Capítulo 14

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oi gentes, desculpem, de verdade, eu postei o capítulo 15 como se fosse o 14... e AGR estou corrigindo o erro... beijinhos e boa leitura!

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O único modo de escapar ao abismo

é observá-lo,

e medi-lo,

e sondá-lo

e descer

para dentro dele

(CesarePavese)

Quando o Caçador de Sombras saiu do seu banho, a água já estava muito fria. Ele se arrepiou com a brisa gelada que atingiu seu corpo molhado e rapidamente se enrolou no roupão pendurado no tripé. Caminhou para o quarto, ligeiramente atordoado com o que tinha feito. Era um homem, sentia desejos, se tocava. Mas hoje, tudo tinha tomado proporções inimagináveis.

Em primeiro lugar, ver o corpo de Magnus após toda a proximidade que tiveram durante o dia, fora ... desestabilizador. A primeira coisa que Alec viu foi que ele não tinha umbigo. Certo, já sabia disso antes, mas toda vez que via era como se fosse a primeira vez. Era um lembrete de que Magnus não era humano, não era nada do que ele já conhecesse.

Em segundo lugar, ele não tinha um pelo sequer no corpo. Em terceiro lugar, sentiu suas mãos comichando para tocar em todos os pedaços de pele dele que estavam à mostra. Por isso o despediu rapidamente, mesmo que ainda precisasse ordenar as atividades do dia seguinte.

Depois, tentou relaxar pensando somente em si, porque definitivamente não daria certo pensar em Lydia ou qualquer outra mulher.

E foi quando já estava se tocando, que as imagens de Bane inundaram sua mente, tão fortemente que ele quase podia sentir o cheiro de pólvora e segredos que acompanhava o feiticeiro. E nunca sentiu tanto desejo e tanto prazer quanto dessa vez. Estava mortificado com a intensidade do que sentia. Não tinha muita ideia do que dois homens poderiam fazer juntos, mas imaginar a boca pequena de Magnus, em volta do seu membro, sugando-o enquanto seus olhos dourados o encaravam... Aaaah, isso era suficiente para ele se desmanchar, e ainda estava latejando com os resquícios do prazer absurdo que sentira...

Não tinha se dado conta até agora, de que tudo que seu corpo queria era se desfazer no corpo do submundano, até que o dia do Juízo chegasse.

Jogou-se na cama, com preguiça de vestir a roupa de dormir. Antes de cair no sono, fez a sua decisão: Não teria Magnus Bane, mas não se impediria mais de ter prazer pensando nele.

Os dois dias seguintes foram muito agitados. Gideon se pegou fugindo de ter que encarar Bane, e se deu bem nesta empreitada, porque precisava arrumar a casa onde Lydia moraria, precisava conferir os estoques de alimentos, reforçar a segurança dos muros, fazer e enviar relatórios para a Clave, e isso consumia muito tempo. Quando no dia seguinte ao acontecido se encontrou com Bane pela manhã, não conseguiu olhar em seus olhos dourados. O que foi um erro, porque teve que olhar para algum lugar, e este lugar acabou sendo a boca pequena e avermelhada do feiticeiro. Um turbilhão de sensações (aquela boca em lugares do seu corpo, pelo Anjo, estava louco por aquela boca) o invadiu enquanto tentava não se deixar levar pelo desejo irracional. Suspeitava de que a Marca era a responsável por essa vontade louca de estar o mais perto possível do feiticeiro.

Tão perto que ficasse dentro, e seu coração acelerou ao pensar nisso. Por fim, balbuciou ao outro ordens desconexas, anunciou que o procuraria quando precisasse dele, e saiu apressado, tentando esconder a ereção já visível nas calças de algodão.

Mas não era uma boa ideia ficar longe de Bane. Sentia-se ofegante quando estava muito longe, quase como se fosse impossível respirar decentemente. E se viu então, nas duas noites, chegando mais cedo ao quarto, apenas para ver o feiticeiro enquanto ele terminava de preparar o banho. Para sua desgraça, Bane tinha obedecido sua ordem de ficar sempre vestido.

Servidão e Liberdade || Malec Où les histoires vivent. Découvrez maintenant