Diário de uma prostituta II

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Capítulo 31.

Assim que sentei no banco dos réus, ao lado do meu advogado e o julgamento começou, eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser no que aconteceria comigo. O Juíz entrou, todos se levantaram e assim que ele deu início, o primeiro a depor foi o Luiz.

-Então, senhor Luiz, você é ex marido da ré?

Meu advogado já conhecia nossa história, mas as outras pessoas não.

-Sim, eu conheci a Luíza em uma noite que jamais vou esquecer. Nós estávamos em uma pizzaria e o Gael estava lá, mandando várias mensagens pra Luíza, fazendo ameaças entre outras coisas. Nós saímos da pizzaria em direção a minha casa, e quando saímos ele nos ameaçou. Fomos pra minha casa, conversamos, e quando saímos pra levar ela em casa ele estava lá nos esperando, apontou a arma pra Luíza e disparou. Como o tiro acertou a coluna dela, paralisou os movimentos e ela passou um tempo sem andar.

-Então quer dizer que a Vítima em questão, o senhor Gael, já atentou contra a vida da Ré?

-Sim, nós nos casamos e a Camila, irmã da Luíza deu a luz ao filho deles bem nesse dia. Nós não queríamos ir pra lua de mel mas ela insistiu e nós fomos. Lembra disso Luíza?

Sim eu me lembrava, inclusive a nossa lua de mel tinha sido perfeita do início ao fim, o Luiz era ótimo de cama e lembrar disso mexeu comigo de certa forma. Apenas assenti com a cabeça, ele deu um sorriso e continuou.

-Então, enquanto estávamos na praia recebemos uma ligação avisando que a Camila tinha sumido, quando ela ia receber alta nem ela nem o meu filho estavam mais na maternidade.

-Desculpa mas eu não entendi, seu filho? Ele não é filho da vítima?

-Já vou chegar nessa parte, então nós voltamos correndo pra casa pra ver se ela não estava lá e se ver se tinha acontecido alguma coisa, nós chegamos e batemos na porta mas ninguém abriu, foi quando a intuição da Luíza disse pra voltarmos e tentar abrir, foi quando nós vimos a Camila amarrada, ele tinha levado o bebê e queria a Luíza no lugar dele. Então foi aí que tudo aconteceu, eles trocaram de lugar, a Camila se meteu na frente do carro e acabou levando um tiro e morrendo. E desde então nós criamos o João Lucas como se fosse nosso filho.

-Da minha parte não tenho mais perguntas senhor Juíz.

-Promotor de acusação gostaria de se manifestar?

-Sim, bom dia a todos meu nome é Augusto Figueiras. Senhor Luiz, pode nos contar se dona Luíza já tinha demonstrado indícios de que se vingaria do senhor Gael? Em algum momento ela atentou contra a sua vida?

-Jamais, Luíza sempre foi uma ótima esposa e mãe, eu que cometi erros que não vem ao caso, por isso nós nos separamos.

-Só isso.

-Próxima testemunha a ser ouvida, senhora Betina Duarte, mãe da vítima. Advogado de defesa gostaria de perguntar alguma coisa?

-Sim, pode nos falar um pouco sobre a vítima?

-Bom dia a todos, meu nome é Betina e eu sou mãe do Gael. Ele nunca foi uma pessoa fácil de lidar, nunca aceitava um "Não" e quando se tornou adulto isso ficou pior. Acho que metade disso é culpa minha, eu criei ele sozinha sempre fomos só nós dois, ele sempre teve tudo que quis, e se tornou uma pessoa extremamente mimada.

-Você conhecia a esposa anterior do senhor Gael?

-Sim sim, eu só não fui no casamento deles porque tive uma briga com ele uma semana antes.

-E qual seria o motivo dessa briga?

-Nem a dona Luíza sabe disso mas, ele me contou do caso deles, e eu disse que o que eles estavam fazendo era extremamente errado, que eles tinham que abrir o jogo com a Camila.

Nossa senhora, minha cara foi no chão porque não imaginava isso.

-E nos últimos tempos, vocês tinham se falado?

-Sim, depois que ele foi solto. Eu fui buscá-lo na penitenciária e ele disse que ia procurar o filho.

-E o que a senhora achou disso?

-Eu disse que era o certo, afinal o João Lucas é filho dele, mas que ele deixasse a dona Luíza em paz, mas aí ele não me ouviu e deu no que deu.

-Mais alguma pergunta senhor Roberto?

-Sem mais.

-Com a palavra, o promotor de acusação.

-Então dona Betina, a senhora pelo visto tinha uma relação muito boa com o seu filho, e isso lhe foi tirado. Qual o seu sentimento em relação a dona Luíza? Sente raiva dela?

-Jamais, apesar de que ele era meu filho, só depois da morte dele eu finalmente tive paz, e a dona Luíza é muito amiga do meu patrão, ela é uma ótima mãe e uma excelente pessoa.

-Mais alguma pergunta?

-Não senhor.

-Que entre a próxima testemunha, Senhor Fernando Medeiros...

Diário de uma prostituta IIWhere stories live. Discover now