Capítulo 36

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A primeira coisa que Alec sentiu ao acordar, antes mesmo de abrir os olhos, antes mesmo de sair do torpor natural do sono, foi uma genuína sensação de alegria. E, bom, isso era muito, se comparado ao fato de que passara os últimos anos variando entre tédio, medo e angústia. A lembrança dos lábios de Magnus sob os seus lhe dava esses pequenos curto circuitos de prazer e fazia seus dedos dos pés se contorcerem. 

A segunda coisa que ele sentiu foi um estranha sensação de perda assim que abriu os olhos e notou que Magnus não estava na cama. Ele se sentou e olhou ao redor, tentando sufocar a sensação de medo. Então ouviu vozes no quarto contíguo e sentiu a alma voltar para o corpo. Magnus deveria estar tomando banho. 

E a terceira coisa que ele sentiu foi um desconforto no peito, enquanto assimilava que Magnus estava acompanhado. A voz de Ragnor estava ecoando de lá, e Magnus estava dizendo coisas como “Mais para baixo, Ragnor”, “Não tão embaixo assim” “Você pode colocar menos força?” e o pior “Está fazendo cócegas”, seguido por gargalhadas. 

Alec respirou fundo. Devia ter dito a Magnus que poderia chamá-lo. Então, ficou aturdido por dois segundos, enquanto avaliava que ver Magnus nu, e ajudá-lo a tomar banho, neste momento, não era o mais sensato a se fazer. Sentia a agitação no baixo ventre só de imaginar a cena. Mas ainda assim, não conseguia eliminar a inquietação e o desconforto enquanto ouvia os amigos conversando no aposento ao lado. 

O sol apareceria em breve e ele precisava estar lá embaixo para iniciar as atividades do dia. Então sua mente deu um clic! Poderia usar isso como desculpa para interromper o bendito banho tão prolongado. Ele se aproximou do outro cômodo e pigarreou. Os dois lá dentro se calaram imediatamente: 

- Ahn… Bom dia - ele tentou - Desculpe, mas eu preciso me limpar e descer… Gostaria de saber se já estão terminando. 

Um segundo de inteiro silêncio. 

- Claro, claro - Magnus respondeu - Já estamos saindo. 

- Sim - Ragnor concordou e depois, para Magnus: - Ainda tem sabão aqui. 

Alec tentou não olhar quando eles saíram do quarto de banho, mas era impossível. Magnus estava vestindo um roupão que Alec desconhecia, e se apoiava em Ragnor.  Todas as partes essenciais estavam cobertas, mas isso não impediu sua imaginação de pensar em tudo ali. Ele acenou com a cabeça, sentindo o rosto ficar vermelho, enquanto os amigos caminhavam em direção à cama. 

Magnus se sentou, com auxílio de Ragnor, enquanto o amigo lhe estendia algumas peças de roupa. Eles olharam para Alec, que entendeu a dica, e se afastou, mas logo retornou:

- Ahn - ele olhou para Magnus rapidamente e depois para suas próprias mãos - Você está bem? 

- Sim - Magnus disse, sorrindo levemente, e Ragnor começou a enxugar o cabelo dele, fazendo uma sensação quente e inquieta subir pelo corpo de Alec. 

- Conseguiu dormir bem? - Alec estava realmente hesitante em deixá-los a sós. 

- Não - Magnus encolheu os ombros. 

- Não? - Alec ficou alerta. 

- Não - Magnus sorriu - Eu já tinha dormido por 24 horas. O sono simplesmente não veio novamente. 

- Ah sim, verdade.  - Alec começou a duvidar que estivesse plenamente bem das faculdades mentais. Era óbvio que Magnus não dormiria depois de… dormir. - Bom, vou tomar banho. 

Ele se forçou a ir para o quarto de banho. Enquanto jogava água em seu próprio corpo, as lembranças da noite anterior lhe invadiam, provocando reações perigosas em seu corpo. Ele olhou para baixo Ah não, agora não disse, mentalmente, para seu membro bastante acordado. 

Servidão e Liberdade || Malec Where stories live. Discover now