Diário de uma prostituta II

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Capítulo 18.

Um arrepio tomou conta do meu corpo quando li aquilo, porque eu estaria recebendo ameaças se não houve testemunhas? Será que havia alguém escondido e eu não vi?? Decidi não ligar, e enquanto o Fernando me levava em casa eu fiquei pensando na loucura que virou minha vida desde que o Gael reapareceu, talvez se ele tivesse ficado quieto, não tivesse ido me perturbar eu não precisaria fazer nada daquilo. De Repente o celular começou a tocar e era a Camila, desesperada:

"Mãe, vem pra casa rápido!"

"O que aconteceu?"

"A polícia tá aqui, eles querem falar com você"

"Ah meu Deus"

-O que houve Luiza?

-A polícia tá lá em casa, disseram que querem falar comigo. Me ajuda Fernando o que eu vou fazer?

-Calma, eu vou te ajudar. Só diz pra sua filha não falar nada até a gente chegar.

Fiz o que ele pediu e em seguida desliguei, pensando como seria a minha vida se alguém soubesse daquilo. De repente uma crise de choro me atingiu sem que eu pudesse evitar.

-Fernando para esse carro.

-O que houve?

-Eu sei que vou acabar sendo descoberta, se a polícia está na minha casa é porque sabem de algo.

-Isso nós só vamos saber quando chegarmos lá.

O caminho até a minha casa parecia uma eternidade, minha preocupação em relação aos meus filhos, principalmente ao João Lucas só aumentava, pois sei que se eu fosse presa pela morte do Gael ele jamais me perdoaria.
Chegando lá eu percebi que a coisa era mais séria do que eu pensava, pensei que era só uma viatura mas eram várias na porta de casa, um certo medo me atingiu, mas tentei não deixar transparecer, fui entrando e ao chegar a Camila estava sentada no sofá segurando a mochila que eu pedi que ela arrumasse, e no outro estava o João, não sei se ele já sabia do que havia acontecido pois ele estava de cabeça baixa e ao perceber que eu tinha chego não fez questão de me olhar.

-Boa noite.

-Boa noite, você que é a Dona Luíza?

O policial perguntou me olhando de cima a baixo, como se estivesse esperando outro alguém.

-Sim, sou eu.

-Você pode nos acompanhar até a delegacia?

-Mas o que aconteceu?

-Chegando lá a senhorita vai saber.

Nessa hora o Fernando se meteu, jamais eu iria a algum lugar sem saber o motivo, por mais que eu soubesse que estava escrito "Culpada" bem na minha testa.

-Com licença, eu sou policial. Vocês não podem levar alguém sem dizer o motivo, ela fez alguma coisa?

-E você é o que dela? Marido?

-Sou um amigo apenas, e vou acompanhá-la.

Ele concordou com a cabeça e nós o seguimos, mas antes eu precisava fazer uma coisa, cheguei perto da Camila que apenas me olhava sem dizer uma palavra:

-Filha, vai ficar tudo bem tá bom? A mamãe promete que volta. Só por favor acredita em mim.

-E porque não ficaria tudo bem, você não fez nada. Ou fez?

Aquela pergunta fez meu coração dar um salto, eu podia perder tudo menos o amor dos meus filhos. Então sem conseguir olhar nos olhos dela eu apenas balancei a cabeça dizendo que não. Fui em direção ao João e o abracei, senti que ele não estava bem.

-Filho aconteceu alguma coisa?

-Não mãe, só por favor resolve logo o que tem que resolver e vem pra casa.

Ele se levantou e foi pro quarto, e então eu dei um abraço na Camila e segui o policial, mas como não sabia ainda o que eles queriam comigo fui no carro junto com o Fernando, mas sem dar uma palavra, com medo de estar sendo observada.
Então chegando na delegacia eu fui direcionada para a sala do delegado que pediu pra conversar a sós comigo, e assim que entrei dei de cara com três pessoas sentadas, as únicas pessoas que eu menos queria ver naquele momento: A Betina, empregada do Fernando, um homem que parecia ser um pescador, e o Felipe, o motorista do Gael...

Diário de uma prostituta IIWhere stories live. Discover now