Diário de uma prostituta II

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Capítulo 34.

Uma intensa briga se formou depois que eu, sem fazer absolutamente nada levei um tapa no meio da cara. Aquela mulher podia até mandar sei lá onde, mas em mim ela não ia cantar de galo não.

-Então quer dizer que a magricela é brava?

Era impressão minha ou ela tava me provocando?

-Eu já passei por muita coisa nessa vida, mas baixar a cabeça pra qualquer uma, isso não.

Nesse momento uma das guardas separou a briga, a Andressa e a Bel vieram me defender e a tal da Selma foi vaiada por todas as presas.

"Acho que o teu reinado acabou em Selmão"

"Pelo visto, a magricela aí que manda agora"

"Dá-lhe magrela"

Entre tantas outras coisas, ela saiu fula da vida, prometendo que isso não ia ficar assim.

-O que foi isso Luíza? Eu não pensei que você fosse reagir, aliás você é a primeira e única que teve coragem de enfrentar esse hipopótamo.

A Bel falava sem acreditar no que tinha acabado de ver.

-Gostei de ver, provou que não arrega por qualquer coisa.

Elas ficaram horas falando sobre o assunto e nem mesmo eu consegui acreditar que isso tinha acontecido, pelo menos não até uma das guardas vir falar comigo.

-Então é isso, nem bem chegou e já botou pra correr a maior comandante do presídio.

-Ela que veio mexer comigo, só me defendi.

-Tá certo! Pode ter certeza que agora você terá o máximo de respeito.

Eu não queria comandar nada, eu só queria ficar quieta na minha, e rezar pra que o Fernando não demorasse a vir me ver...

*Fernando narrando*

Depois de deixar o Tribunal, eu e a Betina estávamos a caminho de casa em absoluto silêncio. Eu só conseguia pensar na minha amada naquele lugar horrível, e já estava morrendo de saudades dela.

-Vai ser difícil sem a Luíza né senhor Fernando?

-Vai sim, eu sei que um dia ela volta mas não sei se aguento.

-O senhor é forte, aguenta sim.

Dei um sorriso pra ela, uns minutos depois chegamos em casa e eu disse a ela que ia tomar um banho para ir buscar os meninos, ela entrou e eu vi meu pai sentado no jardim, como ele sempre fica, porém ele estava dormindo, me aproximei para levar ele pra dentro, chamei e ele não respondeu, aí eu entendi o que tinha acontecido, meu pai havia partido para junto da minha mãe, ele não aguentou de saudades do amor da vida dele...

Diário de uma prostituta IIWhere stories live. Discover now