susto com a voz da policial atrás de mim.
-Então tu é a tal da Luíza, a novata?
-Sim.
Ela deu um tapa no meu rosto que me fez cair no chão, e eu não pensei duas vezes, mesmo com o tamanho dela eu levantei e reagi...
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Diário de uma prostituta II
Short StoryAlguns anos depois, uma reviravolta na vida de Luíza faz com que ela Volte para a vida antiga. E agora? Como ela vai lidar com tudo isso??