Capítulo 57 - Então, você veio por mim?

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N.A.: Essa é uma continuação do capítulo anterior en 2118❤️ Eu amo essa vida deles. De verdade!

Alexander pousou o copo no balcão após engolir a água vagarosamente. Respirou fundo e depois se recriminou por isso. Não podia respirar mais do que tinha. Relanceou os olhos pelo pequeno cômodo. Sua casa era apertada e escura, como todas as casas de gente comum. Tinha seu quarto e banheiro, e a cozinha misturada com a sala de uma forma que era quase impossível afirmar onde uma terminava e outra começava.

Alec aproveitou a sensação de saciedade que o copo de água lhe dava, seus pensamentos vagueando, como sempre, para a viagem estranha que tinha feito há um mês. O rapaz incrivelmente bonito que levou para Londres. Alec conseguia lembrar com precisão de cada detalhe da viagem.

Magnus Bane.

Magnus Bane.

Magnus.

Bane.

Naquele dia, Alec achou que ele estava em surto e que a viagem ia ser um inferno. Mas pelo contrário, após chorar, trocar seu oxigênio e ficar olhando-o como se ele fosse… sei lá… importante, o rapaz asiático não falou muito mais. Perguntou se ele estava bem, se estava vivendo bem. Alec respondeu hesitantemente que sim. Ele estava vivendo bem. Tinha sorte de ter um trabalho decente. Não precisava se arriscar como os batedores de carteira lá embaixo, roubando desesperadamente em busca de comida.

Ainda assim… Quem vivia confortavelmente nesses dias? Não havia oxigênio para todos, nem água potável. O preço deles era exorbitante e sempre faltava.

Alec tinha sonhado, durante a adolescência, em ter uma casa confortável, talvez… talvez alguém para casar… um filho, talvez...

Mas, ele cresceu e entendeu como era a vida... Casar? Fora de cogitação. As pessoas lutavam loucamente para sobreviver. Parecia não haver muito tempo para simplesmente apreciar a companhia de outros. Os relacionamentos eram praticamente 100% virtuais. Namoro virtual, sexo virtual… Casamentos por conveniência para conseguir plano de saúde…

E depois… Filho? Era burrice e egoísmo ter um filho nesses dias. Ele mal conseguia ar suficiente para si próprio. Precisaria de muito ar para criar um bebê… água, pílulas fortificantes.

Alec então disse ao asiático bonito que vivia bem. Sim, vivia bem. Vivia bem o suficiente para ter ar durante o mês, para beber um copo de água por dia, e para comprar as pastas processadas que eles chamavam de comida. Alec tinha lembranças de ter comido frutas na infância e teve uma vez em que ele comeu macarrão com queijo e carne.

Eram as lembranças mais preciosas da sua vida, não pela comida, mas porque eles estavam juntos, a família estava reunida. Isso foi antes do pai, Robert Lightwood abandonar a mãe com ele e Izzy. O pai tinha ido embora levando Max, depois que um homem de alto escalão chamado Michael Wayland, se agradou dele.

Alec suspirou. Sabia que Max estava vivendo uma boa vida, ou pelo menos achava que sim. Mas a mãe ainda sofria por ter sido abandonada... por não poder ver o filho mais novo. A mãe tinha lutado bravamente para dar a eles comida, água, oxigênio. Alec e Izzy, escondidos dela, bateram carteira por vários anos.

Alec estava feliz que agora ele, Izzy e a mãe tinham um trabalho mesmo. Eles moravam sozinhos porque uma casa para três pessoas eram impossível de pagarem. Mesmo juntos. Para as pessoas que moravam sozinhos, o governo disponibilizava essas pequenas… celas. Alec não conseguia pensar em outro termo. Era isso. Celas.

Seu celular vibrou e ele piscou, atordoado. Seu coração parou enquanto ele via, pela localização via satélite, o pontinho, que representava Magnus Bane, se deslocar de sua residência. Alec sentiu a respiração se acelerar, e automaticamente se controlou. Respirar menos. Mas... Ele estava descendo? A essa hora?

Servidão e Liberdade || Malec Where stories live. Discover now